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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

VOTANDO COM SABEDORIA..

Votando com sabedoria
Aproximação da eleição eleitoral faz com que muitos evangélicos se envolvam em polêmicas políticas



Apesar de se pregar que o voto é secreto, e que ninguém precisa saber em quem você vai votar, é importante lembrar que tal direito é uma prerrogativa, e não uma obrigação. No entanto, em alguns casos, já que não é proibido divulgar o voto, há quem tem sido comentado na mídia nacional por ter declarado publicamente o voto, virando alvo de polêmica. Entre alguns nomes, estão: o Bispo Manuel Ferreira e o Pastor Silas Malafaia.

No caso do Bispo e deputado federal Manuel, foi divulgado na imprensa que ocorrerá um encontro organizado por ele na sexta-feira em Brasília com algumas lideranças evangélicas. Muitos fiéis se mostraram indignados com a decisão do religioso de anunciar o apoio do Ministério Madureira — ramo importante da Assembleia controlado por Ferreira —, à candidatura petista.

Já o assunto que levou o Pastor Silas as páginas da internet – liderando o ranking Trending Topics – foi a divulgação de seu voto, que antes era de Marina, mas agora é do candidato do PSDB, Serra. Segundo o pastor Marina não tem firmeza. “Eu queria entender como uma pessoa que se diz cristã, membro da Assembleia de Deus, afirma que se for eleita presidente do Brasil vai convocar um plebiscito para que o povo decida se aprova ou não o aborto, ou se aprova ou não o uso da maconha.”, condena.


Possíveis relatos de Dilma prejudicam a petista

De uma hora para outra muitos evangélicos cogitam mudar o voto. Após um boato de que Dilma teria dito “nem mesmo querendo, Cristo me tira esta vitória. As pesquisas comprovam o que estou dizendo. Vou ganhar no primeiro turno”. Essa suposta frase de Dilma, fez com que caixas de e-mail fossem lotadas com textos não assinados e que pediam aos evangélicos para repensar o voto.


Apesar de, até o momento, não ter sido provado se a candidata a presidência disse ou não a frase, existem outros vídeos que tentam prejudicar a imagem da petista. Em alguns deles, é possível assistir trechos de um discurso de Dilma: “Fiquei presa três anos”, no entanto o complemento do vídeo explicando não foi divulgado. A prisão teria sido na época da Ditadura Militar.

Enfim, as eleições estão chegando, é preciso ficar atento a todos os fatos e, independente de religião, escolher pelo histórico e propostas políticas.

MEU POSICIONAMENTO SOBRE AS ELEIÇOES DE DO DIA 03 DE OUTUBRO 2010

Meu posicionamento sobre as eleições do dia 3
graça e paz amigos,

Eu e o Brasil inteiro que já está conectado e que presta atenção nos emails que recebem, tem recebido nas ultimas duas semanas uma imensidão de emails que falam sobre candidatos evangélicos, sobre candidados a presidência, senado e muitos outros.

Não sei se você já parou para ler algum deles ? Eu li todos os que recebi, e depois disso tenho visto uma série de pessoas próximas num ato as vezes de “desencargo de consciência” retransmitindo para todos de sua lista criando uma corrente.

Não se trata de ideologia política. Nos brasileiros em sua maior parte, votam no candidato que está na frente por conta de não “perder” o voto. Neste momento de boca de urna, levantar impressões nas pessoas que ainda não se decidiram ou tentar adiar a opinião das pessoas que já se decidiram é besteira, deixa eu expor apenas uma meia duzia de fatos que pra mim são relevantes e eu espero que esteja dando a minha contribuição para você:

Deus é contra o aborto, um filho é o maior presente na vida de uma pessoa, é uma benção, e mesmo que venha por erros, problemas ou qualquer outra adversidade.
A Biblia que pode sim ter sido alterada, mas o espírito d’Aquele que a escreveu, e que nos capacita e está conosco em todos os momentos nos dá a certeza que o Homem nasceu para ser um com uma Mulher, é o natural e qualquer outra forma é abobinação.
Ter um evangélico no poder supremo do Brasil, não vai nos garantir sossego, tranquilidade ou Paz, temos dezenas de péssimos exemplos em governos estaduais, municipais e em todas as outras camadas de poder (executivo, legislativo e judiciário).
o Brasil realmente virou uma referência para os outros países, temos a copa, as olimpíadas e estes eventos vão certamente alavancar nossa economia crescer como tem crescido.
Houve uma melhor distribuição de renda nos ultimos anos, mas, lembra de 1998 a crise que tivemos que achamos que estavamos crescendo e na verdade o FMI foi a salvação? 60% dos brasileiros estão consumidos pelo endividamento. Isso significa que o Brasil cresceu, mas 60% das pessoas não cresceram tanto como as notícias do jornal, mas por acharem, estão afundados em dívidas, e muitos já não tem como sair delas e em tempo oportuno seu crescimento será tomado de volta.
A política é suja, e os que hoje prometem aumento e não deram quando podia, são iguais aos que prometiam e que não dão hoje. Existe uma ação do inferno por de trás de muitas campanhas, e VOCÊ é responsável pelo Brasil que teremos daqui pra frente!

Ore ao Senhor e peça a orientação dele sobre a sua decisão!

obrigado pela atenção, Deus te abençoe!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O GRANDE ENGANO

Palavras como disfarce, imitação ou cópia são conhecidas de todos. Também no cristianismo há pessoas que se dizem “cristãs”, mas no fundo não o são.

Um automóvel parou ao meu lado em um espaço para descanso à margem de uma auto-estrada na Alemanha. Alguém me ofereceu os “melhores artigos de couro” por pouco dinheiro. Como fui totalmente surpreendido pela oferta e também tinha pouco tempo, comprei um objeto pequeno. Apenas mais tarde percebi o tipo de “artigo de couro” que havia adquirido: uma imitação barata, que desmontava só de olhar para ela.

Há muitas coisas falsas, quase idênticas às verdadeiras, difíceis de distinguir das genuínas, como roupas, relógios, jóias, quadros, tapetes, etc. Precisamos de especialistas que consigam diferenciar entre o verdadeiro e o falso com base em detalhes mínimos.

