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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Um novo ano, e ninguém sabe para onde ir!


         Para cada um de nós, o ano novo traz uma pergunta implícita: O que está por vir? O que terei de enfrentar? Como será minha vida neste novo ano? Através da história de Abraão, Deus nos dá mostras de que podemos confiar nEle.
         Lemos no chamado capítulo dos heróis da fé:
“Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia” (Hb 11.8).
        O homem de hoje está concentrado em ter garantias e em ter um plano bem organizado. Ele quer saber por qual caminho seguir e se pergunta no que pode confiar. Resumindo: ele quer considerar todas as eventualidades para poder calcular de forma exata e com antecedência quais atitudes deve tomar. Dificilmente alguém estará disposto a ir para algum lugar ou a assumir alguma tarefa sem conhecer os detalhes, sem determinadas premissas e garantias. A história da vida de Abraão também toca a nossa vida. No começo havia incerteza, mas no fim ele se transformou em exemplo e até no pai de todos aqueles que crêem (Rm 4.11). O motivo foi a sua confiança inabalável no Deus vivo e em Suas promessas. A maior segurança em meio a todas as inseguranças deste mundo é crer na Bíblia.
         Abraão não podia fazer nada além de acreditar naquilo que Deus lhe dizia. Essa atitude de fé é o mais importante que uma pessoa pode ter. A vida de Abraão foi marcante porque ele obedeceu pela fé e atendeu ao chamado divino. Sua fé foi colocada em prática. Fé e ação andam juntas como o violino e o arco, ou como a chave e a fechadura de uma porta. Se falta uma parte, a outra é inútil, pois não há como tocar uma bela melodia, não há como abrir ou fechar a porta. Abraão tinha “somente” a palavra de Deus. O Senhor chamou-o a sair de seu país, a deixar seus relacionamentos e abandonar tudo o que tinha conseguido até então – sem saber para onde iria. Mas, olhando para o restante da história de sua vida, reconhecemos o maravilhoso objetivo que Deus alcançou com Abraão.
         Entramos em um novo ano sem saber para onde ele nos levará. Talvez o Senhor Jesus tenha colocado em seu coração um certo fardo, um desejo de fazer alguma coisa em Seu Nome, e talvez você tenha de dar um passo ousado. Também pode ser que você tenha sido chamado por Deus para executar uma tarefa mas não sabe como continuar nem para onde isso o levará. Abraão simplesmente se pôs a caminho, impelido pelo poder da Palavra de Deus.
         No começo deste novo ano é muito importante ter isto diante de nossos olhos: precisamos nos pôr a caminho, juntar forças a cada momento e orientar-nos para o alvo. E nosso alvo são as coisas de Deus. É perfeitamente possível que durante o trajeto sejamos assaltados pelo medo, pois a dor, a tristeza, as preocupações e outros sofrimentos podem surgir em nossa vida. Pode ser que às vezes fiquemos resignados no caminho. Mas isto não deve impedir-nos de continuar marchando em direção ao desconhecido, ao futuro – confiando nas firmes promessas de Deus. É exatamente nessa área da nossa vida que a nossa fé no Senhor precisa de um novo impulso.
         Depois de listar os heróis da fé (Hebreus 11), a Bíblia nos diz como alcançar o alvo:
“...olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma” (Hb 12.2-3).

        Depois que Abraão chegou à Terra Prometida, ele teve de suportar muitos testes de sua fé. Enfrentou a tentação de confiar mais em sua própria carne do que no Senhor que havia lhe dado a promessa. Em algumas situações de crise, tomou as rédeas em suas próprias mãos e foi derrotado. Mas o Senhor, em quem Abraão tinha depositado sua confiança, não o deixou cair. No fim, triunfaram a fé de Abraão em Deus e a fidelidade de Deus para com Seu amigo. O autor da carta aos Hebreus descreve a fé de Abraão com as seguintes palavras:
“Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa” (Hb 11.9).

        Nós também podemos, neste ano recém-iniciado, manter a fé nas promessas de Deus, mesmo quando os outros não nos compreendem e mesmo quando nos vêem como “estrangeiros” em seu meio. A fé em Jesus Cristo, em quem todas as promessas têm o “Sim” de Deus e por quem é o “Amém” (2 Co 1.20), nos ajudará a superar tudo o que é passageiro nesta terra até chegarmos ao grande alvo final. O caminho da nossa existência vai da tenda passageira da vida terrena para junto do Deus eterno.
         O objetivo de vida de Abraão era o mais elevado que uma pessoa pode almejar. Ele não somente sonhava com uma cidade melhor, mas a aguardava com expectativa viva e cheia de esperança:
“...porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hb 11.10).
        Abraão morreu e não conheceu esse lugar durante sua vida na terra, mas ainda assim ele esperava pela cidade eterna de Deus.
         Não sabemos quando Jesus voltará; portanto, seria tolo tentar fazer algum cálculo. Mas uma coisa é certa: também neste ano podemos esperar pela volta de Jesus e pela Jerusalém eterna. Quer o Senhor volte neste ano ou não, quer vejamos o Arrebatamento ou tenhamos de morrer antes – o objetivo e a esperança é a vida eterna com o Senhor, que nos comprou por Seu precioso sangue e que voltará para a Sua Igreja. Um dia isto acontecerá: os mortos em Cristo e aqueles que ainda estiverem vivos serão arrebatados para a presença do Senhor (1 Ts 4.15-17) e terão sua morada na Jerusalém celestial (Ap 21.9-10).
         Abraão acreditava nessa cidade. E quando foi convocado a sacrificar seu único filho, Isaque, a respeito de quem o Senhor tinha feito tantas promessas, ele “considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos” (Hb 11.19).
         Sejamos cristãos que esperam pelo seu Senhor, neste novo ano mais do que nunca! Então valerá também para nós a maravilhosa promessa:
“Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra” (Ap 3.10).

        Neste sentido, desejamos a todos os nossos leitores um ano novo ricamente abençoado pelo Senhor. Maranata!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O NATAL VEIO DO PAGANISMO.

PROVAS NA HISTÓRIA E NA BÍBLIA.


Enciclopédia Católica (edição de 1911): "A festa do Natal não estava incluída entre as primeiras festividades da Igreja... os primeiros indícios dela são provenientes do Egito... os costumes pagãos relacionados com o princípio do ano se concentravam na festa do Natal".

Orígenes, um dos chamados pais da Igreja (ver mesma enciclopédia acima): "... não vemos nas Escrituras ninguém que haja celebrado uma festa ou celebrado um grande banquete no dia do seu natalício. Somente os pecadores (como Faraó e Herodes) celebraram com grande regozijo o dia em que nasceram neste mundo".
Autoridades históricas demonstram que, durante os primeiros 3 séculos da nossa era, os cristãos não celebraram o Natal. Esta festa só começou a ser introduzida após o início da formação daquele sistema que hoje é conhecido como Igreja Romana (isto é, no século 4o). Somente no século 5o foi oficialmente ordenado que o Natal fosse observado para sempre, como festa cristã, no mesmo dia da secular festividade romana em honra ao nascimento do deus Sol, já que não se conhecia a data exata do nascimento de Cristo.

Se fosse da vontade de Deus que guardássemos e celebrássemos o aniversário do NASCIMENTO de Jesus Cristo, Ele não haveria ocultado sua data exata, nem nos deixaria sem nenhuma menção a esta comemoração, em toda a Bíblia. Ao invés de envolvermo-nos numa festa de origem não encontrada na Bíblia mas somente no paganismo, somos ordenados a adorar Deus, a relembrar biblicamente a MORTE do nosso Salvador, e a biblicamente pregar esta MORTE e seu significado, a vitoriosa RESSURREIÇÃO do nosso Salvador, Sua próxima VINDA gloriosa, sua mensagem de SALVAÇÃO para os que crêem verdadeiramente e PERDIÇÃO para os não crentes verdadeiros.

1. JESUS NÃO NASCEU EM 25 DE DEZEMBRO

Quando Ele nasceu "... havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho."  (Lucas 2:8).Isto jamais pôde acontecer na Judéia durante o mês de dezembro: os pastores tiravam seus rebanhos dos campos em meados de outubro e [ainda mais à noite] os abrigavam para protegê-los do inverno que se aproximava, tempo frio e de muitas chuvas (Adam Clark Commentary, vol. 5, página 370). A Bíblia mesmo prova, em Cant 2:1 e Esd 10:9,13, que o inverno era época de chuvas, o que tornava impossível a permanência dos pastores com seus rebanhos durante as frígidas noite, no campo. É também pouco provável que um recenseamento fosse convocado para a época de chuvas e frio (Lucas 2:1).

2. COMO ESTA FESTA SE INTRODUZIU NAS IGREJAS?

 The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge (A Nova Enciclopédia de Conhecimento Religioso, de Schaff-Herzog) explica claramente em seu artigo sobre o Natal:
"Não se pode determinar com precisão até que ponto a data desta festividade teve origem na pagã Brumália (25 de dezembro), que seguia a Saturnália (17 a 24 de dezembro) e comemorava o nascimento do deus sol, no dia mais curto do ano.

As festividades pagãs de Saturnália e Brumália estavam demasiadamente arraigadas nos costumes populares para serem suprimidos pela influência cristã. Essas festas agradavam tanto que os cristãos viram com simpatia uma desculpa para continuar celebrando-as sem maiores mudanças no espírito e na forma de sua observância. Pregadores cristãos do ocidente e do oriente próximo protestaram contra a frivolidade indecorosa com que se celebrava o nascimento de Cristo, enquanto os cristãos da Mesopotâmia acusavam a seus irmãos ocidentais de idolatria e de culto ao sol por aceitar como cristã essa festividade pagã.

Recordemos que o mundo romano havia sido pagão. Antes do século 4o os cristãos eram poucos, embora estivessem aumentando em número, e eram perseguidos pelo governo e pelos pagãos. Porém, com a vinda do imperador Constantino (no século 4o) que se declarou cristão, elevando o cristianismo a um nível de igualdade com o paganismo, o mundo romano começou a aceitar este cristianismo popularizado e os novos adeptos somaram a centenas de milhares.

Tenhamos em conta que esta gente havia sido educada nos costumes pagãos, sendo o principal aquela festa idólatra de 25 de dezembro. Era uma festa de alegria [carnal] muito especial. Agradava ao povo! Não queriam suprimi-la."

O artigo já citado da "The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge" revela como Constantino e a influência do maniqueísmo (que identificava o Filho de Deus com o sol) levaram aqueles pagãos do século 4o (que tinham [pseudamente] se "convertido em massa" ao [pseudo] "cristianismo") a adaptarem a sua festa do dia 25 de dezembro (dia do nascimento do deus sol), dando-lhe o título de dia do natal do Filho de Deus.

Assim foi como o Natal se introduziu em nosso mundo ocidental! Ainda que tenha outro nome, continua sendo, em espírito, a festa pagã de culto ao sol. Apenas mudou o nome. Podemos chamar de leão a uma lebre, mas por isto ela não deixará de ser lebre.

A Enciclopédia Britânica diz:

"A partir do ano 354 alguns latinos puderam mudar de 6 de janeiro para 25 de dezembro a festa que até então era chamada de Mitraica, o aniversário do invencível sol... os sírios e os armênios idólatras e adoradores do sol, apegando-se à data de 6 de janeiro, acusavam os romanos, sustentando que a festa de 25 de dezembro havia sido inventada pelos discípulos de Cerinto."


