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sábado, 12 de setembro de 2020

 

A Diferença Entre Adivinhações e Profecias Bíblicas

Norbert Lieth

"Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração" (2 Pe 1.19).

Profecias bíblicas se cumprem sempre, sem exceção. Por isso podemos ter absoluta confiança nelas. Mas quem confia em adivinhações está perdido!

Só uma coisa é certa a respeito das adivinhações de videntes, astrólogos e cartomantes: a cada ano se repete o fiasco da falha do seu cumprimento! Praticamente todas as previsões para 2003 foram falsas. O "Comitê Para a Investigação Científica das Alegações dos Paranormais" na Alemanha comparou 100 prognósticos com a realidade e verificou que as explicações posteriores dos adivinhos são completamente contraditórias em relação às previsões feitas. Muitos de seus prognósticos são formulados de maneira tão vaga que o exercício da futurologia nem se faz necessário, pois qualquer um de nós poderia fazer previsões semelhantes usando simplesmente a lógica e o bom senso. As previsões são tão genéricas que acabam acertando em algum detalhe. Dois exemplos: em dezembro de 2002 um astrólogo previu "iminente risco de guerra" para o Iraque.[1] O matemático Michael Kunkel (de Mainz/Alemanha), observou que uma declaração dessas, naquela época, equivalia a afirmar que o sol iria nascer na manhã seguinte. Relativamente a Israel, um dos prognósticos para este ano dizia: "Depois de sérios distúrbios, existe a tendência de que no final de 2004 haja um acordo de paz satisfatório, de modo a que ambas as partes tenham interesse em cumpri-lo". É quase impossível falar de maneira mais genérica. Mas é interessante observar como as pessoas, que nada querem saber da Bíblia, são enganadas rotineiramente e dão ouvidos a esse tipo de "profecia" vaga e superficial.

A adivinhação do futuro pode envolver puro e simples engano visando o lucro fácil. Por outro lado, além do interesse financeiro, a astrologia, por exemplo, tem origem espírita e ocultista, diretamente inspirada por Satanás e seus demônios. Seja como for, ela sempre é mentirosa, pecaminosa e de origem diabólica. O reformador Martim Lutero declarou, com razão: "O Diabo também sabe profetizar – e mente ao fazê-lo".

Em Deuteronômio 18.9-11 está escrito: "Quando entrares na terra que o Senhor, teu Deus, te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos. Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos". A Bíblia com Anotações de Scofield comenta a respeito:

As oito práticas anatematizadas para determinação do futuro são estas: 1. do adivinhador – os métodos são apresentados em Ez 21.21; 2. do prognosticador – possivelmente referindo-se à feitiçaria ou astrologia; 3. do agoureiro – aquele que usa prognósticos; 4. do feiticeiro – aquele que faz uso da magia, de fórmulas ou encantamentos; 5. dos encantadores – Sl 58.4-5; 6. de quem consulta um espírito adivinhante – veja o número 7; 7. do mágico, geralmente usado com o número 6 – Is 8.19 descreve a prática; e 8. do necromante – aquele que procura interrogar os mortos. Duas coisas precisam ser mantidas em mente: 1) este mandamento tinha aplicações específicas a Israel que estava entrando na terra; foram feitas para preservar os israelitas das abominações dos seus predecessores (vv. 9, 12 e 14) e 2) para se perceber claramente o contraste entre esses falsos profetas e os profetas como Moisés (vv. 15-19).

Profecia bíblica

Vejamos as principais diferenças entre adivinhação e profecia bíblica:

  • A adivinhação faz afirmações vagas e genéricas e não esclarece os fatos. A profecia bíblica é a história escrita antes que aconteça. Ela parte do próprio Deus Todo-Poderoso, que tem uma visão panorâmica das eras e as estabeleceu em Seu plano divino. O profeta Isaías O engrandece: "" Senhor, tu és o meu Deus; exaltar-te-ei a ti e louvarei o teu nome, porque tens feito maravilhas e tens executado os teus conselhos antigos, fiéis e verdadeiros" (Is 25.1). O próprio Senhor afirma: "lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade" (Is 46.9-10).
  • A adivinhação interpreta algum tipo de sinal. A profecia bíblica não depende da nossa interpretação, mas se sustenta exclusivamente em sua própria realização.
  • As previsões de astrólogos são especulativas e deixam margem para muitas interpretações. A profecia bíblica acerta em 100% dos casos.
  • O apóstolo Pedro escreve: "Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade" (2 Pe 1.16).