Também no cristianismo há imitações, disfarces, cópias, cristãos que parecem verdadeiros e, no entanto, são falsos. Isso é ilustrado de forma clara na parábola das dez virgens (Mt 25.1ss): exteriormente, as cinco virgens néscias eram muito parecidas com as sábias, exceto pelo fato de que lhes faltava o óleo (um símbolo do Espírito Santo que habita nos salvos). Muitos vivem uma vida cristã porque são levados pela corrente do cristianismo que os cerca. Seu ambiente é cristão e por isso eles também o são.

Não quero que esta mensagem roube a certeza da salvação de ninguém que tenha no coração essa convicção pelo testemunho do Espírito de Deus. Além disso, tenho certeza de que um cristão espiritualmente renascido não pode se perder (Hb 10.10,14). Mas também não quero que alguém ponha sua confiança em uma falsa segurança, em algo que nem mesmo existe.

Às vezes admiramo-nos quando pessoas, que eram consideradas cristãos autênticos, de repente se desviam da fé e não querem ouvir mais nada a respeito de Jesus e da obra que Ele realizou na cruz do Calvário, chegando até mesmo a negá-la. O apóstolo João também passou por essa experiência dolorosa, descrita em sua primeira carta: “Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos” (1 Jo 2.19).


Este buquê de flores é verdadeiro ou não? Também no cristianismo há imitações, cristãos verdadeiros e falsos cristãos.
A Bíblia não esconde o fato de que além do cristianismo verdadeiro, legítimo, renascido da “água e do espírito”, há também um cristianismo aparente, formado por “cristãos” que não estão ligados a Jesus, não estão enraizados nEle, não vivem nEle e por Ele. Mesmo que tudo pareça legítimo, eles não passam de uma imitação. É desses “cristãos” que Paulo fala ao escrever a Timóteo, em sua segunda carta: “...tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes” (2 Tm 3.5). A Edição Revista e Corrigida diz: “...tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te”. Na Nova Versão Internacional lemos: “...tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder. Afaste-se desses também”.

Sendo cristão sem ser cristão
De acordo com pesquisas nos EUA, quase metade dos americanos se dizem cristãos renascidos. Mas uma análise mais aprofundada revelou que muitos confundem o novo nascimento com uma sensação positiva a respeito de Deus e de Jesus.

Um levantamento estatístico entre os cristãos praticantes nos EUA apresenta resultados desanimadores, o que também é representativo em relação à Europa:

20% nunca oram
25% nunca lêem a Bíblia
30% nunca vão à igreja
40% não apóiam a “obra do Senhor” por meio de ofertas
50% nunca vão à Escola Bíblica Dominical (de todas as faixas etárias)
60% nunca vão a um culto vespertino
70% nunca dão dinheiro para missões
80% nunca freqüentam uma reunião de oração
90% nunca realizam culto em família [1]
Se a situação já é assim na América marcada pela influência do puritanismo, quanto mais na superficial Europa.

O próprio Senhor Jesus advertiu a respeito da confissão nominal, que carece de conteúdo verdadeiro, ou seja, que não está de acordo com o que vai no coração: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade” (Mt 7.21-23). Com isso, o Senhor esclarece quatro pontos básicos: há duas coisas que não são de forma alguma suficientes para que alguém seja salvo, e outras duas são imprescindíveis para que alguém seja redimido.

Duas coisas insuficientes para a salvação
Nem a simples confissão “Senhor, Senhor” (1) nem as obras em nome de Jesus (2) são suficientes para alcançar a salvação eterna. Em muitas igrejas, denominações e entidades cristãs as orações são meramente formais, os atos de caridade são feitos em nome de Jesus sem que aqueles que os realizam pertençam a Ele ou sejam filhos de Deus. Quantos indivíduos “cristãos” realizam atos cristãos sem pertencerem a Cristo! É assustador que no fim Jesus até mesmo condena as suas ações como sendo iníquas: “Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade”.

Duas coisas imprescindíveis para a salvação
Precisamos fazer a vontade de Deus (1) e precisamos ser conhecidos por Deus (2).

1. Fazer a vontade do Pai celeste não é realizar muitas boas ações, pequenas e grandes, mas ter fé em Jesus Cristo, entregar conscientemente a vida a Ele e obedecer-Lhe na prática.

O judaísmo da época de Jesus tinha “boas ações” para apresentar: muitos eram fanáticos em seguir a lei, lidavam com a Palavra de Deus, expulsavam maus espíritos e faziam milagres. Mas uma coisa eles não queriam: crer em Jesus Cristo e, assim, aceitar a misericórdia que recebemos por meio dEle. Pensavam que chegariam ao céu sem Ele, que Deus reconheceria as suas obras e lhes permitiria entrar. Porém, foi justamente nesse ponto que Jesus tratou de contrariar seus planos. Eles tinham de aprender e aceitar que a vontade de Deus era que reconhecessem sua própria falência espiritual e cressem em Jesus.

Nós enfrentamos o mesmo problema hoje. “Cristãos” nascidos em um ambiente cristão pensam que conseguirão ir para o céu por meio de obras cristãs. Ao lhes dizermos que nada disso serve, que no fim das contas as suas ações são iniqüidades inaceitáveis aos olhos de Deus e que eles continuam perdidos, a grande maioria reage de forma irritada, por pensar que não precisam de Jesus pessoalmente. Quando Jesus foi questionado: “Que faremos para realizar as obras de Deus?”, Ele respondeu: “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado” (Jo 6.28-29).

2. Precisamos ser conhecidos por Deus. Haverá pessoas das quais Jesus dirá naquele dia: “Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade”.

Não é suficiente crer em Jesus de forma superficial, reconhecê-lO, acreditar em Sua existência ou aceitá-lO até certo ponto. Não – é preciso que haja um encontro pessoal com Ele.

Posso dizer: “Conheço o presidente do Brasil”. De onde o conheço? De suas aparições na mídia. Mas será que ele me conhece? Claro que não! No entanto, se eu fosse convidado a visitá-lo, teria a oportunidade de ser conhecido por ele.

O Senhor Jesus convida cada ser humano, de forma pessoal, a entregar-se a Ele: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28). Quem aceita esse convite, quem se achega a Ele com todos os seus pecados, quem O aceita em seu coração e em sua vida e crê em Seu nome (Jo 1.12), esse é conhecido por Ele. Quem fez isso reconheceu o Pai e o Filho de Deus e entrará no céu: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Jo 17.3).