3. A VERDADEIRA ORIGEM DO NATAL

O Natal é uma das principais tradições do sistema corrupto chamado Babilônia, fundado por Nimrode, neto de Cam, filho de Noé. O nome Nimrode se deriva da palavra "marad", que significa "rebelar". Nimrode foi poderoso caçador CONTRA Deus (Gn 10:9). Para combater a ordem de espalhar-se:
- criou a instituição de ajuntamentos (cidades);
- construiu a torre de Babel (a Babilônia original) como um quádruplo desafio a Deus (ajuntamento, tocar aos céus, fama eterna, adoração aos astros);
- fundou Nínive e muitas outras cidades;
- organizou o primeiro reino deste mundo.
A Babilônia é um sistema organizado de impérios e governos humanos, de explorações econômicas, e de todos os matizes de idolatria e ocultismo.

Nimrode era tão pervertido que, segundo escritos, casou-se com sua própria mãe, cujo nome era Semiramis. Depois de prematuramente morto, sua mãe-esposa propagou a perversa doutrina da reencarnação de Nimrode em seu filho Tamuz. Ela declarou que, em cada aniversário de seu natal (nascimento), Nimrode desejariapresentes em uma árvore. A data de seu nascimento era 25 de dezembro. Aqui está a verdadeira origem da árvore de Natal.

Semiramis se converteu na "rainha do céu" e Nimrode, sob diversos nomes, se tornou o "divino filho do céu". Depois de várias gerações desta adoração idólatra, Nimrode também se tornou um falso messias, filho de Baal, o deus-sol. Neste falso sistema babilônico, a mãe e o filho (Semiramis e Nimrode encarnado em seu filho Tamuz) se converteram nos principais objetos de adoração. Esta veneração de "a Madona e Seu Filho" (o par "mãe influente + filho poderoso e obediente à mãe") se estendeu por todo o mundo, com variação de nomes segundo os países e línguas. Por surpreendentemente que pareça, encontramos o equivalente da "Madona", da Mariolatria, muito antes do nascimento de Jesus Cristo!

Nos séculos 4o e 5o os pagãos do mundo romano se "converteram" em massa ao "cristianismo", levando consigo suas antigas crenças e costumes pagãos, dissimulando-os sob nome cristãos. Foi quando se popularizou também a idéia de "a Madona e Seu Filho", especialmente na época do Natal. Os cartões de Natal, as decorações e as cenas do presépio refletem este mesmo tema.

A verdadeira origem do Natal está na antiga Babilônia. Está envolvida na apostasia organizada que tem mantido o mundo no engano desde há muitos séculos! No Egito sempre se creu que o filho de Ísis (nome egípcio da "rainha do céu") nasceu em 25 de dezembro. Os pagãos em todo o mundo conhecido já celebravam esta data séculos antes do nascimento de Cristo.

Jesus, o verdadeiro Messias, não nasceu em 25 de dezembro. Os apóstolos e a igreja primitiva jamais celebraram o natalício de Cristo. Nem nessa data nem em nenhuma outra. Não existe na Bíblia ordem nem instrução alguma para fazê-lo. Porém, existe, sim, a ordem de atentarmos bem e lembrarmos sempre a Sua MORTE (1Co 11:24-26; Joã 13:14-17).

4. OUTROS COSTUMES PAGÃOS, NO NATAL: GUIRLANDA, VELAS, PAPAI NOEL

 A GUIRLANDA (coroa verde adornada com fitas e bolas coloridas) que enfeita as portas de tantos lares é de origem pagã. Dela disse Frederick J. Haskins em seu livro "Answer to Questions" (Respostas a Algumas Perguntas): "[A guirlanda] remonta aos costumes pagãos de adornar edifícios e lugares de adoração para a festividade que se celebrava ao mesmo tempo do [atual] Natal. A árvore de Natal vem do Egito e sua origem é anterior à era Cristã."

Também as VELAS, símbolo tradicional do Natal, são uma velha tradição pagã, pois se acendiam ao ocaso para reanimar ao deus sol, quando este se extinguia para dar lugar à  noite.

PAPAI NOEL é lenda baseada em Nicolau, bispo católico do século 5o. A Enciclopédia Britânica, 11ª edição, vol. 19, páginas 648-649, diz: "São Nicolau, o bispo de Mira, santo venerado pelos gregos e latinos em 6 de dezembro... conta-se uma lenda segundo a qual presenteava ocultamente a três filhas de um homem pobre... deu origem ao costume de dar em secreto na véspera do dia de São Nicolau (6 de dezembro), data que depois foi transferida para o dia de Natal. Daí a associação do Natal com São Nicolau..."
Os pais castigam a seus filhos por dizerem mentiras. Porém, ao chegar o Natal, eles mesmos se encarregam de contar-lhes a mentira de "Papai-Noel", dos "Reis Magos" e do "Menino Deus"! Por isso não é de se estranhar que, ao chegarem à idade adulta, também creiam que Deus é um mero mito.      -      Certo menino, sentindo-se tristemente desiludido ao conhecer a verdade acerca de Papai Noel, comentou a um amiguinho: "Sim, também vou me informar acerca do tal Jesus Cristo!"      -     É cristão ensinar às crianças mitos e mentiras? Deus disse: "... nem mentireis, nem usareis de falsidade cada um  com o seu próximo;"  (Lev 19:11). Ainda que à mente humana pareça bem e justificado, Deus, porém, disse: "Há um caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte."  (Prov 16:25).

Estudados os fatos, vemos com assombro que o costume de celebrar o Natal, em realidade, não é costume cristão mas, sim, pagão. Ele constitui um dos caminhos da Babilônia no qual o mundo tem caído!

5. O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE A ÁRVORE DE NATAL?

As falsas religiões sempre utilizaram a madeira, bem como as árvores, com fins de idolatria:

  
"Sacrificam sobre os cumes dos montes, e queimam incenso sobre os outeiros, debaixo do carvalho, e do álamo, e do olmeiro, porque é boa a sua sombra; por isso vossas filhas se prostituem, e as vossas noras adulteram."  
(Os 4:13)

  
"Não plantarás nenhuma árvore junto ao altar do SENHOR teu Deus, que fizeres para ti."  (Deut 16:21)

Essas árvores ou pedaços de madeira serviam para adoração e culto doméstico. O pinheiro – símbolo natalino – possui a mesma conotação.

6. É BÍBLICA A TROCA DE PRESENTES?

Biblioteca Sacra, vol. 12, páginas 153-155: "A troca de presentes entre amigos é característico tanto do Natal como da Saturnália, e os cristãos seguramente a copiaram dos pagãos, como o demonstra com clareza o conselho de Tertuliano".
O costume de trocar presentes com amigos e parentes durante a época natalina não tem absolutamente nada a ver com o cristianismo! Ele não celebra o nascimento de Jesus Cristo nem O honra! (Suponhamos que alguma pessoa que você estima está aniversariando. Você a honraria comprando presentes para os seus próprios amigos??... Omitiria a pessoa a quem deveria honrar??... Não parece absurdo deste ponto de vista?!...)

Contudo, isto é precisamente o que as pessoas fazem em todo o mundo. Observam um dia em que Cristo não nasceu, gastando muito dinheiro em presentes para parentes e amigos. Porém, anos de experiência nos ensinam que os cristãos confessos se esquecem de dar o que deviam, a Cristo e a Sua obra, no mês de dezembro. Este é o mês em que mais sofre a obra de Deus. Aparentemente as pessoas estão tão ocupadas trocando presentes natalinos que não se lembram de Cristo nem de Sua obra. Depois, durante janeiro a fevereiro, tratam de recuperar tudo o que gastaram no Natal, de modo que muitos, no que se refere ao apoio que dão a Cristo e Sua obra, não voltam à normalidade até março.

Vejamos o que diz a Bíblia em Mateus 2:1,11 com respeito aos presentes que levaram os magos quando Jesus nasceu:

  
"E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magoS vieram do oriente a Jerusalém, ... E, entrando na CASA, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, O adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-LHE dádivas: ouro, incenso e mirra."

7. POR QUE OS MAGOS LEVARAM PRESENTES A CRISTO?

Por ser o dia de seu nascimento? De maneira nenhuma! Pois eles chegaram muitas semanas ou meses depois do seu nascimento (Mt 2:16). Ao contrário do que mostram os presépios, Jesus já estava numa casa, não numa estrebaria.

Então, os magos deram presentes uns aos outros para deixar-nos exemplo a ser imitado? Não! Eles não trocaram nenhum presente com seus amigos e familiares, nem entre si mesmos, mas sim presentearam unicamente a CRISTO.

Por que? O mencionado comentário bíblico de Adan Clarke, vol. 5, pg.46, diz:"Versículo 11 ("ofereceram-lhe presentes"). No Oriente não se costuma entrar na presença de reis ou pessoas importantes com as mãos vazias. Este costume ocorre com freqüência no Velho Testamento e ainda persiste no Oriente e em algumas ilhas do Pacífico Sul."
Aí está! Os magos não estavam instituindo um novo costume cristão de troca-troca de presentes para honrar o nascimento de Jesus Cristo! Procederam de acordo com um antigo costume Oriental que consistia em levar presentes ao rei ao apresentarem-se a ele. Eles foram pessoalmente à presença do Rei dos Judeus. Portanto, levaram oferendas, da mesma maneira que a rainha de Sabá levou a Salomão, e assim como levam aqueles que hoje visitam um chefe de estado.

O costume de trocas de presentes de Natal nada tem a ver com o nascimento do Cristo de Deus, é apenas a continuação de um costume pagão.

8. UM "NATAL CORRIGIDAMENTE CRISTÃO"  PODERIA REALMENTE HONRAR A CRISTO?

Há pessoas que insistem em que, apesar das raízes do Natal estarem no paganismo, agora elas não observam o Natal para honrarem um falso deus, o deus sol, senão para honrarem a Jesus Cristo. Mas diz Deus:

  
"Guarda-te, que não te enlaces seguindo-as, ...; e que não perguntes acerca dos seus deuses, dizendo: 'Assim como serviram estas nações os seus deuses, do mesmo modo também farei eu.'    Assim não farás ao SENHOR teu Deus; porque tudo o que é abominável ao SENHOR, e que Ele odeia, fizeram eles a seus deuses; ...".  
(Deut 12:30-31)

  
"Assim diz o SENHOR: 'Não aprendais o caminho dos gentios, ...    Porque os costumes dos povos são vaidade; ...'"
 (Jr 10:2-3).
Deus disse-nos claramente que não aceitará este tipo de adoração: ainda que tenha hoje a intenção de honrá-Lo, teve origem pagã e, como tal, é abominável e honra não a Ele mas sim aos falsos deuses pagãos.

Deus não quer que O honremos "como nos orienta a nossa própria consciência":

    
"Deus é Espírito; e importa que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade".
 (Joã 4.24).

O que é a verdade? Jesus disse que a Sua palavra, a Bíblia, é a verdade (Joã 17:17).  E a Bíblia diz que Deus não aceitará o culto de pessoas que, querendo honrar a Cristo, adotem um costume pagão:

    
"Mas em vão me adoram, ensinando doutrina que são preceitos dos homens."
 (Mt 15:9).

A comemoração do Natal é um mandamento (uma tradição) de homens e isto não agrada a Deus.