Tim LaHaye e Thomas Ice afirmam:

Falsas religiões e idéias supersticiosas baseiam-se em fábulas engenhosamente inventadas, mas a fé cristã está fundamentada na auto-revelação do próprio Deus aos homens, da forma como a encontramos na Bíblia. Além disso, Pedro designa a profecia bíblica como "palavra profética" e diz: "...fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso..." (2 Pe 1.19). Por que podemos depositar toda a nossa confiança na palavra profética? Porque a profecia bíblica, segundo a conclusão de Pedro, não é a explicação humana dos acontecimentos históricos: "sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo" (2 Pe 1.20-21).Tendo a profecia, os cristãos possuem um resumo do plano divino para o futuro. Além disso, como centenas de profecias já se cumpriram literalmente – a maioria delas relacionadas à primeira vinda de Cristo – sabemos que todas as promessas em relação ao futuro também se cumprirão integralmente nos tempos finais e por ocasião da volta de Cristo".[2]

  • Adivinhação e interpretação de sinais são baseados em mentiras, enquanto a profecia divina é a mais absoluta verdade. Balaão era um "agoureiro" (Nm 24.1) que Balaque, rei dos moabitas, queria usar para amaldiçoar Israel (Nm 23-24). E justamente esse adivinhador foi obrigado a reconhecer: "Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?" (Nm 23.19).
  • A Bíblia contém 6.408 versículos com declarações proféticas, das quais 3.268 já se cumpriram. Não se sabe de nenhum caso em que uma profecia bíblica tivesse se cumprido de forma diferente da profetizada. Esses números equivalem à chance de que ao jogar-se 1.264 dados, todos caiam, sem exceção, com o número 6 para cima. Essa probabilidade é tão pequena que exclui toda e qualquer obra do acaso.[3]
  • Conforme o Dr. Roger Liebi, 330 profecias extremamente exatas e específicas referentes ao Messias sofredor se cumpriram literalmente por ocasião da primeira vinda de Cristo.

Dessa abundância de profecias relacionadas ao nascimento, à vida e à morte de Jesus, destacamos apenas o exemplo do Salmo 22.16-17: "...traspassaram-me as mãos e os pés. Posso contar todos os meus ossos..." Não há dúvida de que essa passagem fala da crucificação, pois o sofrimento descrito pelo salmista só acontece nesse tipo de morte. Entre os judeus a crucificação jamais foi uma forma de execução de condenados à morte e ainda não era conhecida quando o salmo foi escrito. Bem mais tarde os romanos copiaram dos cartagineses a pena de morte por crucificação. Portanto, seria muito mais lógico se o salmista tivesse descrito a morte por apedrejamento ou pela espada. Numa época tão remota (1000 a.C.), por que ele falou da morte pela cruz, completamente desconhecida dos judeus? A resposta é que o salmista, inspirado pelo Espírito de Deus, era um profeta e apontava a morte futura de Jesus.

  • A adivinhação cria confusão mental, turva a visão para a verdade bíblica e bloqueia a disposição das pessoas de crerem no Evangelho de Jesus Cristo. Ela embota seus sentidos, prendê-as a falsos ensinos e torna-as inseguras em suas decisões. A profecia divina, entretanto, liberta e dá segurança. Por isso todos deveriam seguir o conselho de Deus: "Eu o disse, eu também o cumprirei; tomei este propósito, também o executarei. Ouvi-me vós..." (Is 46.11b-12a).
  • Qualquer pessoa que crê em Jesus Cristo e confia sua vida a Ele tem um futuro seguro e não precisa ter medo de nada. Quem se entrega a Jesus passa a viver sob a bênção da profecia encontrada em João 14.3: "E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também". (Norbert Lieth 

 

Púlpitos Silenciosos

Tim LaHaye

Sete motivos pelos quais seu pastor pode estar despreparado ou não desejar pregar sobre as profecias dos tempos finais

Depois de 68 anos no ministério e servindo também como palestrante convidado em centenas de igrejas, frequentemente me pergunto por que tantos ministros são tão silenciosos quando se trata de usar seus púlpitos para falar sobre a profecia bíblica. Devemos lembrar que pelo menos 28% da Bíblia eram proféticos no tempo em que ela foi escrita.