“Tens nome de que vives...
...e estás morto” (Ap 3.1). Há muitos que se chamam de “cristãos”, mas o são apenas nominalmente. O Senhor Jesus falou de pessoas que imaginariam servir a Deus matando justamente Seus verdadeiros filhos: “Eles vos expulsarão das sinagogas; mas vem a hora em que todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus. Isto farão porque não conhecem o Pai, nem a mim” (Jo 16.2-3).


Em muitas igrejas, denominações e entidades cristãs as orações são meramente formais, sem que aqueles que rezam pertençam a Jesus.
Eles reivindicam autoridade teológica, pensam servir a Deus, mas não conhecem nem o Pai nem Jesus Cristo. Isso aconteceu, por exemplo, na época das Cruzadas e da Inquisição. Hoje também existe uma teologia que reivindica toda autoridade para si e rejeita os que se baseiam na Palavra de Deus. Basta lembrar das muitas seitas e do islamismo, que afirmam que Deus não tem um Filho.

Já no século VII antes de Cristo, na época do profeta Jeremias, havia dignitários religiosos meramente nominais. Ouvimos o lamento de Jeremias: “Os sacerdotes não disseram: Onde está o Senhor? E os que tratavam da lei não me conheceram, os pastores prevaricaram contra mim, os profetas profetizaram por Baal e andaram atrás de coisas de nenhum proveito” (Jr 2.8).

Mesmo um cristão meramente nominal pode apostatar da fé. Quem com sua boca confessa ser cristão, mas não pratica o cristianismo no dia-a-dia, precisa aceitar que outros lhe perguntem se não está enganando a si mesmo.

Não é exatamente isso que vemos hoje? Muitos teólogos abandonaram a fé bíblica e correm atrás de convicções que não servem para nada. Eles se abriram para religiões e correntes espirituais que não têm absolutamente nada a ver com Jesus Cristo. Isso também já aconteceu na época em que o povo de Israel peregrinou pelo deserto. Depois de ter louvado a grandeza e a soberania de Deus (Dt 32.3-4), Moisés emendou uma declaração sobre os infiéis: “Procederam corruptamente contra ele, já não são seus filhos, e sim suas manchas; é geração perversa e deformada” (v.5). Portanto, realmente é possível que aqueles que não são Seus filhos se tornem infiéis a Ele.

É dito a respeito dos filhos de Eli: “Eram, porém, os filhos de Eli filhos de Belial e não se importavam com o Senhor... Era, pois, mui grande o pecado destes moços perante o Senhor, porquanto eles desprezavam a oferta do Senhor” (1 Sm 2.12,17). Não reconheceram ao Senhor porque desprezaram o sacrifício. Enquanto uma pessoa (por mais cristã que se considere) desprezar o sacrifício de Jesus pelo pecado, não reconhecerá o Senhor.

Todos os israelitas saíram do Egito, mas da maior parte deles Deus não se agradou, motivo pelo qual tiveram de morrer no deserto (veja 1 Co 10.1-12).

Como exemplo especial de alguém que era crente nominal e que realizava obras, mas que ainda assim estava espiritualmente morto, lembro de Balaão (veja Nm 22-24):

Ele era um homem a quem Deus se revelava, com quem Deus falava (Nm 22.9).
No começo ele foi obediente (Nm 22.12-14).
Ele afirmava conhecer o Senhor e O chamou de “meu Senhor” e “meu Deus” (Nm 22.18).
Ele adorava o Senhor (Nm 22.31).
Ele reconhecia a sua culpa (Nm 22.34).
Ele estava disposto a servir (Nm 22.38).
Deus colocou Suas próprias palavras na boca de Balaão (Nm 23.5).
Balaão abençoou Israel três vezes (Nm 23 e 24).
Ele testemunhou da sinceridade e da fidelidade de Deus (Nm 23.19).
Ele falou três vezes do Messias como Rei de Israel (Nm 23.21; Nm 24.7,17-19).
O Espírito Santo veio sobre ele (Nm 24.2).
Ele testemunhava ser um profeta de Deus (Nm 24.3-4).
Balaão confirmou a bênção e a maldição de Deus sobre os amigos e inimigos de Abraão (Nm 24.9, Gn 12.3).
Ele colocou o mandamento de Deus acima de bens materiais (Nm 24.13).
Ele falou profeticamente a respeito do futuro dos povos, sobre a chegada do Messias e chegou a mencionar o Império Mundial Romano [Quitim] (Nm 24.14-24).
Apesar de tudo isso, a Bíblia chama Balaão de falso profeta, vidente e sedutor (veja Nm 31.16; Js 13.22; Ne 13.1-3; 2 Pe 2.15-16; Jd 11; Ap 2.14-16). Por quê? Porque Balaão fazia concessões e aceitava comprometimentos, e levou o povo de Deus a se misturar com outros povos. Havia uma discrepância entre suas palavras e ações. “Habitando Israel em Sitim, começou o povo a prostituir-se com as filhas dos moabitas. Estas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu e inclinou-se aos deuses delas. Juntando-se Israel a Baal-Peor, a ira do SENHOR se acendeu contra Israel” (Nm 25.1-3). Balaão havia levado Israel a essa prostituição (Nm 31.16; Ne 13.1-3). Pedro chama Balaão de alguém que “amou o prêmio da injustiça”. Na Epístola de Judas ele é chamado até mesmo de enganador (“erro de Balaão”) e no Apocalipse ele é apresentado como alguém que “armou ciladas”.

A Bíblia diz a respeito das pessoas nos últimos tempos que “os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados” (2 Tm 3.13). Quem tende a prostituir-se espiritualmente ou a comprometer sua fé e suporta, permite e pratica essas coisas sem que sua consciência o acuse, tem motivo para crer que, apesar das aparências, não é um cristão verdadeiro. Com isso não estou me referindo à luta contra o pecado, que qualquer filho de Deus enfrenta. Não, aqui não se trata de “derrotas” na fé e na obediência, mas de lidarmos com o pecado de forma consciente e indiferente, de deliberadamente escolhermos a prática pecaminosa.

