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terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Como será o Céu?

Lothar Gassmann
Então vi novos céus e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não existia.” (Apocalipse 21.1)
Haverá novos céus e nova terra. A Bíblia diz claramente que o mundo atual, o atual cosmos hostil a Deus, é passageiro (Mateus 24.35; 1Coríntios 7.31; 1João 2.17; 2Pedro 3.10-13; Apocalipse 6; 8–9; 16; 19–21). Os elementos se fundirão pelo fogo. Surgirá então um novo e maravilhoso mundo que terá dimensões bem diferentes do que nossa realidade conhecida e imaginável. Sua glória será tão imensa que é comparada com uma cidade que possui portas de pérolas e as mais belas pedras preciosas. Palavras humanas conseguem apenas fazer uma alusão a essa glória.
Como será o céu? Podemos dizer algo a respeito? Com muita humildade e com alegre expectativa, menciono as seguintes características:
  • O objetivo é que poderemos ver, amar e servir a Deus (Apocalipse 4–5; 7.15; 22.4);
  • A recompensa que nos aguarda é eterna salvação, alegria e paz (1Pedro 1.9; Apocalipse 7.16-17);
  • O único caminho que conduz ao céu passa por Jesus Cristo, que morreu por nós na cruz do Gólgota (João 14.4; Atos 4.12; 1Coríntios 3.11);
  • Como preparação, devemos buscar pelo reino de Deus e sua justiça, então tudo o mais nos será concedido por sua graça (Mateus 6.33);
  • No céu há uma herança aguardando por nós que jamais perecerá (1Pedro 1.4);
  • Louvaremos a Deus juntamente com todos os anjos (Apocalipse 4–5);
  • Receberemos um novo corpo celestial que será imperecível, puro e repleto de poder (1Coríntios 15.35-58);
  • Estaremos lavados e purificados por meio do sangue de Jesus Cristo, o Cordeiro sacrificado por nós, e teremos vestes brancas (Apocalipse 7.14);
  • O inferno, a morte e o Diabo não poderão nos atingir, nem mesmo enfermidade e sofrimento, fome e sede etc. (1Coríntios 15.55-57; Apocalipse 21.1-4);
  • O céu é um lugar sagrado onde nada impuro pode entrar (Apocalipse 21–22);
  • No céu não haverá lugar para “os covardes, os incrédulos, os depravados, os assassinos, os que cometem imoralidade sexual, os que praticam feitiçaria, os idólatras e todos os mentirosos” – a não ser que eles se converteram para Jesus Cristo e se arrependeram de suas infâmias (Apocalipse 21.8);
  • Para os crentes, vale: seremos reis e sacerdotes de Deus (Apocalipse 5.10);
  • Diante do trono de Deus encontraremos pessoas de todos as tribos, povos, línguas e nações (Apocalipse 7.9);
  • Os vencedores receberão diferentes coroas: a coroa da vida para tentações sofridas (Tiago 1.12), a coroa da alegria para os conquistadores de almas (1Tessalonicenses 2.19), a coroa da justiça para todos os que permaneceram firmes à espera do Senhor (2Timóteo 4.8) e a coroa da fidelidade para todas as testemunhas de sangue de Jesus Cristo (Apocalipse 2.10);
  • A nova Jerusalém, a cidade que veio dos céus, terá a beleza e a pureza que as palavras humanas podem apenas sugerir: ouro, pedras preciosas, portões de pérolas, medidas perfeitas, com o próprio Deus sendo a sua luz (Apocalipse 21–22).
O conhecido pastor Charles Haddon Spurgeon falou acertadamente sobre a glória celestial: “As ruas de ouro pouco nos impressionarão e os sons das harpas dos anjos pouco nos alegrarão em comparação ao Rei no meio do trono. É ele quem atrairá para si os nossos olhares e pensamentos, que despertará nosso amor e levará nossos sentimentos santificados ao nível máximo de infindável adoração. Nós veremos Jesus!”.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Perdão – Como, quando e por quê precisamos do perdão de Deus?

Existe algo que você jamais poderia perdoar? Como, quando e por quê precisamos do perdão de Deus? Como saber se de fato eu recebi o perdão de Deus? Quem eu preciso perdoar? Conheça o processo pelo qual o perdão acontece!

perdão


Nada mais importante para o ser humano do que ser perdoado por Deus, mas como, quando e por quê nós precisamos ser perdoados?
Antes de tudo é preciso entender processo pelo qual o perdão acontece.