O Dr. John Walvoord, grande estudioso da profecia, identificou mais de 1.000 profecias em seu livro The Bible Prophecy Handbook [O Manual da Profecia Bíblica]. Dessas profecias, mais da metade já foram cumpridas literalmente, assegurando-nos que a outra metade, que é composta das profecias dos tempos do fim, também será cumprida literalmente. Essas profecias já cumpridas deveriam tornar mais fácil crermos que estamos vivendo nos tempos, ou muito próximos do tempo, que a Bíblia chama de “os últimos dias” ou “os tempos finais”.

Dentre os muitos sinais que já foram cumpridos, nenhum é mais óbvio do que a própria existência do povo judeu agora morando em sua pátria, tendo sido obrigado a ir ou voluntariamente migrado para lá, vindo de mais de 170 nações do mundo durante os últimos 125 anos.

Hoje, Israel existe e ocupa o noticiário diário na televisão, no rádio e na mídia mundial, exatamente como os profetas e apóstolos predisseram que aconteceria nos últimos dias.

Qualquer pessoa que esteja familiarizada com essa grandiosa predição do final dos tempos reconhece o que Jesus quis dizer no Sermão do Monte das Oliveiras, quando falou: “Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão” (Mateus 24.32). A figueira representa a nação de Israel. Em outras palavras, quando o povo judeu começar a se juntar novamente em sua terra, você saberá que este é um sinal da volta do Senhor e que o fim está “próximo”.

Muitos estudiosos das profecias consideram o Sermão do Monte das Oliveiras como a profecia mais importante sobre os tempos do fim no Novo Testamento. Pessoalmente, creio que ela indica que, entre o terrorismo islâmico do Oriente Médio e os muitos outros sinais do fim, podemos estar próximos daquilo que denomino “o fim dos tempos do fim”. A tragédia é que muitos dos púlpitos de nossas igrejas estão praticamente silenciosos com relação a este assunto.

Como professor de Bíblia, pastor e evangelista, acho que não há nada mais inspirador para o evangelismo e para o crescimento espiritual do que pregar sobre as profecias bíblicas e sobre a certeza da Segunda Vinda de Jesus. (Esta é a única fonte de esperança e consolação para as pessoas que estão vivendo em uma época em que o homem secular tem provado tão obviamente ser incapaz de suportar o caos que está explodindo na maior parte do nosso mundo, particularmente em Israel e ao redor de Israel.)

Todavia, o mais incrível é que aqui estamos nós, vivendo em uma época em que Deus revelou em Sua Palavra grande parte de Seus maravilhosos planos para nossa futura vida eterna, mas que muitos púlpitos permanecem silenciosos sobre essa reconfortante verdade que é tão óbvia quando estudamos as profecias já cumpridas. Por quê? Creio que há vários motivos. Considere alguns dos que seguem:

1. Certos ministros não tomam a Bíblia literalmente como Deus queria que se fizesse

Muitas das igrejas mais tradicionais e algumas das reformadas não interpretam a Bíblia literalmente. Sempre que você espiritualiza ou alegoriza o significado de Deus para Sua Palavra, você a torna ininteligível. Por outro lado, aqueles que não tomam a Bíblia literalmente muitas vezes ridicularizam a nós, que a aceitamos literalmente, acusando-nos de fazermos uma “interpretação literal, dura, das Escrituras”.

Certos ministros não estão dispostos a ter o difícil trabalho de estudar a Palavra de Deus.

Cremos que Deus disse o que Ele tencionava quando falou através de Seu Espírito Santo para profetas e apóstolos especiais; contudo, também deveríamos entender o que Ele quis dizer para a geração dos apóstolos e profetas e fazer daquilo uma aplicação para nossa geração, utilizando do senso comum. A linguagem vai sendo alterada com o decorrer dos anos. Depois de 300 anos, é difícil entender Chaucer e Shakespeare na língua original em que eles escreveram. Partes da Bíblia foram escritas mais de 3.000 anos atrás. Somos afortunados hoje por termos tantas traduções da Bíblia e tantas Bíblias de Estudo, nas quais os estudiosos interpretaram adequadamente as expressões modernas equivalentes das Escrituras tão antigas.