Não somos salvos por nossas próprias obras, mas somente pela fé em Jesus Cristo, pela conversão a Ele. Só aqueles que O aceitam, ao Filho de Deus, em seu coração e em sua vida, com fé infantil, poderão realizar obras que testemunhem a veracidade de sua fé. Essa fé precisa estar “enraizada” na Palavra de Deus. Em Sua parábola sobre o semeador, Jesus diz que há pessoas que aceitam a Palavra de Deus com alegria, mas não criam raízes para ela e mais tarde a abandonam (Mt 13.20-21). A raiz liga a planta à terra, da qual ela vive, lhe dá firmeza, extrai alimento e o conduz à planta. A raiz é um símbolo do Espírito Santo, por meio do qual estamos enraizados em Deus. O Espírito Santo nos traz a vida em Deus, à medida que extrai alimento das Escrituras.


Qualquer planta precisa ter raízes para poder absorver água e alimentos. Assim, todo cristão também precisa estar enraizado em Jesus Cristo.
Podemos aceitar a Palavra de Deus de forma superficial, podemos simpatizar com o Senhor, podemos acompanhar os cristãos durante algum tempo, mas depois nos afastar novamente, porque nunca nascemos realmente de novo e por isso nunca tivemos “raízes”.

Jesus disse aos Seus discípulos, àqueles que O seguiam: “Contudo, há descrentes entre vós. Pois Jesus sabia, desde o princípio, quais eram os que não criam e quem o havia de trair” (Jo 6.64). De acordo com Hebreus 6.4-6, há pessoas que foram “iluminadas”, que “provaram o dom celestial”, e que até “se tornaram participantes do Espírito Santo” e ainda assim caíram. Por quê?

Porque foram iluminadas, mas elas mesmas nunca se tornaram luz. A luz pode se refletir em mim, e então estou iluminado; mas é preciso mais para que eu mesmo seja luz.
Porque provaram, mas não comeram (aceitaram). Posso sentir o cheiro do pão, provar o seu sabor (assim como o enólogo, que toma um pouco de vinho na boca para testar seu aroma, mas depois o cospe fora). Mas é preciso que aconteça mais: precisamos comer o pão, ingeri-lo. Não basta “provar” Jesus, ou seja, experimentá-lO – precisamos aceitá-lO em nós (Jo 6.53-56,63; Jo 1.12).
Porque participaram do efeito do Espírito Santo, mas nunca O receberam pessoalmente. Ao ler a Palavra de Deus, ao freqüentar um culto, posso participar do efeito do Espírito Santo. Mas isso não é suficiente. Não – é preciso que haja uma renovação espiritual real.
É possível que pessoas assim imitem o cristianismo durante algum tempo, acompanhem e participem de uma igreja local. Mas um dia elas “cairão” e negarão a Jesus. Então muitos se perguntam espantados: “Como isso é possível?”

Quando o Senhor Jesus falou de comer Sua carne e beber Seu sangue para ganhar a vida eterna (Jo 6.53-59), muitos de Seus discípulos disseram: “Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” (v. 60) e se afastaram dEle (v. 66), apesar dEle ter lhe explicado de antemão o que isso significava: “O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida” (v. 63).

Tornar-se cristão apesar de ser “cristão”
Enganam-se a si mesmos os que pensam que todos são cristãos! Muitas vezes, quando questionei pessoas que davam a entender isso, a resposta era: “Meus pais são cristãos”, ou: “Minha família é cristã!” Um conhecido evangelista costumava responder a essas afirmativas: “Se alguém nasce em uma garagem, isso não significa que seja um automóvel! E quando alguém nasce em uma família cristã, ainda falta muito para que se torne cristão!” (extraído de um livro de Wilhelm Busch).

Jesus disse a Pedro: “Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos” (Lc 22.32). Por um lado, o Senhor confirmou a fé de Pedro. Por outro lado, porém, Ele falou da necessidade de sua conversão futura. Pedro poderia ter retrucado: “Senhor, sou judeu, um filho de Abraão. Cumpro os mandamentos, fui circuncidado ao oitavo dia, guardo o sábado, oro três vezes ao dia, celebro a Páscoa e faço os sacrifícios. E já Te sigo há três anos...” Mesmo assim, ele ainda precisava converter-se. Da mesma forma Paulo, o grande defensor da lei, precisou se converter, assim como todos os outros apóstolos e discípulos.

Toda pessoa precisa se converter se quiser ser salva – inclusive os “cristãos”, sejam eles membros da igreja católica romana, protestantes, evangélicos ou de uma família cristã. Não são poucos os que nascem no cristianismo, da mesma forma como os judeus nascem no judaísmo. Mas, não é esse nascimento que dá a salvação, alcançada somente através de um “novo nascimento”: “Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3). Precisamos nos converter mesmo que tenhamos sido batizados quando pequenos, freqüentado aulas de catecismo ou participado de cultos. Se não nascermos de novo, continuaremos perdidos.

Mais tarde, quando o apóstolo Pedro se converteu e experimentou o novo nascimento, ele escreveu em sua primeira carta: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros” (1 Pe 1.3-4).

Quem carrega em si o testemunho do Espírito Santo a respeito de seu novo nascimento (Rm 8.16) deve alegrar-se com essa certeza e agradecer a Jesus Cristo por ela. Mas quem não possui esse testemunho inconfundível do Espírito Santo e ainda assim pensa ser cristão, está sujeito a um grande engano. Mas hoje esses “cristãos”, e qualquer pessoa que queira ser salva, pode alcançar a certeza da salvação, se converter-se de forma muito séria a Jesus Cristo. Então, por que esperar mais?....

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

AÇAO SOCIAL E POLITICA A BASE BIBLICA.

Alicerce Bíblico Para Um Envolvimento Social e Político Dentro da Estrutura Dispensacionalista Tradicional
O dispensacionalismo tradicional[1] ganhou a reputação de não demonstrar interesse pelo engajamento social e político. Essa imagem do dispensacionalismo pode ou não ser justa. Creio que em grande parte seja verdadeira com notáveis exceções.[2] Entretanto, a despeito de ser ou não desenvolvida e aplicada, a concepção dispensacionalista é capaz de produzir uma teologia do envolvimento social e político que seja coerente com os princípios que norteiam o dispensacionalismo. O objetivo deste estudo é o de esboçar os elementos principais que realmente distinguem essa teologia.