    
"E assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus"
 (Mat 15:6).
 
   "Assim não farás ao SENHOR teu Deus; porque tudo o que é abominável ao SENHOR, e que ele odeia, fizeram eles a seus deuses..." (Deut 12:31)
Não podemos honrar e agradar a Deus com elementos de celebrações pagãs!

9. ESTAMOS NA BABILÔNIA, SEM O SABERMOS

Nem precisamos elaborar: quem pode deixar de ver nauseabundos comercialismo, idolatria, e contemporização, por trás do "Natal"?... E que diz Deus? Devemos "adaptar e corrigir o erro"? Ou devemos praticar "tolerância zero, separação total"?

  
"Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas."
 (Ap 18:4)


 

10. AFINAL, A BÍBLIA MOSTRA QUANDO NASCEU JESUS?

Jesus Cristo nasceu na festa dos Tabernáculos, a qual acontecia a cada ano, no final do 7º mês (Iterem) do calendário judaico, que corresponde [mais ou menos, pois o calendário deles é lunar, o nosso é solar] ao mês de setembro do nosso calendário. A festa dos Tabernáculos (ou das Cabanas) significava Deus habitando com o Seu povo. Foi instituída por Deus como memorial, para que o povo de Israel se lembrasse dos dias de peregrinação pelo deserto, dias em que o Senhor habitou no Tabernáculo no meio de Seu povo (Lev 23:39-44; Nee 8:13-18 ).

Em João 1:14 ("E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade."vemos que o Verbo (Cristo) habitou entre nós. Esta palavra no grego é skenoo = tabernáculo. Devemos ler "E o Verbo se fez carne, e TABERNACULOU entre nós, e...". A festa dos Tabernáculos cumpriu-se em Jesus Cristo, o Emanuel (Isa 7:14)  que significa"Deus conosco". Em Cristo se cumpriu não apenas a festa dos Tabernáculos, mas também a festa da Páscoa, na Sua morte  (Mat. 26:2; 1Cor 5:7), e a festa do Pentecostes, quando Cristo imergiu dentro do Espírito Santo a todos os que haveriam de ser salvos na dispensação da igreja (Atos 2:1).

Vejamos nas Escrituras alguns detalhes que nos ajudarão a situar cronologicamente o nascimento de Jesus:
·        Os levitas eram divididos em 24 turnos e cada turno ministrava por 1 semana, 2 vezes ao ano. Durante os sábados especiais, todos os turnos ministravam juntamente; 1Cr 24:1-19.
·        O oitavo turno pertencia a Abias (1Cr 24:10)
·        O primeiro turno iniciava-se com o primeiro mês do ano judaico – mês de Abibe Êxo 12:1-2; 13:4; Deut 16:1.
Temos a seguinte correspondência:
Mês (número)
Mês (nome, em Hebraico)
Turnos
Referências
1
Abibe ou Nisã = março
1 e 2
Êxo 13:4 Ester 3:7
2
Zive = abril
3 e 4
1Re 6:13
3
Sivã = maio
5 e 6
Est 8:9
4
Tamuz = junho
7 e 8 (Abias)
Jer 39:2; Zac 8:19
5
Abe = julho
9 e 10
Núm 33:38
6
Elul: agosto
11 e 12
Nee 6:15
7
Etenim ou Tisri = setembro
13 e 14
1Rs 8:2
8
Bul = outubro
15 e 16
1Rs 6:38
9
Chisleu = novembro
17 e 18
Esd 10:9; Zac 7:
10
Tebete = dezembro
19 e 20
Est 2:16
11
Sebate = janeiro
21 e 22
Zac 1:7
12
Adar = fevereiro
23 e 24
Est 3:7
                                                                 
Zacarias, pai de João Batista, era sacerdote e ministrava no templo durante o "turno de Abias" (Tamuz, i.é, junho) (Luc 1:5,8,9). Terminado o seu turno voltou para casa e (conforme a promessa que Deus lhe fez) sua esposa Isabel, que era estéril, concebeu João Batista (Luc 1:23-24) no final do mês Tamus (junho) ou início do mês Abe (julho). Jesus foi concebido 6 meses depois (Luc 1:24-38), no fim de Tebete (dezembro) ou início de Sebate (janeiro). Nove meses depois, no final de Etenim (setembro), mês em que os judeus comemoravam a Festa dos Tabernáculos, Deus veio habitar, veio tabernacular conosco. Nasceu Jesus, o Emanuel ("Deus conosco").


Em 1999, Hélio de M. Silva adaptou (excluiu/adicionou/modificou) algumas poucas palavras e até parágrafos de um estudo que estava em 18 sites de língua portuguesa, nenhum dando o nome do autor, mas parecendo ser tradução/adaptação do livreto "The Plain Truth About Christmas", publicado em 195x pela Worlwide Church of God (Armstrongnianismo melhorado?)



"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade". (2 Tm 2:15-ACF)
 
 

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

 

Por Magno Paganelli

Foram abertas novas vagas para a função de apologista na Igreja brasileira. É desejável conhecimento bíblico mínimo, uma vez que a causa será combater aqueles que nunca leram a Bíblia uma só vez. Aprecia-se conhecimento teológico básico, pelos mesmos motivos.

Parece piada, mas a situação é tal. Cada vez menos a Igreja “evangélica” conhece o evangelho, e como diz o adágio, “em terra de cego, quem tem olho é rei”.

Uma pesquisa recente realizada pela Sociedade Bíblica Ibero-americana no Brasil revelou que 50,68% dos pastores brasileiros nunca leram a Bíblia. Pergunto: o que estão ensinando, então? Respondo: – Nada, quando não o pior: ensinos antibíblicos e, portanto, anticristãos.

Ouvi, pessoalmente, um pastor esbravejando no púlpito que naquela noite ele “ensinaria o segredo para retirar os tesouros do céu para desfrutarmos aqui na terra”. Erro grosso, uma vez que Jesus ensinou exatamente o oposto: “Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros nos céus, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam” (Mt 6.19,20).

Outro pastor disse para a igreja que “naquele ano [2009] eles escreveriam Atos 29”, dando a entender que a Igreja faria evangelismo e missões. Em seguida disse para os irmãos abrirem suas Bíblias em Atos 29. Prontamente os membros e alguns pastores no púlpito puseram-se a procurar tal capítulo. O pastor perguntou: “Quem encontrou Atos 29 diga ‘Glória a Deus’”. O coro se fez ouvir. Achando estranho, ele insistiu: “Quem encontrou Atos 29 levante a mão”. Até alguns pastores levantaram suas mãos.

Na floresta amazônica, ao contrário do original bíblico em Gênesis 12, “deus [com “d” minúsculo mesmo] levantou um patriarca”. Cansado de ser simplesmente progenitor de apóstolos, o aero-profeta autodenominou-se patriarca, em pé de igualdade a Abraão. Será preciso atualizar a canção infantil que diz “Pai Abraão, tem muitos filhos, muitos filhos ele tem...” para “Pai Abraão, tem concorrente, um concorrente ele tem...”.

 em São Paulo, o “pastor zero-cal” cobra R$ 160,00 a inscrição para ordenação ao ministério, mais a taxa de R$ 255 para a credencial (R$ 415,00). Só para a sede foram ordenados mais de 1500 obreiros (faturamento de mais de R$ 622.500,00). Quem ganha salário mínimo não pode mais servir ao Senhor como obreiro. E mais: agora, pastor presidente de campo que não inscrever sua esposa para a arrecadação – digo ordenação – ao pastorado, perde o campo. Não adianta ter 50 anos de bons serviços ao Reino: se a esposa negar-se a consagração, está tudo acabado – e por “justa” causa.

Socorro, alguém defenda a doutrina e o bom senso na instituição, já que a defesa da Igreja é atribuição de Jesus.


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Alguém se interessa por você

Enquanto Davi se encontrava em exílio voluntário de seu povo, escondendo-se, como um animal no deserto, de um Saul enlouquecido de ciúme, ele compôs estas linhas lamentosas: “... pois não há quem me reconheça ... ninguém que por mim se interesse” (Salmo 142:4).

A verdade é que Alguém se interessava, e se interessa. As pessoas que mais freqüentemente se ajuntavam ansiosamente em volta de Jesus durante os seus dias de ensinamento eram os rejeitados, aquele grande grupo de homens e mulheres que conheciam bem seus próprios fracassos morais e espirituais e eram forçados a sentirem-nos ainda mais agudamente por uma elite religiosa que os via como inúteis e indignos. Jesus os tocava intensamente porque ele tão obviamente valorizava e se interessava por eles mesmo quando os chamava para arrependerem-se e seguirem-no.

Tal foi o caso quando Jesus ensinou aquela bem conhecida trilogia de parábolas concernentes às coisas perdidas que somente Lucas registra (Lucas 15). (Mateus de fato coloca a história da ovelha perdida num discurso anterior sobre humildade, Mateus 18:12-14). Grandes multidões tinham vindo ouvir Jesus pregar, enquanto um grupinho de fariseus cada vez mais antagonistas resmungava seu desdém por “este homem” que “recebe pecadores e come com eles” (Lucas 15:2). Jesus fez uma pausa em seu ensinamento para responder novamente a seus críticos que, em sua cegueira, continuavam repetindo uma acusação que não somente o elogiava, como indiciava severamente os acusadores.

Jesus pregava o evangelho do reino não como se fosse para aqueles que, como imaginavam, tinham se tornado dignos dele, mas como uma porta aberta a todos. A mensagem dos fariseus era uma mensagem de reforma de modo a ser digno finalmente para um chamado ao reino. O evangelho de Jesus era para pecadores como eram, prometendo perdão e boas vindas a cada coração crente e penitente. Realmente, como as duas primeiras parábolas confirmam, Jesus era pior do que os fariseus o tinham descrito. Ele não somente recebia pecadores mas continuava buscando-os!

Não há dúvida de que estas três parábolas sobre coisas perdidas e pessoas perdidas sejam dirigidas principalmente aos ataques dos fariseus. Elas começam muito enfaticamente como um apelo à natureza humana. Elas contêm o tipo de argumento “o que você faria?” que o Senhor freqüentemente usava (Lucas 14:5). O que qualquer pastor faria se perdesse uma ovelha? O que ele faria se a achasse? E o que uma dona de casa faria se perdesse algum dinheiro? E o que ela faria se o achasse? Tudo sobre estas ilustrações é tão natural que nem precisa de explanação. Todas as pessoas, até mesmo os fariseus, sentem falta de coisas perdidas e se regozijam grandemente quando são recuperadas, mesmo coisas tão mundanas como uma ovelha ou uma moeda. Está implícito em seu argumento: Certamente, um ser humano, ainda que degradado, vale tanto quanto qualquer destas coisas!

Interrogando ainda mais, Jesus está perguntando: “O que faríeis se perdêsseis um filho? O que faríeis se o encontrásseis de novo? E, se estivésseis onde Deus está e tivésseis perdido todos estes ‘filhos’ o que faríeis? E como vos sentiríeis se eles voltassem ao lar novamente? Se não entendeis o que estou fazendo, tentai entender-vos a vós mesmos!”