1. Aceitar que existe um problema

É preciso reconhecer que existe algo errado com nosso caráter e com nosso comportamento (Salmos 14.2-3, Ec 7.20).
A dificuldade em reconhecer que existe este problema acontece principalmente por dois motivos:
a) Se comparar com outras pessoas, que cometem erros “piores” (Gl 6.3-5).
b) Tentar enxergar a própria sujeira se olhando no escuro (1Jo 2.11). É preciso haver luz! (Jo 12.35, Ef 5.11).
E essa luz é Jesus Cristo! (Is 9.2, Jo 1.4, Jo 8.12).
Jesus é nosso modelo de comportamento, atitudes e pensamentos (Fp 2.5, 1Co 11.1).
Somente quando nós nos comparamos a Jesus Cristo é que passamos a entender a necessidade de sermos perdoados. Nós não temos condições de permanecer na luz sem nos incomodarmos com a nossa sujeira. A partir daí nós temos duas opções: ou sermos limpos ou voltar para as trevas (Jo 3.19-21). E para sermos limpos, entra a segunda parte no processo do perdão, que é o arrependimento.

2. Arrependimento

Arrependimento é muito mais do que uma simples emoção ou tristeza. Arrependimento é uma mudança de mente (Rm 12.2), uma mudança de atitude (At 26.20, Mt 3.8). É seguir numa direção oposta a qual você estava seguindo (Ef 4.28). O arrependimento é uma decisão definitiva, sem volta (Lc 9.62, 2Pe 2.21-22). Sem arrependimento não há perdão, não há cura e não há salvação! (Lc 13.5, Mt 13.15).
E para tomar essa decisão nós precisamos entender a forma como Deus concedeu seu perdão, afinal, Deus não esqueceu meus erros e simplesmente me considerou inocente, na verdade eu já fui julgado e condenado pelo meu pecado (Ef 2.1-2). Existia um preço a ser pago (Cl 2.13-14) que eu não teria condições de pagar. Foi então que Jesus Cristo tomou meu lugar e se ofereceu como sacrifício pelos meus pecados (Rm 5.8), ou seja, aquele que me perdoou se ofereceu como sacrifício.
Esse é o princípio: para ser perdoado é preciso arrependimento (At 3.19), e para perdoar é preciso pagar um preço (1Co 7.23), é preciso sacrifício.
Agora, como saber se realmente eu me eu arrependi e recebi o perdão de Deus? Através da terceira, quarta e quinta parte do processo do perdão:

3. Perdoar a si mesmo

Pode até parecer algo simples, mas muitas pessoas tem dificuldade de entender a extensão do perdão de Deus e se sentem culpadas por pecados que já foram perdoados.
Se houve arrependimento, Deus perdoou todos os nossos pecados (Cl 2.13), do mais antigo ao mais recente, do mais simples ao mais grave (Is 55.7, Lc 7.47-48).
A Bíblia ensina que é como se Deus tivesse lançado nossos pecados nas profundezas do mar (Mq 7.19) e não se lembrasse mais deles (Is 43.25, Jr 31.34).
E como nós não deixaremos de pecar (1Jo 1.10), o perdão de Deus abrange inclusive os pecados futuros (Jo 13.10, Ap 2.4-5), porém, nossa luta agora deve ser contra o pecado (Hb 12.4). Mas quando ele acontecer, deve haver arrependimento, devemos confessar esse pecado a Deus (Sl 32.5) para sermos perdoados (1Jo 1.8-9).

O que não pode acontecer é o pecado consciente, praticado de forma intencional, que não gera arrependimento e, se não gera arrependimento, não há perdão (Hb 6.4-6).
E vale lembrar que apesar do perdão de Deus, pecados geram consequências maiores ou menores de acordo com a gravidade ou intensidade do pecado (Gl 6.7-8). Vamos supor que você matou alguém no passado e ninguém ficou sabendo, e você entregou sua vida a Cristo, o que acontece? Você é perdoado por Deus, mas precisa se entregar para a justiça e cumprir a pena (Tg 4.17). Isso faz parte da caminhada com Deus, ou seja, você não está mais sozinho para enfrentar as consequências (Fp 4.12-13).
Por isso que, uma vez perdoado por Deus, não deve mais haver o sentimento de culpa, porque isso seria duvidar da eficácia do perdão e do sacrifício de Cristo (Hb 10.10-14).
E também não é preciso pedir perdão mais de uma vez pelo mesmo pecado! Se você se arrependeu e pediu perdão, está perdoado! Pedir perdão repetidas vezes pelo mesmo pecado é sinal de remorso e não de arrependimento (2 Co 7.10).
Agora, algo geralmente mais difícil do que perdoar a si mesmo é pedir perdão ao próximo.