Todo ser humano é individualmente responsável diante de Deus pela obra da criação, a qual foi planejada com o objetivo de glorificar a Deus.
As alianças apresentadas na Bíblia propiciam uma estrutura que serve de referência para sabermos a maneira pela qual Deus deseja que procedamos em cada área da vida. Se as primeiras alianças registradas em Gênesis dizem respeito a Adão e seus descendentes (i.e., todo o gênero humano), é razoável que os limites e prerrogativas de tais alianças se apliquem a toda a humanidade. De que maneira?

A Aliança Edênica
A Aliança Edênica (Gn 1.18-30; Gn 2.15-17) apresenta o princípio fundamental que Deus utilizou, antes da entrada do pecado no mundo, para estabelecer Seu governo e relacionamento com o ser humano; aliança essa que tem caráter condicional. A proibição de comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal foi um teste que Deus estipulou para Adão no passado (Gn 2.15-17) e, portanto, não é uma regra que possamos transgredir nos dias atuais (veja, também, Rm 5.13-14). Contudo, o Mandato Cultural (Gn 1.26-28) não ficou restrito apenas a Adão. Tal Mandato estabelece a base da responsabilidade individual do ser humano e dos deveres sociais, políticos e econômicos, bem como a responsabilidade final de toda a humanidade, perante Deus, ao longo da história que se seguiu. Foi através dessa aliança que Deus definiu a função cultural e pública a ser desempenhada pela humanidade na história. É uma descrição resumida das tarefas do ser humano.

As Instituições Divinas
As instituições divinas são convenções que atuam dentro dos dispositivos das alianças bíblicas e que dizem respeito à vida do ser humano na sociedade. A primeira vez que ouvi falar desse ensino bíblico, denominado por alguns de “Instituições Divinas”, foi há aproximadamente 35 anos, por intermédio do pastor Charles Clough.[3] Ele declara: “As instituições divinas são estruturas reais e absolutas que integram a existência social do ser humano”.[4] Segundo Clough, “a expressão ‘instituição divina’ tem sido usada há séculos pelos cristãos, principalmente no âmbito teológico reformado, para designar o sistema social básico e permanente”.[5] As instituições divinas foram criadas por Deus, daí o termo “divinas”, e se aplicam a toda a humanidade desde o tempo de Adão e Eva. As estruturas sociais básicas da humanidade não passaram por nenhum processo evolutivo ao longo do tempo, mas já faziam parte da criação de Deus.

A primeira instituição divina é o domínio responsável (Gn 1.26-30; Gn 2.15-17; Sl 8.3-8), que enquadra o ser humano como um indivíduo responsável diante de Deus. O homem foi criado com a responsabilidade de ser o vice-regente de Deus para administrar o planeta Terra sob a autoridade de Deus. A queda do homem no pecado [i.e., a Queda] resultou na perversão da responsabilidade humana, porém tal responsabilidade nunca foi abolida.[6] Isso implica que todo ser humano é individualmente responsável diante de Deus pela obra da criação, a qual foi planejada com o objetivo de glorificar a Deus. Deus a planejou para que, através das escolhas de cada indivíduo, um registro de obediência ou rebelião contra o Criador ficasse evidente na história. Após a Queda, comenta Clough, “em vez de dominar sobre a Terra de modo pacífico e piedoso, sob a orientação de Deus e de Sua Palavra, o ser humano luta e usa suas garras para conquistar um falso domínio estabelecido com suas próprias obras (cf., Tg 4.1-4)”.[7] A escolha individual diz respeito à área na qual alguém tem a opção de confiar em Cristo como seu Salvador ou rejeitá-lO. Ninguém pode fazer essa decisão em favor de outra pessoa. Trata-se de uma escolha individual.


“A família existe com a finalidade de instruir a próxima geração (cf., Êx 20.12; Dt 6.4-9; Ef 6.1-4)”.
A segunda instituição divina é o casamento (Gn 2.18-24). Tal instituição é uma inferência do casamento original de Adão e Eva, registrado em Gênesis 2. É exclusivamente dentro desse contexto que as relações sexuais podem ser desfrutadas e, juntos, marido e mulher devem cumprir o mandato cultural de governar a criação. Constata-se no texto bíblico que a mulher é chamada de “auxiliadora”, trazida por Deus a Adão, já que este tinha necessidade de uma cooperadora que lhe fosse compatível e que o ajudasse a cumprir sua vocação de governar a natureza. “Diferente dos animais, a assim chamada diferenciação sexual no gênero humano não serve apenas para a procriação; também serve para o exercício do domínio”.[8] “Posteriormente, a suprema importância da estrutura do casamento aparece no Novo Testamento, quando Paulo revelou o fato de que tal estrutura tipifica a união de Cristo com a Igreja (Ef 5.22-23)”.[9] Clough faz este comentário esclarecedor:

O gênero humano só pode expressar a imagem de Deus na condição de “homem e mulher” juntos (Gn 1.27). Isso se deve ao fato de que Deus possui certas características que são, por natureza, “femininas” (p. ex., Mt 23.37). Além disso, a função da mulher, descrita em Gênesis 2.18 como “auxiliadora”, não foi designada como algo inferior e degradante. Em outras passagens das Escrituras o mesmo termo original hebraico é usado em referência ao próprio Deus na qualidade de “auxiliador” (Êx 18.4; Dt 33.7) [...] Contudo, a Bíblia, indiscutivelmente, dá ênfase ao varão como aquele que recebe o chamado de Deus, um chamado que se configura na escolha de uma esposa [...] Juntos, numa divisão de trabalho, marido e mulher deixam suas respectivas famílias e, ao contrário da idéia de agregação e ampliação familiar, o rapaz, diretamente subordinado a Deus, tem que assumir a plena responsabilidade de liderança do lar.[10]

A terceira instituição divina, edificada sobre o alicerce das duas primeiras instituições, é a família. “Segundo a Bíblia, a família é a unidade básica da sociedade, não o indivíduo (sob a Lei Mosaica, por exemplo, o direito de posse de uma propriedade pertencia às famílias)”.[11] “A família existe com a finalidade de instruir a próxima geração (cf., Êx 20.12; Dt 6.4-9; Ef 6.1-4)”.[12] A família é a instituição responsável pela continuidade de cada legado familiar, cabendo-lhe a tarefa da educação e da provisão para o bem-estar. Mesmo que uma família decida delegar o ensino a professores, ainda assim ela continua com a responsabilidade de cuidar para que a criança seja devidamente educada. Clough afirma:

A família e o casamento não podem ser dissociados do domínio. Onde houver perversão do domínio e deterioração do ambiente, haverá, por conseguinte, fome e pobreza. A sociedade na qual o casamento é desonrado e famílias são separadas, inevitavelmente entra em colapso. Não pode haver preservação através de um punhado de leis, nem por meio de programas ideológicos ou “redefinições” dos conceitos de casamento e família. Deus planejou as instituições divinas com o intuito de proporcionar domínio e prosperidade.[13]

A Queda não alterou nenhuma das instituições divinas; em vez disso, corrompeu o ser humano que passou a fazer mau uso delas. Clough explica:

Quando se depara com a corrupção em cada uma dessas estruturas sociais, o ser humano decaído reage de várias maneiras. Uma das maneiras é a de reinterpretar a luta contra o pecado pelo ponto de vista da economia (“a luta de classes” de Marx) ou da raça (tanto os racistas de cor branca quanto os de cor negra) ou, ainda, pelo ponto de vista da psicologia (Freud e outros tantos). Outra evasiva é a de abandonar as próprias instituições, considerando-as como “convenções” sociais obsoletas e arbitrárias que precisam de uma “reengenharia”. Contudo, todas essas reações são falhas que custam caro para as sociedades que as cometem. No fim, tais reações refletem a mentalidade pagã que não reconhece a responsabilidade do homem pela queda no pecado nem a anormalidade do mal.[14]


A quinta instituição divina é a diversidade tribal, a qual também foi estabelecida após o Dilúvio com a finalidade de promover a estabilidade social num mundo corrompido pelo pecado.

Instituições Divinas Posteriores à Queda
Pelo menos duas outras instituições divinas foram estabelecidas depois da Queda do homem no pecado. Ambas foram instituídas após o Dilúvio e foram designadas com o propósito de restringir o mal num mundo corrompido. As três primeiras instituições divinas são instituições sociais positivas ou produtivas, enquanto que estas duas últimas são instituições divinas de caráter negativo, destinadas a conter o avanço do mal num mundo degradado.

O governo civil é a quarta instituição divina, na qual Deus transferiu ao homem a responsabilidade de exercer a autoridade governamental, através da Aliança Noética, a fim de auxiliar na restrição do mal depois do Dilúvio (Gn 9.5-6). Antes do Dilúvio, o ser humano não podia executar o juízo referente ao mal praticado, conforme se pode notar no modo pelo qual Deus ordenou que o homem lidasse com o assassinato de Abel cometido por Caim (Gn 4.9-15). Tal instituição divina se baseia na pena capital (Gn 9.5-6), desde que o propósito seja o de reprimir o mal (Rm 13.3-4). Na ordem dada por Deus às instituições civis de requererem a vida pela vida, estava subentendida a autoridade judicial hierarquicamente inferior. Apesar de a pena capital ter se tornado repugnante na cultura ocidental apóstata, ela ainda é a base para o divino estabelecimento do governo civil.[15]

A quinta instituição divina é a diversidade tribal, a qual também foi estabelecida após o Dilúvio com a finalidade de promover a estabilidade social num mundo corrompido pelo pecado (veja, Gn 9.25-27; compare com Gn 10-11 e com Dt 32.8). Observe que não se trata de diversidade racial, mas sim de diversidade tribal. Essa instituição divina não inclui raça, mas, sim, tribos ou famílias. “Ao longo de todo o período pós-diluviano”, esclarece Clough, “Deus preservou a estabilidade e o bem-estar social da humanidade ao incitar uma tribo ou grupo social contra outro, a fim de otimizar o progresso e retardar a influência do mal (cf., At 17.26-27)”.[16]

A diversidade tribal foi implementada através da confusão de idiomas que se deu quando da construção da torre de Babel (Gn 11.1-9). Por que Deus quis separar a humanidade? Muitos crêem que a humanidade deve se juntar numa unidade. O texto de Gênesis 11.6 explica a razão pela qual Deus confundiu as línguas humanas nos seguintes termos: “E o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer”. Portanto, a única finalidade para a qual a humanidade deseja se unir é a de se rebelar contra Deus e ser bem-sucedida na sua rebeldia, conforme se pode constatar no incidente da torre de Babel. Essa é a razão pela qual a história atual ruma para a globalização, à medida que nos afastamos cada vez mais de Deus, e também é o motivo pelo qual o objetivo do Anticristo durante a Tribulação será o de forjar a unificação para o estabelecimento de um governo mundial centralizado que se oponha aos planos e propósitos de Deus. O período da Tribulação chegará ao seu fim com a direta intervenção e o juízo de Deus, assim como aconteceu no Dilúvio de Gênesis. Enquanto isso, Deus retarda a rebelião coletiva da humanidade por intermédio do governo civil e da diversidade tribal.

O propósito da diversidade tribal pode ser ilustrado pelas diferenças que existem nos cascos dos navios. Até 100 anos atrás, todos os navios que cruzavam os oceanos tinham um casco inteiriço. Se uma avaria provocava um rombo razoável no casco da embarcação, quase sempre o navio ia a pique quando a água inundava todo o casco. Então os construtores navais começaram a desenvolver cascos de navio com múltiplos compartimentos, de forma que se um buraco rompesse um dos compartimentos, os outros compartimentos íntegros poderiam manter o navio flutuando. O mesmo ocorre com a humanidade! Se uma tribo se torna perversa, Deus não precisa exercer juízo contra o mundo inteiro. Ele pode usar outros povos para exercer juízo contra aquela tribo perversa, sem a necessidade de um castigo de proporções mundiais. Esse é um dos métodos que Deus utiliza para dirigir as nações neste período entre o Dilúvio e a Segunda Vinda de Cristo.