Esta foi a defesa parabólica de Jesus de sua preocupação com a recuperação moral dos degradados e sua crença que isso era absolutamente possível e digno. Para seus críticos, os coletores de impostos e pecadores eram somente insignificantes pedacinhos de refugo humano sem esperança, para com os quais eles eram indiferentes. Incoerentemente, estes seres humanos, feitos à imagem de Deus, valiam menos para os fariseus do que uma ovelha comum ou um dia de salário. Por elas não tinham interesse nem alegria. Estas parábolas dizem que era o comportamento dos fariseus que não era natural, até mesmo sub-humano, e não o do Senhor.

Na terceira e mais forte destas suas três parábolas, Jesus passa da defesa de seu próprio amor incompreendido para a repreensão dos fariseus pela falta dele. Ele lhes mostrou como deveriam ter sido; agora ele mostrar-lhes-á como eles são. O foco da Parábola do Filho Pródigo não está no “pródigo”, mas no irmão mais velho, que retrata de modo sombrio e trágico a atitude dos escribas egoístas.

Contudo mesmo nesta história de repreensão severa há amor e rogo àqueles a quem ela é dirigida. É um convite à alegria, um convite a partilhar o amor dele e do Pai pelos homens e mulheres perdidos de todas as qualidades; mas há uma estrada dura e humilhante que eles precisam trilhar antes que estejam prontos a recebê-la. E antes que acabe, eles ficarão assustados ao saberem que aqueles que eles tanto tinham desprezado já tinham feito a jornada antes deles.

Nestas parábolas talvez mais do que em qualquer outra é revelado o trabalho e o propósito reais do reino do céu. Perder este foco sobre o povo perdido, a sincera busca para encontrá-lo, a alegria entusiástica pela volta deles, é perder o Cristo que os ensinou.

domingo, 3 de outubro de 2010

LIMITES ESTREITOS DA ÉTICA EVANGELICA BRASILEIRA

LIMITES ESTREITOS DA
ÉTICA EVANGÉLICA BRASILEIRA


Há certos temas que são recorrentes na maior parte dos púlpitos brasileiros. Percebe-se a igreja, por exemplo, bastante preocupada com a pedofilia, a lei da homofobia, o aborto, a pornografia, o divórcio. Por motivo de integridade intelectual, não se pode crer no Novo Testamento e menosprezar esses assuntos. A liberdade de expressão, os direitos da criança, a santidade da vida humana, a pureza sexual e a importância do matrimônio são valores inegociáveis do cristianismo. Teme-se que -se essas iniquidades não forem combatidas pela igreja-, Deus julgará o seu povo.


Temos motivos, de fato, para nos preocupar. Porém, muito mais amplos do que o que inquieta a maior parte da igreja. Por que? Porque essas não são as únicas transgressões que a Bíblia denuncia e condena. Há iniquidades, tão graves quanto as supramencionadas -que passam despercebidas por aqueles cujos nomes constam no rol de membros das igrejas brasileiras-, e presentes de modo histórico, disseminado e crônico no Brasil.


Não se menciona nos nossos púlpitos a desigualdade social, o homicídio, as péssimas condições de moradia do pobre, a superlotação dos presídios, os salários baixos, a fome, a condição precária dos nossos hospitais, a falta de acesso a educação de qualidade. Como pensar que seremos julgados por Deus pela prática daqueles pecados e não destes? O fato de uns estarem em vias de ser institucionalizados e outros não, não faz diferença, pois jamais houve o caso de um povo ser justificado diante de Deus pela beleza da sua legislação. A lei sem obras é morta.


Tem que ser igualmente enfatizado que -o juízo de Deus começa pela sua casa. O que falar dos que dizem representar os interesses da igreja nas assembléias legislativas estaduais e Congresso Nacional, eleitos com o voto do crente, em campanhas realizadas no horário do culto a Deus? Alguns são reputados como os mais reacionários, vaidosos, alienados, corruptos que se tem notícia. Como deixar de fazer menção das igrejas que lavam dinheiro? Como não mencionar os pastores que deixam suas congregações se transformarem em currais eleitorais de canalhas, em troca de concessão de rádio, aparelhagem de som, legalização de propriedade e tijolo para construir templo?


Não podemos deixar de deplorar as grandes mobilizações -marchas ufanistas-, capazes de levar milhares para as ruas, para nada, absolutamente nada. Pessoas são assassinadas aos milhares nas cidades brasileiras, dinheiro público escoa pelo bueiro da corrupção, metade da população habita em bairros sem rede de esgoto, e a igreja se reúne em número incontável, nas principais cidades do Brasil, sem anunciar que está indo para as ruas a fim de combater essas provocações à santidade de Deus. Qual o motivo de uma passeata pelos direitos e garantias fundamentais do povo brasileiro jamais ter sido realizada pela igreja? A preocupação com a vida, no seu sentido mais amplo, não está presente nos corações dos seus membros, uma vez que estes encontram-se completamente alheios à obscenidade da violação dos direitos humanos, muitas vezes perpetrada pelo próprio Estado.


Deixaremos de denunciar as nossas instituições de ensino teológico, muitas das quais, ensinam o exato oposto proclamado pelas Escrituras Sagradas, sem ter quem faça oposição? De igual modo, muitos dos nossos pastores terão que, antes de denunciar os pecados dos de fora, aprender a se desfazer das jóias de ouro que ostentam, dos ternos caríssimos que exibem, dos carros luxuosos que dirigem e padrão de vida endossado por uma teologia que, só serve para justificar a riqueza dos profetas de causa própria, enquanto uma massa de crentes é mantida no padrão social mais baixo do país. Igualmente, convém proclamar, que envergonham os céus, campanhas para levantamento de ofertas que fazem tropeçar todo e qualquer brasileiro que tem cérebro, uma vez que apelam para a ignorância e crendice, num contexto de total falta de transparência da administração financeira das contas de suas instituições.


As afrontas a Deus em nossa nação e na igreja são mais amplas e sérias do que pensamos. Temos provocado a Deus. Por isso, o desrespeito da população brasileira pela igreja, o desprezo pela função do pastor, a falta de interesse dos meios de comunicação pelo que essa igreja pensa. Perdemos a credibilidade. Setores inteiros da nossa sociedade não conseguem se imaginar presentes em cultos barulhentos, onde não se fala coisa com coisa e dirigidos por homens de vida dúbia.


As maiores ofensas a Deus que ocorrem na nossa nação, só serão combatidas pela igreja, quando esta deixar de agir de modo espasmódico, ingênuo, estreito, superficial. Esses batalhas não se vencem sem evangelização que prega arrependimento para com Deus e fé em Jesus Cristo, oração, protesto nas ruas, busca de informação, pressão sobre as três esferas de poder da república, entre outras ações mais, tão ausentes da praxis das igrejas do nosso país. Somos protestantes. Atrás de nós, há uma legião de homens e mulheres que, por crerem no que creram, protestaram.


Enquanto nossa mensagem for determinada por uma pregação estranha às reais demandas morais e espirituais do Brasil, carente de relevância, pobre de pertinência histórica, falta de discernimento dos tempos e privada de fidelidade às Escrituras, continuaremos a deixar de pregar sobre aquilo que tão extensamente encontramos nos textos proféticos da Bíblia, e que seria proclamado com clareza, paixão e ousadia por qualquer profeta do passado que estivesse em nosso lugar -homens que costumavam ser valentes não apenas dentro do templo-, mas nos locais onde a verdade referente às demandas do direito e da justiça tinham que fluir como um grande e caudaloso rio.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

VOTANDO COM SABEDORIA..

Votando com sabedoria
Aproximação da eleição eleitoral faz com que muitos evangélicos se envolvam em polêmicas políticas



Apesar de se pregar que o voto é secreto, e que ninguém precisa saber em quem você vai votar, é importante lembrar que tal direito é uma prerrogativa, e não uma obrigação. No entanto, em alguns casos, já que não é proibido divulgar o voto, há quem tem sido comentado na mídia nacional por ter declarado publicamente o voto, virando alvo de polêmica. Entre alguns nomes, estão: o Bispo Manuel Ferreira e o Pastor Silas Malafaia.

No caso do Bispo e deputado federal Manuel, foi divulgado na imprensa que ocorrerá um encontro organizado por ele na sexta-feira em Brasília com algumas lideranças evangélicas. Muitos fiéis se mostraram indignados com a decisão do religioso de anunciar o apoio do Ministério Madureira — ramo importante da Assembleia controlado por Ferreira —, à candidatura petista.

Já o assunto que levou o Pastor Silas as páginas da internet – liderando o ranking Trending Topics – foi a divulgação de seu voto, que antes era de Marina, mas agora é do candidato do PSDB, Serra. Segundo o pastor Marina não tem firmeza. “Eu queria entender como uma pessoa que se diz cristã, membro da Assembleia de Deus, afirma que se for eleita presidente do Brasil vai convocar um plebiscito para que o povo decida se aprova ou não o aborto, ou se aprova ou não o uso da maconha.”, condena.


Possíveis relatos de Dilma prejudicam a petista

De uma hora para outra muitos evangélicos cogitam mudar o voto. Após um boato de que Dilma teria dito “nem mesmo querendo, Cristo me tira esta vitória. As pesquisas comprovam o que estou dizendo. Vou ganhar no primeiro turno”. Essa suposta frase de Dilma, fez com que caixas de e-mail fossem lotadas com textos não assinados e que pediam aos evangélicos para repensar o voto.


Apesar de, até o momento, não ter sido provado se a candidata a presidência disse ou não a frase, existem outros vídeos que tentam prejudicar a imagem da petista. Em alguns deles, é possível assistir trechos de um discurso de Dilma: “Fiquei presa três anos”, no entanto o complemento do vídeo explicando não foi divulgado. A prisão teria sido na época da Ditadura Militar.

Enfim, as eleições estão chegando, é preciso ficar atento a todos os fatos e, independente de religião, escolher pelo histórico e propostas políticas.

MEU POSICIONAMENTO SOBRE AS ELEIÇOES DE DO DIA 03 DE OUTUBRO 2010

Meu posicionamento sobre as eleições do dia 3
graça e paz amigos,

Eu e o Brasil inteiro que já está conectado e que presta atenção nos emails que recebem, tem recebido nas ultimas duas semanas uma imensidão de emails que falam sobre candidatos evangélicos, sobre candidados a presidência, senado e muitos outros.

Não sei se você já parou para ler algum deles ? Eu li todos os que recebi, e depois disso tenho visto uma série de pessoas próximas num ato as vezes de “desencargo de consciência” retransmitindo para todos de sua lista criando uma corrente.