4. Pedir perdão ao próximo

A dificuldade aqui está na necessidade de se humilhar e reconhecer o erro (Lc 6.42).
E uma dúvida bastante comum é que “se eu já pedi perdão pra Deus, eu ainda preciso pedir perdão pra pessoa?” Sim, é um mandamento! (Mt 5.23-26). “Mas se a pessoa já morreu?”, neste caso pedir perdão a Deus é suficiente, ou então você pode procurar um familiar da pessoa.
E como vou saber para quem devo pedir perdão? O Espírito Santo te faz lembrar da pessoa e também causa um incomodo quando você encontra com ela (Jo 14.26). E é claro que você pode orar e pedir a para Deus te revelar quais são essas pessoas.
Como deve ser meu pedido de perdão?

a) Levantar a dívida

O pedido de perdão ao próximo devo ser específico, não funciona dizer “desculpa qualquer coisa”. Você precisa “levantar a dívida”, ou seja, dizer exatamente o que aconteceu e reconhecer o erro (Tg 5.16).

b) Evitar justificativas

É preciso cuidado para que o pedido de perdão não venha acompanhado de justificativas, dizer que errou porque “estava nervoso” ou porque “teve um problema com o chefe” etc, é preciso assumir a responsabilidade pelo erro, independente das circunstâncias (1Pe 5.6). Podemos explicar uma situação, mas não devemos fazer uso dela para manipular a consciência alheia, minimizando a gravidade do nosso pecado ou até mesmo colocando a culpa em uma terceira pessoa.
E se, mesmo diante disso, a pessoa não te perdoar, o problema será dela. A sua parte foi feita (Lc 6.33-35), já houve arrependimento, e esse é o papel de quem é perdoado.
E finalmente, talvez o ponto mais difícil no processo do perdão: perdoar o próximo!

5. Perdoar o próximo

No final da oração que Jesus ensinou em Mateus 6 diz: “Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores.” (Mt 6.12)
Na sequência Ele explica: “Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas.” (Mt 6.14-15)
Por isso que perdoar o próximo não é opcional, muito pelo contrário, é requisito fundamental, inclusive para salvação (Mc 11.26).
E se eu preciso perdoar, em primeiro lugar eu preciso saber o que é perdoar.

O que é perdoar?

Perdoar é mais do que simplesmente abandonar o ressentimento e o desejo de vingança, perdoar é permitir que aquele que foi perdoado, de alguma forma, se aproxime (Ef 2.13). Não significa que essa pessoa vai se tornar seu melhor amigo, mas algo precisa ser restaurado (Ef 2.16). Perdoar não é somente desconsiderar uma dívida, perdoar é assumir a dívida. Para perdoar é preciso pagar um preço (1Co 6.20).

Existe algo que você jamais perdoaria?

É possível perdoar uma pessoa que cometeu um abuso sexual ou até mesmo um assassinato? É possível perdoar quando o dano causado é tão grande? Se a Bíblia diz que eu preciso perdoar para ser perdoado por Deus (Jo 20.23), significa que de alguma forma isso tem que ser possível.
Jesus ilustra essa situação com uma parábola, em Mateus 18, onde um homem que devia uma quantia impagável ao rei, nem que ele trabalhasse por 100 anos ele não conseguiria pagá-la. E ele implora ao rei por misericórdia, e o rei perdoa a dívida. Logo depois, este mesmo homem encontra alguém que lhe devia uma quantia extremamente inferior, equivalente a mais ou menos 100 dias de trabalho. Essa pessoa implora por misericórdia, da mesma forma como ele implorou ao rei, porém, ele não perdoa e exige que essa pessoa pague cada centavo. E, por causa dessa atitude, o rei voltou atrás e exigiu que ele também pagasse cada centavo da sua dívida. (Mt 18.23-34).
E o significado desta parábola é muito claro, a dívida com o rei é a nossa dívida com Deus. E a dívida menor é a dívida que nós devemos perdoar o próximo! Não perdoar é agir como o homem da parábola, e a consequência é a mesma (Mt 18.35).
Mas como isso é possível? Como a dívida de um homem com Deus poder ser maior do que a dívida que um assassino tem com os pais da vítima?