A Lei Mosaica e a Igreja
O apóstolo Paulo afirma que a Lei de Moisés caducou no momento em que se consumou a perfeita obra de Cristo. Os judeus julgaram que Paulo persuadia “...os homens a adorar a Deus por modo contrário à Lei” (At 18.13) e que ele ensinava “...todos os judeus entre os gentios a apostatarem de Moisés” (At 21.20-29). Embora os acusadores de Paulo fizessem um juízo errado a seu respeito, a acusação certamente se baseava nas declarações e atitudes do apóstolo, as quais deram origem a tal pensamento. Por semelhante modo, a acusação dos judeus contra Jesus de que Ele reivindicara ser Deus baseava-se nas Suas palavras e obras, as quais deram motivo para que eles O julgassem dessa maneira. Em muitos textos das Escrituras Paulo mostra que a Lei Mosaica foi abolida (Rm 6.14-15; Rm 7.1-6; Rm 10.4; 1 Co 3.7-11; 1 Co 9.19-23; Gl 2.19-3.5; Gl 4.1-7; Gl 5.18; Ef 2.14-22). Além do mais, a Lei de Moisés e o próprio Antigo Testamento afirmam que a Lei foi exclusivamente concedida à nação de Israel.[17]


O crente em Cristo deve amar a lei de Deus. A graça não libera o crente da obediência à vontade de Deus. Entretanto, os crentes em Cristo não estão sujeitos à forma da lei que foi dada a Israel.
O Novo Testamento não recomenda a pena de morte para aquelas transgressões que no Antigo Testamento deviam ser punidas com a penalidade máxima. A Lei de Moisés declara: “O homem que se deitar com a mulher de seu pai terá descoberto a nudez de seu pai; ambos serão mortos; o seu sangue cairá sobre eles” (Lv 20.11). A passagem de 1 Coríntios 5 menciona que esse mesmo tipo de pecado foi cometido, mas o castigo disciplinar determinado por Paulo foi o de entregar tal homem a Satanás (1 Co 5.5), expulsando-o da igreja (1 Co 5.7,13). O apóstolo chega até mesmo a dizer que o julgamento daqueles que estão fora da igreja não é assunto da igreja (1 Co 5.12). Se o pecador mencionado em 2 Coríntios 2.5-11 for a mesma pessoa citada por Paulo em 1 Coríntios 5, é muito provável que a igreja estivesse prestes a finalmente restaurá-lo à comunhão. Isso teria sido impossível se a penalidade da Lei Mosaica fosse executada.

O texto de Deuteronômio 18.20 declara que se um profeta “...presumir de falar alguma palavra em meu nome, que eu lhe não mandei falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta será morto”. No entanto, o Novo Testamento registra que Himeneu e Fileto “...se desviaram da verdade, asseverando que a ressurreição já se realizou” e estavam “...pervertendo a fé a alguns” (2 Tm 2.17-18), mas Paulo não ordenou que eles fossem sentenciados à morte, pelo contrário, o apóstolo expressou seu desejo de que eles retornassem “à sensatez” e se livrassem “dos laços do diabo” (2 Tm 2.24-26). No Novo Testamento há outros textos que demonstram o fato de que a Lei Mosaica chegou ao seu fim com a vinda de Cristo ao mundo (cf., Hb 8.6-7,13; 10.9). Ademais, o crente em Cristo deve amar a lei de Deus. A graça não libera o crente da obediência à vontade de Deus. Entretanto, os crentes em Cristo não estão sujeitos à forma da lei que foi dada a Israel. Em vez disso, temos condição de usar os preceitos da legislação mosaica como exemplos do modo pelo qual podemos reagir individual e coletivamente; é possível obter sabedoria proveniente dos preceitos mosaicos. Porém, os crentes em Cristo devem obedecer à vontade de Deus expressa no Novo Testamento – a “lei de Cristo” – e devem obedecer à lei revelada nas alianças Adâmica e Noética, lei essa que se expressa por meio das instituições divinas.


A sabedoria apela para que o aprendiz a siga, tendo em vista o fato de que ela é justa e traz certos benefícios práticos. A sabedoria também se aplica a todas as áreas da vida.
No que diz respeito ao desenvolvimento da sabedoria nas diversas áreas da vida, temos que buscar na lei o discernimento para nelas agir. Em nenhum âmbito da vida o crente pode adotar idéias e pontos de vista que resultem do sistema deste mundo. Ele deve procurar desenvolver uma perspectiva bíblica de governo, de economia, de família, de educação, e assim por diante, mantendo-se firme nessa convicção. Somos “filhos da luz” e devemos resplandecer nas trevas dos dias atuais. Todavia, como não está no plano de Deus ou ainda não é de Sua vontade que o Reino de Deus assuma o controle deste mundo na presente era, estamos, como o profeta Daniel, vivendo pelos princípios e padrões bíblicos, enquanto aguardamos a concreta intervenção de Deus na história. Isso é o que pode ser chamado de “método da sabedoria”, em oposição ao “método da lei”. O modelo bíblico para tanto é o livro de Provérbios. Quando se estuda o livro de Provérbios não é preciso muito tempo para que alguém perceba que a sabedoria de Provérbios é fruto da reflexão de Salomão na Lei de Moisés. Ele usa o formato da sabedoria para transmitir o conteúdo da Lei ao seu filho e à próxima geração.

A sabedoria difere da lei em virtude do fato de que a lei se constituiu de cláusulas legais inseridas na aliança ou pacto, as quais regulam e podem ser impostas por força de penalidades civis. A lei pode governar qualquer área da vida, tais como os direitos civis, a família, a vida pessoal e as instituições religiosas. Por outro lado, a sabedoria se constitui de conselhos sem nenhuma vinculação com penalidades legais. A sabedoria conta ao inexperiente “a suma” das coisas, de modo que as ciladas da vida possam ser evitadas. A sabedoria apela para que o aprendiz a siga, tendo em vista o fato de que ela é justa e traz certos benefícios práticos. A sabedoria também se aplica a todas as áreas da vida.

O tratamento dado ao adultério tem suas respectivas semelhanças e diferenças na lei e na literatura de sabedoria. Na lei está escrito: “Não...” (Dt 5.18) e, em determinadas situações o adultério implica a pena de morte (Dt 22.22). A literatura de sabedoria desenvolve a compreensão das razões pelas quais não se deve cometer adultério e chega ao ponto de apelar para que aquele que a estuda siga o caminho da sabedoria (Pv 7.6-23), contudo não decreta penalidades civis. A sabedoria diz que se um sábio andar no caminho que ela propõe, colherá certos benefícios. Não é sem motivo que Paulo escreveu a Timóteo: “Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza de modo legítimo” (1 Tm 1.8). Nesta Dispensação ou Era da Igreja, a prática de abordar a Lei Mosaica pelo método da sabedoria constitui-se num uso bom e legítimo da lei.