Não se trata de ideologia política. Nos brasileiros em sua maior parte, votam no candidato que está na frente por conta de não “perder” o voto. Neste momento de boca de urna, levantar impressões nas pessoas que ainda não se decidiram ou tentar adiar a opinião das pessoas que já se decidiram é besteira, deixa eu expor apenas uma meia duzia de fatos que pra mim são relevantes e eu espero que esteja dando a minha contribuição para você:

Deus é contra o aborto, um filho é o maior presente na vida de uma pessoa, é uma benção, e mesmo que venha por erros, problemas ou qualquer outra adversidade.
A Biblia que pode sim ter sido alterada, mas o espírito d’Aquele que a escreveu, e que nos capacita e está conosco em todos os momentos nos dá a certeza que o Homem nasceu para ser um com uma Mulher, é o natural e qualquer outra forma é abobinação.
Ter um evangélico no poder supremo do Brasil, não vai nos garantir sossego, tranquilidade ou Paz, temos dezenas de péssimos exemplos em governos estaduais, municipais e em todas as outras camadas de poder (executivo, legislativo e judiciário).
o Brasil realmente virou uma referência para os outros países, temos a copa, as olimpíadas e estes eventos vão certamente alavancar nossa economia crescer como tem crescido.
Houve uma melhor distribuição de renda nos ultimos anos, mas, lembra de 1998 a crise que tivemos que achamos que estavamos crescendo e na verdade o FMI foi a salvação? 60% dos brasileiros estão consumidos pelo endividamento. Isso significa que o Brasil cresceu, mas 60% das pessoas não cresceram tanto como as notícias do jornal, mas por acharem, estão afundados em dívidas, e muitos já não tem como sair delas e em tempo oportuno seu crescimento será tomado de volta.
A política é suja, e os que hoje prometem aumento e não deram quando podia, são iguais aos que prometiam e que não dão hoje. Existe uma ação do inferno por de trás de muitas campanhas, e VOCÊ é responsável pelo Brasil que teremos daqui pra frente!

Ore ao Senhor e peça a orientação dele sobre a sua decisão!

obrigado pela atenção, Deus te abençoe!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O GRANDE ENGANO

Palavras como disfarce, imitação ou cópia são conhecidas de todos. Também no cristianismo há pessoas que se dizem “cristãs”, mas no fundo não o são.

Um automóvel parou ao meu lado em um espaço para descanso à margem de uma auto-estrada na Alemanha. Alguém me ofereceu os “melhores artigos de couro” por pouco dinheiro. Como fui totalmente surpreendido pela oferta e também tinha pouco tempo, comprei um objeto pequeno. Apenas mais tarde percebi o tipo de “artigo de couro” que havia adquirido: uma imitação barata, que desmontava só de olhar para ela.

Há muitas coisas falsas, quase idênticas às verdadeiras, difíceis de distinguir das genuínas, como roupas, relógios, jóias, quadros, tapetes, etc. Precisamos de especialistas que consigam diferenciar entre o verdadeiro e o falso com base em detalhes mínimos.

Também no cristianismo há imitações, disfarces, cópias, cristãos que parecem verdadeiros e, no entanto, são falsos. Isso é ilustrado de forma clara na parábola das dez virgens (Mt 25.1ss): exteriormente, as cinco virgens néscias eram muito parecidas com as sábias, exceto pelo fato de que lhes faltava o óleo (um símbolo do Espírito Santo que habita nos salvos). Muitos vivem uma vida cristã porque são levados pela corrente do cristianismo que os cerca. Seu ambiente é cristão e por isso eles também o são.

Não quero que esta mensagem roube a certeza da salvação de ninguém que tenha no coração essa convicção pelo testemunho do Espírito de Deus. Além disso, tenho certeza de que um cristão espiritualmente renascido não pode se perder (Hb 10.10,14). Mas também não quero que alguém ponha sua confiança em uma falsa segurança, em algo que nem mesmo existe.

Às vezes admiramo-nos quando pessoas, que eram consideradas cristãos autênticos, de repente se desviam da fé e não querem ouvir mais nada a respeito de Jesus e da obra que Ele realizou na cruz do Calvário, chegando até mesmo a negá-la. O apóstolo João também passou por essa experiência dolorosa, descrita em sua primeira carta: “Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos” (1 Jo 2.19).


Este buquê de flores é verdadeiro ou não? Também no cristianismo há imitações, cristãos verdadeiros e falsos cristãos.
A Bíblia não esconde o fato de que além do cristianismo verdadeiro, legítimo, renascido da “água e do espírito”, há também um cristianismo aparente, formado por “cristãos” que não estão ligados a Jesus, não estão enraizados nEle, não vivem nEle e por Ele. Mesmo que tudo pareça legítimo, eles não passam de uma imitação. É desses “cristãos” que Paulo fala ao escrever a Timóteo, em sua segunda carta: “...tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes” (2 Tm 3.5). A Edição Revista e Corrigida diz: “...tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te”. Na Nova Versão Internacional lemos: “...tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afaste-se desses também”.

Sendo cristão sem ser cristão
De acordo com pesquisas nos EUA, quase metade dos americanos se dizem cristãos renascidos. Mas uma análise mais aprofundada revelou que muitos confundem o novo nascimento com uma sensação positiva a respeito de Deus e de Jesus.

Um levantamento estatístico entre os cristãos praticantes nos EUA apresenta resultados desanimadores, o que também é representativo em relação à Europa:

20% nunca oram
25% nunca lêem a Bíblia
30% nunca vão à igreja
40% não apóiam a “obra do Senhor” por meio de ofertas
50% nunca vão à Escola Bíblica Dominical (de todas as faixas etárias)
60% nunca vão a um culto vespertino
70% nunca dão dinheiro para missões
80% nunca freqüentam uma reunião de oração
90% nunca realizam culto em família [1]
Se a situação já é assim na América marcada pela influência do puritanismo, quanto mais na superficial Europa.

O próprio Senhor Jesus advertiu a respeito da confissão nominal, que carece de conteúdo verdadeiro, ou seja, que não está de acordo com o que vai no coração: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade” (Mt 7.21-23). Com isso, o Senhor esclarece quatro pontos básicos: há duas coisas que não são de forma alguma suficientes para que alguém seja salvo, e outras duas são imprescindíveis para que alguém seja redimido.

Duas coisas insuficientes para a salvação
Nem a simples confissão “Senhor, Senhor” (1) nem as obras em nome de Jesus (2) são suficientes para alcançar a salvação eterna. Em muitas igrejas, denominações e entidades cristãs as orações são meramente formais, os atos de caridade são feitos em nome de Jesus sem que aqueles que os realizam pertençam a Ele ou sejam filhos de Deus. Quantos indivíduos “cristãos” realizam atos cristãos sem pertencerem a Cristo! É assustador que no fim Jesus até mesmo condena as suas ações como sendo iníquas: “Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade”.

Duas coisas imprescindíveis para a salvação
Precisamos fazer a vontade de Deus (1) e precisamos ser conhecidos por Deus (2).

1. Fazer a vontade do Pai celeste não é realizar muitas boas ações, pequenas e grandes, mas ter fé em Jesus Cristo, entregar conscientemente a vida a Ele e obedecer-Lhe na prática.

O judaísmo da época de Jesus tinha “boas ações” para apresentar: muitos eram fanáticos em seguir a lei, lidavam com a Palavra de Deus, expulsavam maus espíritos e faziam milagres. Mas uma coisa eles não queriam: crer em Jesus Cristo e, assim, aceitar a misericórdia que recebemos por meio dEle. Pensavam que chegariam ao céu sem Ele, que Deus reconheceria as suas obras e lhes permitiria entrar. Porém, foi justamente nesse ponto que Jesus tratou de contrariar seus planos. Eles tinham de aprender e aceitar que a vontade de Deus era que reconhecessem sua própria falência espiritual e cressem em Jesus.

Nós enfrentamos o mesmo problema hoje. “Cristãos” nascidos em um ambiente cristão pensam que conseguirão ir para o céu por meio de obras cristãs. Ao lhes dizermos que nada disso serve, que no fim das contas as suas ações são iniqüidades inaceitáveis aos olhos de Deus e que eles continuam perdidos, a grande maioria reage de forma irritada, por pensar que não precisam de Jesus pessoalmente. Quando Jesus foi questionado: “Que faremos para realizar as obras de Deus?”, Ele respondeu: “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado” (Jo 6.28-29).

2. Precisamos ser conhecidos por Deus. Haverá pessoas das quais Jesus dirá naquele dia: “Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade”.

Não é suficiente crer em Jesus de forma superficial, reconhecê-lO, acreditar em Sua existência ou aceitá-lO até certo ponto. Não – é preciso que haja um encontro pessoal com Ele.

Posso dizer: “Conheço o presidente do Brasil”. De onde o conheço? De suas aparições na mídia. Mas será que ele me conhece? Claro que não! No entanto, se eu fosse convidado a visitá-lo, teria a oportunidade de ser conhecido por ele.

O Senhor Jesus convida cada ser humano, de forma pessoal, a entregar-se a Ele: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28). Quem aceita esse convite, quem se achega a Ele com todos os seus pecados, quem O aceita em seu coração e em sua vida e crê em Seu nome (Jo 1.12), esse é conhecido por Ele. Quem fez isso reconheceu o Pai e o Filho de Deus e entrará no céu: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3).

“Tens nome de que vives...
...e estás morto” (Ap 3.1). Há muitos que se chamam de “cristãos”, mas o são apenas nominalmente. O Senhor Jesus falou de pessoas que imaginariam servir a Deus matando justamente Seus verdadeiros filhos: “Eles vos expulsarão das sinagogas; mas vem a hora em que todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus. Isto farão porque não conhecem o Pai, nem a mim” (Jo 16.2-3).


Em muitas igrejas, denominações e entidades cristãs as orações são meramente formais, sem que aqueles que rezam pertençam a Jesus.
Eles reivindicam autoridade teológica, pensam servir a Deus, mas não conhecem nem o Pai nem Jesus Cristo. Isso aconteceu, por exemplo, na época das Cruzadas e da Inquisição. Hoje também existe uma teologia que reivindica toda autoridade para si e rejeita os que se baseiam na Palavra de Deus. Basta lembrar das muitas seitas e do islamismo, que afirmam que Deus não tem um Filho.

Já no século VII antes de Cristo, na época do profeta Jeremias, havia dignitários religiosos meramente nominais. Ouvimos o lamento de Jeremias: “Os sacerdotes não disseram: Onde está o Senhor? E os que tratavam da lei não me conheceram, os pastores prevaricaram contra mim, os profetas profetizaram por Baal e andaram atrás de coisas de nenhum proveito” (Jr 2.8).

Mesmo um cristão meramente nominal pode apostatar da fé. Quem com sua boca confessa ser cristão, mas não pratica o cristianismo no dia-a-dia, precisa aceitar que outros lhe perguntem se não está enganando a si mesmo.

Não é exatamente isso que vemos hoje? Muitos teólogos abandonaram a fé bíblica e correm atrás de convicções que não servem para nada. Eles se abriram para religiões e correntes espirituais que não têm absolutamente nada a ver com Jesus Cristo. Isso também já aconteceu na época em que o povo de Israel peregrinou pelo deserto. Depois de ter louvado a grandeza e a soberania de Deus (Dt 32.3-4), Moisés emendou uma declaração sobre os infiéis: “Procederam corruptamente contra ele, já não são seus filhos, e sim suas manchas; é geração perversa e deformada” (v.5). Portanto, realmente é possível que aqueles que não são Seus filhos se tornem infiéis a Ele.

É dito a respeito dos filhos de Eli: “Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não se importavam com o Senhor... Era, pois, mui grande o pecado destes moços perante o Senhor, porquanto eles desprezavam a oferta do Senhor” (1 Sm 2.12,17). Não reconheceram ao Senhor porque desprezaram o sacrifício. Enquanto uma pessoa (por mais cristã que se considere) desprezar o sacrifício de Jesus pelo pecado, não reconhecerá o Senhor.

Todos os israelitas saíram do Egito, mas da maior parte deles Deus não se agradou, motivo pelo qual tiveram de morrer no deserto (veja 1 Co 10.1-12).