Também acreditamos que há muitas passagens que incluem símbolos, metáforas e figuras de linguagem que devem ser considerados à luz de seu contexto original para nos darem a certeza de que temos exatamente o sentido pretendido.

2. Certos ministros tomam a Bíblia literalmente, exceto pelos 28% que são proféticos

Muitas igrejas evangélicas adotaram a estranha ideia, proposta por Agostinho no Século V d.C., de que a Bíblia deveria ser tomada literalmente exceto pelas passagens proféticas. Assim, eles evitam ensinar as profecias mesmo em meio aos muitos sinais que existem em nossa era, que são indicações óbvias do fim. Um desses sinais é o miraculoso retorno de Israel para a Terra Santa em nossa própria geração. A simples existência de Israel 4.000 anos depois que o patriarca Abraão deu início ao povo hebreu, no tempo em que muitas nações se afundaram nas areias do tempo, é um milagre em si. Entretanto, hoje, Israel existe e ocupa o noticiário diário na televisão, no rádio e na mídia mundial, exatamente como os profetas e apóstolos predisseram que aconteceria nos últimos dias.

3. Certos ministros recebem sua educação formal de educadores seculares

Muitíssimos programas de pós-graduação em teologia e até mesmo faculdades cristãs de teologia têm empregado doutores e professores com base no mérito que receberam de “programas credenciados de pós-graduação” de faculdades seculares, onde o programa educacional central era secular ou era hostil a Deus e à Bíblia, ou simplesmente os ignorava completamente. Muitos desses professores ridicularizam aqueles que ensinam sobre a natureza divina da Bíblia, particularmente a natureza da profecia futura.

Meu grande amigo Dr. Howard Hendricks divulgou um princípio educacional muito importante: “Não podemos transmitir aquilo que não temos”. O triste fato é que muitos de nossos pastores que ficam em silêncio quanto às profecias não tratam da questão porque conhecem muito pouco a respeito do assunto. Os educadores que tinham experiência pastoral não planejaram suas grades curriculares, mas tinham “graus de mestrado ou doutorado credenciados”. O fato de serem pós-graduados deve ajudar aquela universidade ou seminário teológico a obter o credenciamento de uma associação regional de credenciamento, mas também significa que os pastores não são treinados para “pregar a Palavra”, como os apóstolos Paulo, Pedro, Tiago e outros admoestaram. Seria melhor para as igrejas em todos os lugares se os seminários teológicos encontrassem homens de Deus experientes e com duas ou três décadas de vivência pastoral bem-sucedida para ensinarem a geração seguinte como pastorear e pregar a Palavra de Deus.

4. Certos ministros não estão dispostos a ter o difícil trabalho de estudar a Palavra de Deus

Sei, em primeira mão, que isso exige muito trabalho e que estudar é trabalho pesado. Isto requer que o pastor tenha forte senso de autodisciplina no estudo da Bíblia para que possa transmitir uma mensagem com base bíblica sadia e fundamentada no fogo do Espírito Santo. Entendo a necessidade de ministrar às muitas almas necessitadas da congregação, além de lidar com os funcionários da igreja e cuidar dos outros problemas inesperados que surgem para todo pastor. Entretanto, quando se trata da pregação, jamais me esquecerei do conselho do meu tio, o pregador Dr. E. W. Palmer. Ele me disse: “Filho, nunca suba ao púlpito despreparado. Arranque grandes porções de carne da Palavra de Deus e as dê como alimento para seu povo, e seja evangelista”. Com a ajuda de Deus, tenho tentado obedecer a esse conselho.

Nada estimula mais o corpo de Cristo ao evangelismo para ganhar almas do que o ensino sobre a vinda próxima de Cristo e o final desta era.

A importância da preparação do sermão foi graficamente ilustrada a mim numa noite depois de um dos nossos muitos Seminários Sobre a Vida em Família, com o Dr. Henry Brandt. Ele nunca criticou seu pastor em conversas particulares comigo, exceto naquela noite. Observei que ele estava um tanto pesaroso, quando me disse: “Meu pastor nunca estuda o suficiente para ministrar segundo as necessidades da congregação. Toda semana vou à igreja e me encontro com pessoas que pedem em silêncio: “Homem de Deus, hoje preciso ouvir uma mensagem vinda do Senhor para me inspirar a ser uma bênção espiritual em um mundo confuso como o nosso”. Mas, meu pastor não estuda a Palavra de Deus o suficiente para nos trazer uma mensagem poderosa do Senhor”. Aquele pastor não ficou muito tempo naquela igreja.