O preço da nossa dívida

Realmente, se você não souber o tamanho da sua dívida perdoada por Deus, fica praticamente impossível perdoar algo assim!
a) O que o pecado representa para Deus
Para saber o tamanho da nossa dívida com Deus é preciso entender que a gravidade do menor pecado é gigantesca se comparada ao nível de santidade e perfeição de Deus (Is 55.8-9). Não é o que o pecado representa para nós, que somos falhos e que pecamos (Is 64.6), mas é o que o pecado representa pra Deus, um ser santo (1Pe 1.16) e perfeito (Mt 5.48) que nunca pecou (Tg 1.13).
b) O problema é contra quem nós pecamos
Não foi contra um ser humano, mas foi contra o criador do Universo (Êx 3.14, Mt 10.28), contra um ser eterno, onisciente, onipresente e onipotente! O fato de não crer em Deus, ignorar sua existência, seus mandamentos e o seu juízo, é algo gravíssimo (Jo 16.8-11, Sl 14.1, Rm 3.10-18, Rm 2.4, Dn 9.9-10), pois a partir daí é que surge todo tipo de pecado, da simples mentira ao assassino.
O tamanho de uma dívida é medido pelo preço a ser pago. É assim que funciona! Qual seria nossa punição pelo pecado? A eternidade no inferno (Mt 25.46), esse era o preço! Mas o que aconteceu? Jesus pagou o preço! (1Pe 1.18-19). Por isso o sofrimento de Jesus foi tão grande. O preço era muito alto!
E o mais impressionante é que, mesmo sem merecer, nossa dívida foi paga (2Co 5.21), e nós ainda recebemos o dom da Vida Eterna (Rm 6.23). Jamais esqueça isso: além da dívida paga, nós também recebemos a Vida Eterna!
Por isso que nós, uma vez perdoados por Deus, devemos perdoar nosso próximo, independente do que ele tenha feito. Entender que Deus julga com sua justiça que é perfeita (Rm 2.2,5). Se houver arrependimento, não há mais condenação (Rm 8.1), mas se não houver arrependimento, a condenação será terrível.
Lembre-se: um assassino convertido deixará de matar e poderá salvar vidas através de Cristo.
Não cabe a nós o julgamento (Lc 6.37, 1Co 4.5), pois de uma forma ou de outra, nós estávamos na mesma situação (Rm 2.1, Is 59.2), foram nossos pecados quem levaram Jesus Cristo para a cruz (Rm 4.25). Nossa obrigação agora é perdoar como Ele nos perdoou (Cl 3.13, Ef 4.32).

Perdoar é uma atitude

Perdoar é uma atitude, é uma decisão! Ninguém sente vontade de perdoar. Perdoar é como tratar uma ferida infeccionada, ninguém quer abrir a ferida e jogar álcool pra limpá-la, isso vai doer muito! Mas depois você fizer isso, você vai poder fechar esta ferida de vez, e a dor vai diminuir com o passar do tempo, e o tempo só cura feridas que foram tratadas (Lc 10.33-34). Por isso também que perdoar não é esquecer o que aconteceu, afinal você vê a cicatriz, pode tocá-la, mas não há mais dor.
Quantas vezes devo perdoar?
Quantas vezes forem necessárias! (Lc 17.3-4, Mt 18.21-22)
Quando devo perdoar?
O mais rápido possível, Jesus disse “Pai, perdoa-lhes, porque eles não sabem o que fazem” (Lc 23.33-34) no momento em que ele ainda estava sendo pregado na cruz.

Se você entendeu o que está em jogo no fato de perdoar ou não, com toda certeza você vai encontrar forças para perdoar! (2Co 5.14-15).