Como exemplo especial de alguém que era crente nominal e que realizava obras, mas que ainda assim estava espiritualmente morto, lembro de Balaão (veja Nm 22-24):

Ele era um homem a quem Deus se revelava, com quem Deus falava (Nm 22.9).
No começo ele foi obediente (Nm 22.12-14).
Ele afirmava conhecer o Senhor e O chamou de “meu Senhor” e “meu Deus” (Nm 22.18).
Ele adorava o Senhor (Nm 22.31).
Ele reconhecia a sua culpa (Nm 22.34).
Ele estava disposto a servir (Nm 22.38).
Deus colocou Suas próprias palavras na boca de Balaão (Nm 23.5).
Balaão abençoou Israel três vezes (Nm 23 e 24).
Ele testemunhou da sinceridade e da fidelidade de Deus (Nm 23.19).
Ele falou três vezes do Messias como Rei de Israel (Nm 23.21; Nm 24.7,17-19).
O Espírito Santo veio sobre ele (Nm 24.2).
Ele testemunhava ser um profeta de Deus (Nm 24.3-4).
Balaão confirmou a bênção e a maldição de Deus sobre os amigos e inimigos de Abraão (Nm 24.9, Gn 12.3).
Ele colocou o mandamento de Deus acima de bens materiais (Nm 24.13).
Ele falou profeticamente a respeito do futuro dos povos, sobre a chegada do Messias e chegou a mencionar o Império Mundial Romano [Quitim] (Nm 24.14-24).
Apesar de tudo isso, a Bíblia chama Balaão de falso profeta, vidente e sedutor (veja Nm 31.16; Js 13.22; Ne 13.1-3; 2 Pe 2.15-16; Jd 11; Ap 2.14-16). Por quê? Porque Balaão fazia concessões e aceitava comprometimentos, e levou o povo de Deus a se misturar com outros povos. Havia uma discrepância entre suas palavras e ações. “Habitando Israel em Sitim, começou o povo a prostituir-se com as filhas dos moabitas. Estas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu e inclinou-se aos deuses delas. Juntando-se Israel a Baal-Peor, a ira do SENHOR se acendeu contra Israel” (Nm 25.1-3). Balaão havia levado Israel a essa prostituição (Nm 31.16; Ne 13.1-3). Pedro chama Balaão de alguém que “amou o prêmio da injustiça”. Na Epístola de Judas ele é chamado até mesmo de enganador (“erro de Balaão”) e no Apocalipse ele é apresentado como alguém que “armou ciladas”.

A Bíblia diz a respeito das pessoas nos últimos tempos que “os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados” (2 Tm 3.13). Quem tende a prostituir-se espiritualmente ou a comprometer sua fé e suporta, permite e pratica essas coisas sem que sua consciência o acuse, tem motivo para crer que, apesar das aparências, não é um cristão verdadeiro. Com isso não estou me referindo à luta contra o pecado, que qualquer filho de Deus enfrenta. Não, aqui não se trata de “derrotas” na fé e na obediência, mas de lidarmos com o pecado de forma consciente e indiferente, de deliberadamente escolhermos a prática pecaminosa.

Não somos salvos por nossas próprias obras, mas somente pela fé em Jesus Cristo, pela conversão a Ele. Só aqueles que O aceitam, ao Filho de Deus, em seu coração e em sua vida, com fé infantil, poderão realizar obras que testemunhem a veracidade de sua fé. Essa fé precisa estar “enraizada” na Palavra de Deus. Em Sua parábola sobre o semeador, Jesus diz que há pessoas que aceitam a Palavra de Deus com alegria, mas não criam raízes para ela e mais tarde a abandonam (Mt 13.20-21). A raiz liga a planta à terra, da qual ela vive, lhe dá firmeza, extrai alimento e o conduz à planta. A raiz é um símbolo do Espírito Santo, por meio do qual estamos enraizados em Deus. O Espírito Santo nos traz a vida em Deus, à medida que extrai alimento das Escrituras.


Qualquer planta precisa ter raízes para poder absorver água e alimentos. Assim, todo cristão também precisa estar enraizado em Jesus Cristo.
Podemos aceitar a Palavra de Deus de forma superficial, podemos simpatizar com o Senhor, podemos acompanhar os cristãos durante algum tempo, mas depois nos afastar novamente, porque nunca nascemos realmente de novo e por isso nunca tivemos “raízes”.

Jesus disse aos Seus discípulos, àqueles que O seguiam: “Contudo, há descrentes entre vós. Pois Jesus sabia, desde o princípio, quais eram os que não criam e quem o havia de trair” (Jo 6.64). De acordo com Hebreus 6.4-6, há pessoas que foram “iluminadas”, que “provaram o dom celestial”, e que até “se tornaram participantes do Espírito Santo” e ainda assim caíram. Por quê?

Porque foram iluminadas, mas elas mesmas nunca se tornaram luz. A luz pode se refletir em mim, e então estou iluminado; mas é preciso mais para que eu mesmo seja luz.
Porque provaram, mas não comeram (aceitaram). Posso sentir o cheiro do pão, provar o seu sabor (assim como o enólogo, que toma um pouco de vinho na boca para testar seu aroma, mas depois o cospe fora). Mas é preciso que aconteça mais: precisamos comer o pão, ingeri-lo. Não basta “provar” Jesus, ou seja, experimentá-lO – precisamos aceitá-lO em nós (Jo 6.53-56,63; Jo 1.12).
Porque participaram do efeito do Espírito Santo, mas nunca O receberam pessoalmente. Ao ler a Palavra de Deus, ao freqüentar um culto, posso participar do efeito do Espírito Santo. Mas isso não é suficiente. Não – é preciso que haja uma renovação espiritual real.
É possível que pessoas assim imitem o cristianismo durante algum tempo, acompanhem e participem de uma igreja local. Mas um dia elas “cairão” e negarão a Jesus. Então muitos se perguntam espantados: “Como isso é possível?”

Quando o Senhor Jesus falou de comer Sua carne e beber Seu sangue para ganhar a vida eterna (Jo 6.53-59), muitos de Seus discípulos disseram: “Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” (v. 60) e se afastaram dEle (v. 66), apesar dEle ter lhe explicado de antemão o que isso significava: “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (v. 63).

Tornar-se cristão apesar de ser “cristão”
Enganam-se a si mesmos os que pensam que todos são cristãos! Muitas vezes, quando questionei pessoas que davam a entender isso, a resposta era: “Meus pais são cristãos”, ou: “Minha família é cristã!” Um conhecido evangelista costumava responder a essas afirmativas: “Se alguém nasce em uma garagem, isso não significa que seja um automóvel! E quando alguém nasce em uma família cristã, ainda falta muito para que se torne cristão!” (extraído de um livro de Wilhelm Busch).

Jesus disse a Pedro: “Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos” (Lc 22.32). Por um lado, o Senhor confirmou a fé de Pedro. Por outro lado, porém, Ele falou da necessidade de sua conversão futura. Pedro poderia ter retrucado: “Senhor, sou judeu, um filho de Abraão. Cumpro os mandamentos, fui circuncidado ao oitavo dia, guardo o sábado, oro três vezes ao dia, celebro a Páscoa e faço os sacrifícios. E já Te sigo há três anos...” Mesmo assim, ele ainda precisava converter-se. Da mesma forma Paulo, o grande defensor da lei, precisou se converter, assim como todos os outros apóstolos e discípulos.

Toda pessoa precisa se converter se quiser ser salva – inclusive os “cristãos”, sejam eles membros da igreja católica romana, protestantes, evangélicos ou de uma família cristã. Não são poucos os que nascem no cristianismo, da mesma forma como os judeus nascem no judaísmo. Mas, não é esse nascimento que dá a salvação, alcançada somente através de um “novo nascimento”: “Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3). Precisamos nos converter mesmo que tenhamos sido batizados quando pequenos, freqüentado aulas de catecismo ou participado de cultos. Se não nascermos de novo, continuaremos perdidos.

Mais tarde, quando o apóstolo Pedro se converteu e experimentou o novo nascimento, ele escreveu em sua primeira carta: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros” (1 Pe 1.3-4).

Quem carrega em si o testemunho do Espírito Santo a respeito de seu novo nascimento (Rm 8.16) deve alegrar-se com essa certeza e agradecer a Jesus Cristo por ela. Mas quem não possui esse testemunho inconfundível do Espírito Santo e ainda assim pensa ser cristão, está sujeito a um grande engano. Mas hoje esses “cristãos”, e qualquer pessoa que queira ser salva, pode alcançar a certeza da salvação, se converter-se de forma muito séria a Jesus Cristo. Então, por que esperar mais?....

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

AÇAO SOCIAL E POLITICA A BASE BIBLICA.

Alicerce Bíblico Para Um Envolvimento Social e Político Dentro da Estrutura Dispensacionalista Tradicional
O dispensacionalismo tradicional[1] ganhou a reputação de não demonstrar interesse pelo engajamento social e político. Essa imagem do dispensacionalismo pode ou não ser justa. Creio que em grande parte seja verdadeira com notáveis exceções.[2] Entretanto, a despeito de ser ou não desenvolvida e aplicada, a concepção dispensacionalista é capaz de produzir uma teologia do envolvimento social e político que seja coerente com os princípios que norteiam o dispensacionalismo. O objetivo deste estudo é o de esboçar os elementos principais que realmente distinguem essa teologia.


Todo ser humano é individualmente responsável diante de Deus pela obra da criação, a qual foi planejada com o objetivo de glorificar a Deus.
As alianças apresentadas na Bíblia propiciam uma estrutura que serve de referência para sabermos a maneira pela qual Deus deseja que procedamos em cada área da vida. Se as primeiras alianças registradas em Gênesis dizem respeito a Adão e seus descendentes (i.e., todo o gênero humano), é razoável que os limites e prerrogativas de tais alianças se apliquem a toda a humanidade. De que maneira?

A Aliança Edênica
A Aliança Edênica (Gn 1.18-30; Gn 2.15-17) apresenta o princípio fundamental que Deus utilizou, antes da entrada do pecado no mundo, para estabelecer Seu governo e relacionamento com o ser humano; aliança essa que tem caráter condicional. A proibição de comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal foi um teste que Deus estipulou para Adão no passado (Gn 2.15-17) e, portanto, não é uma regra que possamos transgredir nos dias atuais (veja, também, Rm 5.13-14). Contudo, o Mandato Cultural (Gn 1.26-28) não ficou restrito apenas a Adão. Tal Mandato estabelece a base da responsabilidade individual do ser humano e dos deveres sociais, políticos e econômicos, bem como a responsabilidade final de toda a humanidade, perante Deus, ao longo da história que se seguiu. Foi através dessa aliança que Deus definiu a função cultural e pública a ser desempenhada pela humanidade na história. É uma descrição resumida das tarefas do ser humano.

As Instituições Divinas
As instituições divinas são convenções que atuam dentro dos dispositivos das alianças bíblicas e que dizem respeito à vida do ser humano na sociedade. A primeira vez que ouvi falar desse ensino bíblico, denominado por alguns de “Instituições Divinas”, foi há aproximadamente 35 anos, por intermédio do pastor Charles Clough.[3] Ele declara: “As instituições divinas são estruturas reais e absolutas que integram a existência social do ser humano”.[4] Segundo Clough, “a expressão ‘instituição divina’ tem sido usada há séculos pelos cristãos, principalmente no âmbito teológico reformado, para designar o sistema social básico e permanente”.[5] As instituições divinas foram criadas por Deus, daí o termo “divinas”, e se aplicam a toda a humanidade desde o tempo de Adão e Eva. As estruturas sociais básicas da humanidade não passaram por nenhum processo evolutivo ao longo do tempo, mas já faziam parte da criação de Deus.

