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terça-feira, 2 de março de 2021

 

Medo, nosso companheiro indesejado

Daniel Lima

O medo faz parte da experiência humana. Bebês sentem medo com barulhos altos muito antes de saber qual o perigo por trás do som. A maioria de nós tem medo de alguma coisa. Pode ser de algo sério, como um cão agressivo, alta velocidade ou doenças; pode ser de coisas até engraçadas, como medo do escuro, de altura ou de borboletas. Parece que ser humano é sentir medo. O curioso é que esse medo é tanto uma reação ao perigo real como ao imaginário.

Com uma rápida consulta na internet, lemos a seguinte definição: “Estado emocional provocado pela consciência que se tem diante do perigo; aquilo que provoca essa consciência”.[1] Assim, o medo pode ser fruto da consciência de um perigo (por exemplo, quando você está em um lugar alto do qual pode cair) ou, ao contrário, o medo pode gerar essa consciência quando o perigo inexiste (por exemplo, se houver uma cerca segura neste local alto).

Como cristãos, confundimos medo e temor. Embora possam ser parecidos, são sensações totalmente diferentes. Não somos chamados a ter medo de Deus, mas sim temor (Salmos 111.10; Provérbios 1.7). Moramos como família há anos no Rio Grande do Sul. Um de nossos passeios favoritos é ir até os cânions da região dos Aparados da Serra. Para quem não conhece, são paredões de pedra de até 700 metros de altura. Eu não tenho medo dos paredões, tenho respeito (temor?) pela sua imensidão. No entanto, se eu estiver na beirada e escorregar, terei medo das consequências de cair.

O mesmo ocorre com Deus. Quem conhece a Deus, mesmo que superficialmente, fica impressionado com seu poder e por isso teme. Contudo, quando alguém decide ignorar o Senhor e contrariar seus propósitos, deve, sim, ter medo das consequências. O temor é positivo nesse sentido, mas o medo sempre é algo negativo. Em seu excelente devocional The Blue Book, o autor Jim Branch escreve:

Quanto mais velho eu fico, mais eu me dou conta de que possivelmente o pior inimigo de nossas vidas espirituais (além de Satanás) é o medo. Medo parece estar no centro de tudo que luta contra o meu bem de coração e alma. No centro de meu ativismo está o medo. No centro de minha insegurança, o medo. No centro de minha ansiedade, o medo. No centro de minha competitividade... sim, o medo.[2]


O apóstolo João nos alerta para o fato de que o “perfeito amor expulsa o medo” (1João 4.18). De uma forma mais clara, podemos retomar a narrativa da Queda e veremos a entrada do medo na humanidade. Em Gênesis 3.8-10, lemos:

Ouvindo o homem e sua mulher os passos do Senhor Deus, que andava pelo jardim quando soprava a brisa do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus entre as árvores do jardim. Mas o Senhor Deus chamou o homem, perguntando: “Onde está você?” E ele respondeu: “Ouvi teus passos no jardim e fiquei com medo, porque estava nu; por isso me escondi”

O homem nunca havia sentido medo antes. Algo mudou dentro dele. Larry Crabb define assim a reação humana:

Fiquei com medo... emoção central de Adão; porque estava nu (exposto)... sua motivação central e por isso me escondi... sua estratégia central.[3]

O medo – que hoje é parte da experiência humana – foi inaugurado dessa forma, pois o homem, motivado por sua exposição, resolveu buscar uma solução por conta própria, sem Deus. Creio que o medo é realmente a grande arma de Satanás para impedir nossa aproximação de Deus. Seu argumento ao tentar Eva foi que Deus a estava enganando, de que havia algo melhor. Com medo de que estava perdendo algo, Eva (e Adão) pecaram.


De que modo o medo atrapalha sua vida espiritual? Você tem medo do fracasso (qualquer que seja sua definição de fracasso)? Você tem medo de perder relacionamentos importantes? Você tem medo da rejeição? Ou da dor, da pobreza? Qualquer que seja seu medo, este é um indicativo da estratégia de Satanás para afastá-lo de Deus.