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Piedade em um mundo fora de controle

Daniel Lima
Professor de português utiliza termos sexuais pervertidos para ensinar a diferença entre o idioma culto e o vulgar. Professor de jornalismo anseia ardentemente que manifestantes passem a matar evangélicos. “Pastor” brasileiro afirma que a igreja evangélica está doente e sua doença atingiu o Brasil. Pastor com declarada opção pela ideologia marxista lança movimento contra evangélicos que apoiam o presente governo e, portanto, não são cristãos verdadeiros. Pastora anglicana declaradamente lésbica assume direção de organização nacional pró-aborto. Jornalista afirma que países democráticos deveriam decretar o banimento dos evangélicos, pois eles estão sempre do lado do mal.
Cada uma das notícias acima foi retirada de meios de comunicação sem qualquer censura ou filtro. São apenas exemplos de inúmeros outros eventos e opiniões que atacam diretamente a fé cristã e suas propostas. Por um lado, ditos cristãos lutando por um poder terreno e por posição e prosperidade; por outro, ditos cristãos combatendo os preceitos mais básicos da fé cristã. Há ainda aqueles que – dizendo falar em nome dos cristãos – identificam-se de tal forma com uma postura político-partidária que a única diferença de seus discursos é o fato de acrescentarem o nome de Jesus em velhos chavões políticos.
Coisas assim causam espanto e desassossego na maioria dos seguidores de Cristo. Surgem confusões, disputas, falta de unidade, agressões verbais e rupturas. Com frequência, em nome de Cristo. Em primeiro lugar, não deveríamos estranhar isso, pois há uma evidente diferença entre os ideais cristãos (cristianismo) e as práticas daqueles que se dizem cristãos (cristandade). Segundo, os cristãos que entendem a Bíblia como revelação de Deus não deveriam se espantar, pois a própria Palavra nos fala com bastante clareza de tempos assim. Veja, por exemplo, o texto de 2Timóteo 3.1-5:
1Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. 2Os homens serão egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, 3sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, 4traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, 5tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afaste-se também destes.
A lista desta passagem engloba cada um dos exemplos acima além de acrescentar alguns. O que surpreende é que dentre aqueles que estão na lista acima, há aqueles que têm “aparência de piedade, mas [negam] o seu poder”, ou seja, buscam aparentar uma vida alinhada com Deus ou pelo menos com aquilo que é bom e puro, mas no entanto negam o poder da verdadeira piedade. Talvez tenham um discurso cristão ou pelo menos parecem defender uma causa nobre e pura. Afinal, à primeira vista, como não defender os direitos humanos? Como não se solidarizar com mulheres pobres que sofrem absurdos em clínicas de aborto clandestinas. No entanto, não há poder naquilo que dizem, pois suas palavras são vazias, têm apenas aparência de uma vida verdadeiramente piedosa.
O que leva pessoas, especialmente aquelas que professam a fé cristã, a tais posturas? Não creio que todos sejam intencionalmente perversos. Certamente há alguns que sim, mas não a maioria. Creio que há alguns que assumem tal compromisso com mitos e ideologias e que se recusam a ouvir a verdade. Paulo continua em seu texto a alertar Timóteo quanto a pessoas assim em 2Timóteo 4.3-4:
3Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos. 4Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos.
Conversando há alguns anos com uma mulher declaradamente marxista, inteligente e com excelente formação, comentei sobre minha fala com vários cubanos e de como estes apresentavam relatos das condições terríveis a que são submetidos. Ela me ouviu por um tempo até que disse: “Isso é mentira!”. Como eu mesmo nunca estive na ilha, prontamente lhe perguntei se ela já havia visitado Cuba. Ela prontamente respondeu que não, mas que sabia que era tudo mentira. A conversa não evoluiu muito a partir daí, mas fiquei com a forte impressão de que esta mulher tinha uma visão de mundo que a impedia de ao menos considerar fatos que não se encaixavam com sua perspectiva.
Essa impressão parece estar muito alinhada com a exortação de Paulo a Timóteo ainda na sua 2ª carta. No mesmo contexto ele afirma que Timóteo deveria se manter afastado de pessoas assim (verso 5), e a partir do verso 10 ele passa a explicar com mais cuidado sobre como reagir a estas posturas:
  1. Exemplos positivos – Timóteo deveria examinar e imitar a vida daqueles que verdadeiramente seguem ao Senhor Jesus. Suas vidas mostrarão o impacto de caminhar com Cristo.
  2. Perseguição – Timóteo é alertado que uma vida de piedade trará perseguições. Na verdade, tentar se alinhar com o mundo (com suas prioridades, seus partidos políticos, suas ideologias) é contrário a seguir a Jesus de modo integral.
  3. Escritura – Timóteo é exortado a permanecer na Palavra, pois esta é o firme fundamento para qualquer questão em nossas vidas. Todo cristão que deixa a Palavra fatalmente será absorvido pelo mundo.
No verso 7, Paulo conclui sobre sua própria vida: “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé”. Este deveria ser nosso sonho de futuro. Não importa quais as condições que Deus nos chama a suportar, esse é o retrato da piedade. Não necessariamente uma aposentadoria confortável e próspera, com fama e reconhecimento, como o mundo parece mostrar. O apóstolo Paulo passou suas últimas semanas de vida em um calabouço tenebroso e foi decapitado injustamente por ordem de um imperador enlouquecido e pervertido. Minha oração por você e por mim é que sejamos fiéis até a morte diante de um mundo cada vez mais fora de controle.