A primeira instituição divina é o domínio responsável (Gn 1.26-30; Gn 2.15-17; Sl 8.3-8), que enquadra o ser humano como um indivíduo responsável diante de Deus. O homem foi criado com a responsabilidade de ser o vice-regente de Deus para administrar o planeta Terra sob a autoridade de Deus. A queda do homem no pecado [i.e., a Queda] resultou na perversão da responsabilidade humana, porém tal responsabilidade nunca foi abolida.[6] Isso implica que todo ser humano é individualmente responsável diante de Deus pela obra da criação, a qual foi planejada com o objetivo de glorificar a Deus. Deus a planejou para que, através das escolhas de cada indivíduo, um registro de obediência ou rebelião contra o Criador ficasse evidente na história. Após a Queda, comenta Clough, “em vez de dominar sobre a Terra de modo pacífico e piedoso, sob a orientação de Deus e de Sua Palavra, o ser humano luta e usa suas garras para conquistar um falso domínio estabelecido com suas próprias obras (cf., Tg 4.1-4)”.[7] A escolha individual diz respeito à área na qual alguém tem a opção de confiar em Cristo como seu Salvador ou rejeitá-lO. Ninguém pode fazer essa decisão em favor de outra pessoa. Trata-se de uma escolha individual.


“A família existe com a finalidade de instruir a próxima geração (cf., Êx 20.12; Dt 6.4-9; Ef 6.1-4)”.
A segunda instituição divina é o casamento (Gn 2.18-24). Tal instituição é uma inferência do casamento original de Adão e Eva, registrado em Gênesis 2. É exclusivamente dentro desse contexto que as relações sexuais podem ser desfrutadas e, juntos, marido e mulher devem cumprir o mandato cultural de governar a criação. Constata-se no texto bíblico que a mulher é chamada de “auxiliadora”, trazida por Deus a Adão, já que este tinha necessidade de uma cooperadora que lhe fosse compatível e que o ajudasse a cumprir sua vocação de governar a natureza. “Diferente dos animais, a assim chamada diferenciação sexual no gênero humano não serve apenas para a procriação; também serve para o exercício do domínio”.[8] “Posteriormente, a suprema importância da estrutura do casamento aparece no Novo Testamento, quando Paulo revelou o fato de que tal estrutura tipifica a união de Cristo com a Igreja (Ef 5.22-23)”.[9] Clough faz este comentário esclarecedor:

O gênero humano só pode expressar a imagem de Deus na condição de “homem e mulher” juntos (Gn 1.27). Isso se deve ao fato de que Deus possui certas características que são, por natureza, “femininas” (p. ex., Mt 23.37). Além disso, a função da mulher, descrita em Gênesis 2.18 como “auxiliadora”, não foi designada como algo inferior e degradante. Em outras passagens das Escrituras o mesmo termo original hebraico é usado em referência ao próprio Deus na qualidade de “auxiliador” (Êx 18.4; Dt 33.7) [...] Contudo, a Bíblia, indiscutivelmente, dá ênfase ao varão como aquele que recebe o chamado de Deus, um chamado que se configura na escolha de uma esposa [...] Juntos, numa divisão de trabalho, marido e mulher deixam suas respectivas famílias e, ao contrário da idéia de agregação e ampliação familiar, o rapaz, diretamente subordinado a Deus, tem que assumir a plena responsabilidade de liderança do lar.[10]

A terceira instituição divina, edificada sobre o alicerce das duas primeiras instituições, é a família. “Segundo a Bíblia, a família é a unidade básica da sociedade, não o indivíduo (sob a Lei Mosaica, por exemplo, o direito de posse de uma propriedade pertencia às famílias)”.[11] “A família existe com a finalidade de instruir a próxima geração (cf., Êx 20.12; Dt 6.4-9; Ef 6.1-4)”.[12] A família é a instituição responsável pela continuidade de cada legado familiar, cabendo-lhe a tarefa da educação e da provisão para o bem-estar. Mesmo que uma família decida delegar o ensino a professores, ainda assim ela continua com a responsabilidade de cuidar para que a criança seja devidamente educada. Clough afirma:

A família e o casamento não podem ser dissociados do domínio. Onde houver perversão do domínio e deterioração do ambiente, haverá, por conseguinte, fome e pobreza. A sociedade na qual o casamento é desonrado e famílias são separadas, inevitavelmente entra em colapso. Não pode haver preservação através de um punhado de leis, nem por meio de programas ideológicos ou “redefinições” dos conceitos de casamento e família. Deus planejou as instituições divinas com o intuito de proporcionar domínio e prosperidade.[13]

A Queda não alterou nenhuma das instituições divinas; em vez disso, corrompeu o ser humano que passou a fazer mau uso delas. Clough explica:

Quando se depara com a corrupção em cada uma dessas estruturas sociais, o ser humano decaído reage de várias maneiras. Uma das maneiras é a de reinterpretar a luta contra o pecado pelo ponto de vista da economia (“a luta de classes” de Marx) ou da raça (tanto os racistas de cor branca quanto os de cor negra) ou, ainda, pelo ponto de vista da psicologia (Freud e outros tantos). Outra evasiva é a de abandonar as próprias instituições, considerando-as como “convenções” sociais obsoletas e arbitrárias que precisam de uma “reengenharia”. Contudo, todas essas reações são falhas que custam caro para as sociedades que as cometem. No fim, tais reações refletem a mentalidade pagã que não reconhece a responsabilidade do homem pela queda no pecado nem a anormalidade do mal.[14]


A quinta instituição divina é a diversidade tribal, a qual também foi estabelecida após o Dilúvio com a finalidade de promover a estabilidade social num mundo corrompido pelo pecado.

Instituições Divinas Posteriores à Queda
Pelo menos duas outras instituições divinas foram estabelecidas depois da Queda do homem no pecado. Ambas foram instituídas após o Dilúvio e foram designadas com o propósito de restringir o mal num mundo corrompido. As três primeiras instituições divinas são instituições sociais positivas ou produtivas, enquanto que estas duas últimas são instituições divinas de caráter negativo, destinadas a conter o avanço do mal num mundo degradado.

O governo civil é a quarta instituição divina, na qual Deus transferiu ao homem a responsabilidade de exercer a autoridade governamental, através da Aliança Noética, a fim de auxiliar na restrição do mal depois do Dilúvio (Gn 9.5-6). Antes do Dilúvio, o ser humano não podia executar o juízo referente ao mal praticado, conforme se pode notar no modo pelo qual Deus ordenou que o homem lidasse com o assassinato de Abel cometido por Caim (Gn 4.9-15). Tal instituição divina se baseia na pena capital (Gn 9.5-6), desde que o propósito seja o de reprimir o mal (Rm 13.3-4). Na ordem dada por Deus às instituições civis de requererem a vida pela vida, estava subentendida a autoridade judicial hierarquicamente inferior. Apesar de a pena capital ter se tornado repugnante na cultura ocidental apóstata, ela ainda é a base para o divino estabelecimento do governo civil.[15]

A quinta instituição divina é a diversidade tribal, a qual também foi estabelecida após o Dilúvio com a finalidade de promover a estabilidade social num mundo corrompido pelo pecado (veja, Gn 9.25-27; compare com Gn 10-11 e com Dt 32.8). Observe que não se trata de diversidade racial, mas sim de diversidade tribal. Essa instituição divina não inclui raça, mas, sim, tribos ou famílias. “Ao longo de todo o período pós-diluviano”, esclarece Clough, “Deus preservou a estabilidade e o bem-estar social da humanidade ao incitar uma tribo ou grupo social contra outro, a fim de otimizar o progresso e retardar a influência do mal (cf., At 17.26-27)”.[16]

A diversidade tribal foi implementada através da confusão de idiomas que se deu quando da construção da torre de Babel (Gn 11.1-9). Por que Deus quis separar a humanidade? Muitos crêem que a humanidade deve se juntar numa unidade. O texto de Gênesis 11.6 explica a razão pela qual Deus confundiu as línguas humanas nos seguintes termos: “E o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer”. Portanto, a única finalidade para a qual a humanidade deseja se unir é a de se rebelar contra Deus e ser bem-sucedida na sua rebeldia, conforme se pode constatar no incidente da torre de Babel. Essa é a razão pela qual a história atual ruma para a globalização, à medida que nos afastamos cada vez mais de Deus, e também é o motivo pelo qual o objetivo do Anticristo durante a Tribulação será o de forjar a unificação para o estabelecimento de um governo mundial centralizado que se oponha aos planos e propósitos de Deus. O período da Tribulação chegará ao seu fim com a direta intervenção e o juízo de Deus, assim como aconteceu no Dilúvio de Gênesis. Enquanto isso, Deus retarda a rebelião coletiva da humanidade por intermédio do governo civil e da diversidade tribal.

O propósito da diversidade tribal pode ser ilustrado pelas diferenças que existem nos cascos dos navios. Até 100 anos atrás, todos os navios que cruzavam os oceanos tinham um casco inteiriço. Se uma avaria provocava um rombo razoável no casco da embarcação, quase sempre o navio ia a pique quando a água inundava todo o casco. Então os construtores navais começaram a desenvolver cascos de navio com múltiplos compartimentos, de forma que se um buraco rompesse um dos compartimentos, os outros compartimentos íntegros poderiam manter o navio flutuando. O mesmo ocorre com a humanidade! Se uma tribo se torna perversa, Deus não precisa exercer juízo contra o mundo inteiro. Ele pode usar outros povos para exercer juízo contra aquela tribo perversa, sem a necessidade de um castigo de proporções mundiais. Esse é um dos métodos que Deus utiliza para dirigir as nações neste período entre o Dilúvio e a Segunda Vinda de Cristo.

A Lei Mosaica e a Igreja
O apóstolo Paulo afirma que a Lei de Moisés caducou no momento em que se consumou a perfeita obra de Cristo. Os judeus julgaram que Paulo persuadia “...os homens a adorar a Deus por modo contrário à Lei” (At 18.13) e que ele ensinava “...todos os judeus entre os gentios a apostatarem de Moisés” (At 21.20-29). Embora os acusadores de Paulo fizessem um juízo errado a seu respeito, a acusação certamente se baseava nas declarações e atitudes do apóstolo, as quais deram origem a tal pensamento. Por semelhante modo, a acusação dos judeus contra Jesus de que Ele reivindicara ser Deus baseava-se nas Suas palavras e obras, as quais deram motivo para que eles O julgassem dessa maneira. Em muitos textos das Escrituras Paulo mostra que a Lei Mosaica foi abolida (Rm 6.14-15; Rm 7.1-6; Rm 10.4; 1 Co 3.7-11; 1 Co 9.19-23; Gl 2.19-3.5; Gl 4.1-7; Gl 5.18; Ef 2.14-22). Além do mais, a Lei de Moisés e o próprio Antigo Testamento afirmam que a Lei foi exclusivamente concedida à nação de Israel.[17]


O crente em Cristo deve amar a lei de Deus. A graça não libera o crente da obediência à vontade de Deus. Entretanto, os crentes em Cristo não estão sujeitos à forma da lei que foi dada a Israel.
O Novo Testamento não recomenda a pena de morte para aquelas transgressões que no Antigo Testamento deviam ser punidas com a penalidade máxima. A Lei de Moisés declara: “O homem que se deitar com a mulher de seu pai terá descoberto a nudez de seu pai; ambos serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles” (Lv 20.11). A passagem de 1 Coríntios 5 menciona que esse mesmo tipo de pecado foi cometido, mas o castigo disciplinar determinado por Paulo foi o de entregar tal homem a Satanás (1 Co 5.5), expulsando-o da igreja (1 Co 5.7,13). O apóstolo chega até mesmo a dizer que o julgamento daqueles que estão fora da igreja não é assunto da igreja (1 Co 5.12). Se o pecador mencionado em 2 Coríntios 2.5-11 for a mesma pessoa citada por Paulo em 1 Coríntios 5, é muito provável que a igreja estivesse prestes a finalmente restaurá-lo à comunhão. Isso teria sido impossível se a penalidade da Lei Mosaica fosse executada.