Deixe-me alistar alguns passos ao enfrentar o medo:

  1. Identifique seu medo. O que você mais teme? Identifique e avalie qual a real possibilidade de que isso aconteça. Um medo não definido é gigantesco, e lembre-se: medo gera ainda mais medo. Na minha experiência, eu posso tratar do medo ao identificá-lo; posso avaliá-lo e reconhecê-lo antes que me paralise.

  2. Reconheça que o verdadeiro inimigo é Satanás. Ele é o pai de toda mentira (João 8.44). Na passagem de 2Coríntios 10.3-5, Paulo nos exorta a destruir argumentos (a palavra no original é sofisma, uma mentira bem contada). Quais são as mentiras que você tem deixado que se tornem fortalezas em sua vida? Essas mentiras com certeza estão por trás dos seus medos.

  3. Cultive a verdade de que “o perfeito amor expulsa o medo” (1João 4.18). À medida que conseguimos confiar neste Deus que é todo poderoso e ama perfeitamente, percebemos que estamos seguros, que não há nada a temer.

Minha oração, por você, leitor, e por mim, é que a realidade do amor de Deus e de seu poder afastem de nós esse companheiro indesejado. E que, sendo ousados nas promessas e na segurança de nossa relação com Deus, possamos experimentar um vida muito mais plena.

 

O maravilhoso alvo de cada cristão

“Nisso vocês exultam, ainda que agora, por um pouco de tempo, devam ser entristecidos por todo tipo de provação. Assim acontece para que fique comprovado que a fé que vocês têm, muito mais valiosa do que o ouro que perece, mesmo que refinado pelo fogo, é genuína e resultará em louvor, glória e honra, quando Jesus Cristo for revelado.” (1Pedro 1.6-7)


O motivo de alegria que nos fortalece em todas as angústias destes tempos finais é a certeza de que a vitória pertence a Jesus Cristo. Essa vitória foi conquistada na cruz do Gólgota. Desde então o Diabo e seus ajudantes anticristãos promovem ataques de retirada. O tempo para eles está apertado, pois a sua rendição definitiva está próxima (Apocalipse 12.9). É verdade que o Anticristo ainda estabelecerá seu domínio de terror na terra, mas este será por tempo limitado: após “quarenta e dois meses”, ele e o seu falso profeta serão jogados no “lago de fogo”. Ali ele será seguido – após o final do reino milenar de paz de Jesus Cristo – por Satanás: “O Diabo, que as enganava [as nações], foi lançado no lago de fogo que arde com enxofre, onde já haviam sido lançados a besta e o falso profeta. Eles serão atormentados dia e noite, para todo o sempre” (Apocalipse 20.10).

Depois de subjugar o Maligno, Deus conduzirá à Jerusalém Celestial todos os que permaneceram fiéis a ele e a seu Filho, Jesus Cristo. Naquele lugar “não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou. Aquele que estava assentado no trono disse: ‘Estou fazendo novas todas as coisas!’” (Apocalipse 21.4-5a). E, juntamente com as legiões celestes, a igreja dos redimidos adorará e louvará a Deus, dizendo: “Digno é o Cordeiro que foi morto de receber poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e louvor!... Àquele que está assentado no trono e ao Cordeiro sejam o louvor, a honra, a glória e o poder, para todo o sempre!... Amém...” (Apocalipse 5.12-14).

Todo o cristão que não apenas diz ser um, mas que verdadeiramente crê em Jesus Cristo como Salvador e Senhor, está a caminho de um maravilhoso alvo. Esse alvo consiste (1) em poder estar para sempre junto de Deus; contemplar aquele que criou o mundo e amou este mundo de tal maneira que, em favor dele, entregou o seu Filho Unigênito à morte (João 3.16); (2) agradecer a ele que nos concede vida em abundância; (3) ser consolado por ele, que nos diz: “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu darei descanso a vocês” (Mateus 11.28); e (4) participar da festa mencionada em Apocalipse 19: “Aleluia!, pois reina o Senhor, o nosso Deus, o Todo-poderoso. Regozijemo-nos! Vamos alegrar-nos e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou” (v. 6-7).

Lothar Gassmann

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