CRER E CONHECER

  Tudo parecia perdido. A tormenta estava arrastando o navio e toda a esperança de socorro havia desaparecido. De repente, uma voz foi ouvida: era o apóstolo Paulo que havia sido aprisionado por causa de sua fé. Ele diz: “o... Deus, de quem eu sou, e a quem sirvo”, me disse: “não temas!... creio em Deus, que há de acontecer assim como a mim me foi dito” (Atos 27:23-25). Ele tinha fé em Deus e acreditava que as coisas iriam acontecer conforme Ele havia revelado. De modo semelhante, o apóstolo Pedro falou o seguinte ao Senhor Jesus: “e nós temos crido e conhecido” (João 6:69).
  Para aprender e capturar verdades divinas com nossa inteligência, nós temos que receber as mesmas e crer nelas. O conteúdo moral e espiritual da Palavra de Deus é, primeiramente, apreendido por meio da fé, a qual vem por ouvir essa mesma Palavra. É dessa forma que coisas ocultas aos sábios, e das pessoas inteligentes, pode ser conhecido por crianças (cf. Lucas 10:21). “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem” (Hebreus 11:1).
  Quem pode explicar como o Senhor, na Sua vinda, irá ressuscitar os corpos daqueles que Ele redimiu para conduzi-los à glória, sem cometer um erro? Se você insistir em entender antes de crer, está perdendo seu tempo, e pode, até mesmo, perder sua alma. Deus espera que creiamos e, por meio de nossa fé, Ele nos dá a certeza que necessitamos. “Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Romanos 10:9).

Os difíceis primeiros anos de Jesus

Lothar Gassmann
“... pois Herodes vai procurar o menino para matá-lo.” (Mateus 2.13b)
Jesus Cristo sofreu em nosso lugar. Esse sofrimento não iniciou apenas na cruz do Gólgota – ali houve a coroação e a consumação. O sofrimento de Jesus, porém, começou na manjedoura em Belém e encerrou na cruz diante de Jerusalém. A trajetória do Salvador foi da manjedoura para a cruz e da cruz para a coroa. Mais do que acontece com qualquer outro tema deste mundo, algo fica claro ao tratarmos dessa trajetória: não podemos falar sobre os feitos de Deus sem também adorá-lo por isso.
Desde a infância Jesus sofreu miséria, ódio, perseguição, ameaça à vida e a fuga para um país estrangeiro.
Os sofrimentos de Jesus já iniciaram por ocasião do seu nascimento. Maria e José, seus pais, não encontraram abrigo na superlotada cidade de Belém, não encontraram um lugar em que o bebê pudesse nascer, somente uma estrebaria. O Salvador do mundo nasceu sob as circunstâncias mais miseráveis e foi colocado numa manjedoura (Lucas 2.7). Os primeiros que o homenagearam foram pastores de ovelhas, à época uma profissão desprezada, e estrangeiros vindos do Oriente (Lucas 2.8-20; Mateus 2.1-12). A visita que os “magos vindos do oriente” fizeram ao rei Herodes, anunciando o “recém-nascido rei dos judeus”, despertou o seu ódio e uma terrível onda de perseguição: Herodes “ordenou que matassem todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém e nas proximidades” (Mateus 2.16). José e Maria fugiram com Jesus para um país estrangeiro (Egito), de onde puderam voltar somente após a morte de Herodes (Mateus 2.14-21). Assim, desde a infância Jesus sofreu miséria, ódio, perseguição, ameaça à vida e a fuga para um país estrangeiro. Sua infância nunca foi tão romântica quanto parece ser nas atuais representações de presépios.

Postagem

  O USO DO VINHO E ALCOOL NA BÍBLIA   A Bíblia tem três tipos de textos quando se refere ao vinho. Há os textos narrativos ou descritivos; h...