O texto de Deuteronômio 18.20 declara que se um profeta “...presumir de falar alguma palavra em meu nome, que eu lhe não mandei falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta será morto”. No entanto, o Novo Testamento registra que Himeneu e Fileto “...se desviaram da verdade, asseverando que a ressurreição já se realizou” e estavam “...pervertendo a fé a alguns” (2 Tm 2.17-18), mas Paulo não ordenou que eles fossem sentenciados à morte, pelo contrário, o apóstolo expressou seu desejo de que eles retornassem “à sensatez” e se livrassem “dos laços do diabo” (2 Tm 2.24-26). No Novo Testamento há outros textos que demonstram o fato de que a Lei Mosaica chegou ao seu fim com a vinda de Cristo ao mundo (cf., Hb 8.6-7,13; 10.9). Ademais, o crente em Cristo deve amar a lei de Deus. A graça não libera o crente da obediência à vontade de Deus. Entretanto, os crentes em Cristo não estão sujeitos à forma da lei que foi dada a Israel. Em vez disso, temos condição de usar os preceitos da legislação mosaica como exemplos do modo pelo qual podemos reagir individual e coletivamente; é possível obter sabedoria proveniente dos preceitos mosaicos. Porém, os crentes em Cristo devem obedecer à vontade de Deus expressa no Novo Testamento – a “lei de Cristo” – e devem obedecer à lei revelada nas alianças Adâmica e Noética, lei essa que se expressa por meio das instituições divinas.


A sabedoria apela para que o aprendiz a siga, tendo em vista o fato de que ela é justa e traz certos benefícios práticos. A sabedoria também se aplica a todas as áreas da vida.
No que diz respeito ao desenvolvimento da sabedoria nas diversas áreas da vida, temos que buscar na lei o discernimento para nelas agir. Em nenhum âmbito da vida o crente pode adotar idéias e pontos de vista que resultem do sistema deste mundo. Ele deve procurar desenvolver uma perspectiva bíblica de governo, de economia, de família, de educação, e assim por diante, mantendo-se firme nessa convicção. Somos “filhos da luz” e devemos resplandecer nas trevas dos dias atuais. Todavia, como não está no plano de Deus ou ainda não é de Sua vontade que o Reino de Deus assuma o controle deste mundo na presente era, estamos, como o profeta Daniel, vivendo pelos princípios e padrões bíblicos, enquanto aguardamos a concreta intervenção de Deus na história. Isso é o que pode ser chamado de “método da sabedoria”, em oposição ao “método da lei”. O modelo bíblico para tanto é o livro de Provérbios. Quando se estuda o livro de Provérbios não é preciso muito tempo para que alguém perceba que a sabedoria de Provérbios é fruto da reflexão de Salomão na Lei de Moisés. Ele usa o formato da sabedoria para transmitir o conteúdo da Lei ao seu filho e à próxima geração.

A sabedoria difere da lei em virtude do fato de que a lei se constituiu de cláusulas legais inseridas na aliança ou pacto, as quais regulam e podem ser impostas por força de penalidades civis. A lei pode governar qualquer área da vida, tais como os direitos civis, a família, a vida pessoal e as instituições religiosas. Por outro lado, a sabedoria se constitui de conselhos sem nenhuma vinculação com penalidades legais. A sabedoria conta ao inexperiente “a suma” das coisas, de modo que as ciladas da vida possam ser evitadas. A sabedoria apela para que o aprendiz a siga, tendo em vista o fato de que ela é justa e traz certos benefícios práticos. A sabedoria também se aplica a todas as áreas da vida.

O tratamento dado ao adultério tem suas respectivas semelhanças e diferenças na lei e na literatura de sabedoria. Na lei está escrito: “Não...” (Dt 5.18) e, em determinadas situações o adultério implica a pena de morte (Dt 22.22). A literatura de sabedoria desenvolve a compreensão das razões pelas quais não se deve cometer adultério e chega ao ponto de apelar para que aquele que a estuda siga o caminho da sabedoria (Pv 7.6-23), contudo não decreta penalidades civis. A sabedoria diz que se um sábio andar no caminho que ela propõe, colherá certos benefícios. Não é sem motivo que Paulo escreveu a Timóteo: “Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo” (1 Tm 1.8). Nesta Dispensação ou Era da Igreja, a prática de abordar a Lei Mosaica pelo método da sabedoria constitui-se num uso bom e legítimo da lei.

O texto de Deuteronômio 4.6-8 chama a atenção para o fato de que Israel recebera com exclusividade uma sabedoria e um entendimento que seriam percebidos pelas outras nações:

“Guardai-os, pois, e cumpri-os, porque isto será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que, ouvindo todos estes estatutos, dirão: Certamente, este grande povo é gente sábia e inteligente. Pois que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o Senhor, nosso Deus, todas as vezes que o invocamos? E que grande nação há que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que eu hoje vos proponho?”.

Apesar de ter sido concedida a Israel, a sabedoria deste povo se tornaria evidente aos observadores externos. Aqueles que ficassem impressionados com tal sabedoria provavelmente tentariam imitá-la. Por certo essa tem sido a atitude de muitas nações gentílicas, durante a atual Dispensação da Igreja, naquelas ocasiões em que os crentes em Cristo têm conseguido exercer sua influência.

Para que um cristão atue numa área dessas, é preciso que ele esteja disposto a adaptar e utilizar algumas leis específicas do Antigo Testamento destinadas a Israel, a fim de desenvolver uma metodologia sábia que se aplique a essas áreas em questão. Mas trata-se de sabedoria e não de lei. De fato as nações não são obrigadas a cumprir a lei de Israel, mas são responsáveis pelo cumprimento da Aliança Noética. Entretanto, aquele que pela fé é nova criatura em Cristo terá o desejo de amadurecer e de aplicar a sabedoria que aprendeu na sua “menoridade” (sob a tutela da lei). Há uma tremenda diferença entre dizer que algo é lei para os dias atuais e dizer que se trata de um princípio de sabedoria. O efeito sistêmico freqüentemente será o mesmo, já que a pessoa regenerada em Cristo terá o desejo de por em prática a sabedoria da lei de Deus. Contudo, é fato insofismável que as leis e o pacto que constituem a Aliança Mosaica não foram firmados com nenhuma outra nação ou entidade, exceto com o povo de Israel.

O propósito de Deus nesta Era da Igreja é o de constituir dentre as nações “...um povo para o Seu nome”, a fim de que esse povo seja a noiva de Seu Filho. O propósito da presente era é diferente do propósito de Deus na dispensação anterior. Portanto, assim como existe continuidade entre as dispensações, também existe descontinuidade. O plano de Deus não é a cristianização do mundo, mas sim a evangelização de toda a humanidade. A Igreja é o instrumento pelo qual Deus chama os povos do mundo ao arrependimento e à fé no Evangelho. Aqueles que crêem devem ser edificados pela preciosa Palavra de Deus que foi concedida à Sua Igreja. Estamos envolvidos numa tarefa sem descanso, enquanto nosso Senhor saiu para uma longa jornada; aguardamos com expectativa a volta de Seu Filho que virá dos céus para nos livrar “...da ira vindoura” (1 Ts 1.10).

A Função do Governo na Dispensação da Igreja
Segundo a Bíblia, Deus soberanamente nomeia e destitui os governantes. Não há a menor dúvida de que todos os governantes, tanto os que vieram antes de Moisés quanto os que vieram depois dele, atuam com a permissão de Deus e por Sua vontade, inclusive, Faraó, Herodes, Pilatos, Nabucodonosor e Ciro.


Não há a menor dúvida de que todos os governantes, tanto os que vieram antes de Moisés quanto os que vieram depois dele, atuam com a permissão de Deus e por Sua vontade, inclusive, Faraó, Herodes, Pilatos, Nabucodonosor e Ciro.
A perspectiva do Novo Testamento mostra que os governantes, na qualidade de autoridades instituídas por Deus, não devem ser resistidos. A autoridade pertence a Deus e a Aliança Noética revela que a autoridade judicial foi delegada aos homens (cf., Rm 13.2-5). Sempre que alguém se rebela contra aqueles que estão autorizados por Deus a exercer Sua autoridade, há uma rebelião contra Deus.

Uma vez que os governantes são ministros de Deus, foram constituídos por Ele como vice-regentes e vingadores de Sua ira. Os governantes de Israel tinham nitidamente essa função sob a Aliança Sinaítica, ao passo que as nações não tinham tal função segundo essa mesma aliança. Em Romanos 13.1-2, Paulo afirma que os governantes têm essa função, mas em nenhum lugar o apóstolo a vincula com a Lei de Moisés. O Novo Testamento nos informa que os magistrados devem coibir a prática do mal e honrar a prática do bem (Rm 13.3). Mais uma vez é preciso dizer que esse dever foi instituído e consta na Aliança Noética.

As nações têm seu mandato a partir das Alianças Abraâmica e Noética. A realidade disso se comprova no fato de que Deus julga as nações pelo critério da lealdade ao compromisso que elas têm na aliança que Ele firmou com Noé. A autoridade judicial que os magistrados civis têm para exigir o cumprimento da Lei de Deus é legítima, mas não é a formulação específica da lei de Deus nos seus pormenores, conforme foi dada a Israel. Por certo, muitos dos preceitos legais que Deus outorgou a Israel, inclusive as penas específicas, podem ser usados como modelo na elaboração de leis civis para a sociedade, porém isso não é obrigatório e, se não for feito conforme esse modelo, também não acarreta a ira de Deus. No caso em questão, o único critério de responsabilização é o da vontade de Deus na consciência, de acordo com o que Ele determinou através de Sua aliança com Noé.

Conclusão
Nesta abordagem teológica acerca do governo e da sociedade, verificamos, primeiramente, que se trata de uma perspectiva compatível com os princípios teológicos do dispensacionalismo. Constatamos que a responsabilidade tanto social quanto política é individual, exceto no que diz respeito à assistência das viúvas por parte da igreja (cf., 1 Tm 5). Essa concepção apresenta uma perspectiva conservadora de governo e contempla a responsabilidade individual e a família como as instituições produtivas numa sociedade. Durante a atual Dispensação da Igreja, um crente, como indivíduo, deve atuar socialmente dentro dos parâmetros estruturais das instituições divinas, enquanto leva em consideração todas as ordenanças que lhe são dadas como um membro da Igreja, o Corpo de Cristo.

Postagem

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