O texto de Deuteronômio 4.6-8 chama a atenção para o fato de que Israel recebera com exclusividade uma sabedoria e um entendimento que seriam percebidos pelas outras nações:

“Guardai-os, pois, e cumpri-os, porque isto será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que, ouvindo todos estes estatutos, dirão: Certamente, este grande povo é gente sábia e inteligente. Pois que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o Senhor, nosso Deus, todas as vezes que o invocamos? E que grande nação há que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que eu hoje vos proponho?”.

Apesar de ter sido concedida a Israel, a sabedoria deste povo se tornaria evidente aos observadores externos. Aqueles que ficassem impressionados com tal sabedoria provavelmente tentariam imitá-la. Por certo essa tem sido a atitude de muitas nações gentílicas, durante a atual Dispensação da Igreja, naquelas ocasiões em que os crentes em Cristo têm conseguido exercer sua influência.

Para que um cristão atue numa área dessas, é preciso que ele esteja disposto a adaptar e utilizar algumas leis específicas do Antigo Testamento destinadas a Israel, a fim de desenvolver uma metodologia sábia que se aplique a essas áreas em questão. Mas trata-se de sabedoria e não de lei. De fato as nações não são obrigadas a cumprir a lei de Israel, mas são responsáveis pelo cumprimento da Aliança Noética. Entretanto, aquele que pela fé é nova criatura em Cristo terá o desejo de amadurecer e de aplicar a sabedoria que aprendeu na sua “menoridade” (sob a tutela da lei). Há uma tremenda diferença entre dizer que algo é lei para os dias atuais e dizer que se trata de um princípio de sabedoria. O efeito sistêmico freqüentemente será o mesmo, já que a pessoa regenerada em Cristo terá o desejo de por em prática a sabedoria da lei de Deus. Contudo, é fato insofismável que as leis e o pacto que constituem a Aliança Mosaica não foram firmados com nenhuma outra nação ou entidade, exceto com o povo de Israel.

O propósito de Deus nesta Era da Igreja é o de constituir dentre as nações “...um povo para o Seu nome”, a fim de que esse povo seja a noiva de Seu Filho. O propósito da presente era é diferente do propósito de Deus na dispensação anterior. Portanto, assim como existe continuidade entre as dispensações, também existe descontinuidade. O plano de Deus não é a cristianização do mundo, mas sim a evangelização de toda a humanidade. A Igreja é o instrumento pelo qual Deus chama os povos do mundo ao arrependimento e à fé no Evangelho. Aqueles que crêem devem ser edificados pela preciosa Palavra de Deus que foi concedida à Sua Igreja. Estamos envolvidos numa tarefa sem descanso, enquanto nosso Senhor saiu para uma longa jornada; aguardamos com expectativa a volta de Seu Filho que virá dos céus para nos livrar “...da ira vindoura” (1 Ts 1.10).

A Função do Governo na Dispensação da Igreja
Segundo a Bíblia, Deus soberanamente nomeia e destitui os governantes. Não há a menor dúvida de que todos os governantes, tanto os que vieram antes de Moisés quanto os que vieram depois dele, atuam com a permissão de Deus e por Sua vontade, inclusive, Faraó, Herodes, Pilatos, Nabucodonosor e Ciro.


Não há a menor dúvida de que todos os governantes, tanto os que vieram antes de Moisés quanto os que vieram depois dele, atuam com a permissão de Deus e por Sua vontade, inclusive, Faraó, Herodes, Pilatos, Nabucodonosor e Ciro.
A perspectiva do Novo Testamento mostra que os governantes, na qualidade de autoridades instituídas por Deus, não devem ser resistidos. A autoridade pertence a Deus e a Aliança Noética revela que a autoridade judicial foi delegada aos homens (cf., Rm 13.2-5). Sempre que alguém se rebela contra aqueles que estão autorizados por Deus a exercer Sua autoridade, há uma rebelião contra Deus.

Uma vez que os governantes são ministros de Deus, foram constituídos por Ele como vice-regentes e vingadores de Sua ira. Os governantes de Israel tinham nitidamente essa função sob a Aliança Sinaítica, ao passo que as nações não tinham tal função segundo essa mesma aliança. Em Romanos 13.1-2, Paulo afirma que os governantes têm essa função, mas em nenhum lugar o apóstolo a vincula com a Lei de Moisés. O Novo Testamento nos informa que os magistrados devem coibir a prática do mal e honrar a prática do bem (Rm 13.3). Mais uma vez é preciso dizer que esse dever foi instituído e consta na Aliança Noética.

As nações têm seu mandato a partir das Alianças Abraâmica e Noética. A realidade disso se comprova no fato de que Deus julga as nações pelo critério da lealdade ao compromisso que elas têm na aliança que Ele firmou com Noé. A autoridade judicial que os magistrados civis têm para exigir o cumprimento da Lei de Deus é legítima, mas não é a formulação específica da lei de Deus nos seus pormenores, conforme foi dada a Israel. Por certo, muitos dos preceitos legais que Deus outorgou a Israel, inclusive as penas específicas, podem ser usados como modelo na elaboração de leis civis para a sociedade, porém isso não é obrigatório e, se não for feito conforme esse modelo, também não acarreta a ira de Deus. No caso em questão, o único critério de responsabilização é o da vontade de Deus na consciência, de acordo com o que Ele determinou através de Sua aliança com Noé.

Conclusão
Nesta abordagem teológica acerca do governo e da sociedade, verificamos, primeiramente, que se trata de uma perspectiva compatível com os princípios teológicos do dispensacionalismo. Constatamos que a responsabilidade tanto social quanto política é individual, exceto no que diz respeito à assistência das viúvas por parte da igreja (cf., 1 Tm 5). Essa concepção apresenta uma perspectiva conservadora de governo e contempla a responsabilidade individual e a família como as instituições produtivas numa sociedade. Durante a atual Dispensação da Igreja, um crente, como indivíduo, deve atuar socialmente dentro dos parâmetros estruturais das instituições divinas, enquanto leva em consideração todas as ordenanças que lhe são dadas como um membro da Igreja, o Corpo de Cristo.

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