Falando honestamente, aquela conversação atingiu diretamente o meu coração, à medida que comecei a examinar meus próprios hábitos de estudo. Maridos e pais ocupados têm todo o direito de esperar uma mensagem estimulante para a alma, para que sejam espiritualmente estimulados através do aprendizado das verdades bíblicas quando participam dos cultos. Isso não pode acontecer a menos que o pastor estude cuidadosamente sua Bíblia antes de subir ao púlpito. É verdade que, embora sejamos comissionados a pregar todo o conselho de Deus, nada é mais inspirador do que pregar sobre algumas das muitas promessas da futura vinda de Jesus. Foi a isto que o apóstolo Paulo chamou de “bendita esperança” (Tito 2.13), e foi por isso que pelo menos duas vezes escreveu para nos consolarmos uns aos outros com essas palavras (veja 1Tessalonicenses 4.18).

5. Certos ministros não estão dispostos a serem leitores ávidos

Um bom pregador deve ser um leitor ávido. O apóstolo Paulo aconselhou o jovem pregador Timóteo, seu filho na fé, para dar atenção à leitura, para que pudesse fazer bom uso de seu dom de pregar e ser bom exemplo para os crentes (1 Timóteo 4.9-16). Aquele conselho pastoral, vindo do muito viajado construtor de igrejas e experimentado apóstolo Paulo, é muito adequado para todos os pastores hoje em dia.

Enquanto é importante que leiamos extensivamente hoje, é duplamente importante que os pastores e mestres não apenas leiam os escritos de homens cheios do Espírito, mas principalmente que leiam a Palavra de Deus. Se você ler a Bíblia regularmente e memorizar aquelas passagens que falam especificamente com você, ou aquelas que respondem a perguntas específicas que você possa ter, o Espírito Santo poderá trazê-las à sua mente quando você precisar delas.

6. Certos ministros são enganados e mal direcionados por charlatães, falsos zelotes e pessoas que ficam tentando estabelecer datas para os eventos proféticos

Outro motivo pelo qual os púlpitos estão frequentemente silenciosos a respeito das profecias é o abuso de alguns charlatães, zelotes disfarçados e até mesmo fundadores de conhecidos falsos cultos. Muitos destes têm rejeitado o ensino da verdadeira profecia, estabelecendo datas que provam não ser verdadeiras, o que foi totalmente proibido por nosso Senhor e por Seus apóstolos. Este é um motivo ainda mais importante pelo qual os púlpitos devem ser usados para o ensino da verdade sobre os tempos do fim e a profecia sobre o futuro, de forma que os cristãos não sejam enganados à medida que nos aproximamos da vinda do Senhor e do final desta era.

7. Um ministro crê que as pessoas não estão interessadas na profecia bíblica

Alguns pastores acreditam na falsa ideia de que os cristãos não estão interessados na profecia bíblica. Essa noção pode ter sido popular depois da Segunda Guerra Mundial, quando a paz estava em destaque, mas isto já se passou há muito tempo. Estamos vivendo em um tempo em que “guerras e rumores de guerras” estão na mente de quase todos (Mateus 24.6). Não parece que, durante o nosso tempo de vida, a paz esteja próxima de surgir no horizonte. Além disso, nações desonestas agora possuem bombas atômicas e de nêutrons, e o Irã está marchando rapidamente em direção à obtenção de ambas, e a um sistema de mísseis que poderia atingir o mundo todo na próxima década – dificilmente o tipo de coisa que nos proporciona uma noite de sono reparador.

Na verdade, a noção de que as pessoas não estão interessadas na profecia bíblica é um instrumento de Satanás para fazer adormecer a Igreja e os cristãos que possuem uma mente evangelística. Nada estimula mais o corpo de Cristo ao evangelismo para ganhar almas do que o ensino sobre a vinda próxima de Cristo e o final desta era.

Por exemplo, um dos principais motivos pelo qual sabemos que Jesus é o único Messias enviado por Deus para este mundo é porque Ele cumpriu mais de 109 profecias do Antigo Testamento durante Seus breves 33 anos de vida. Nenhuma outra pessoa chega nem perto desse tipo de cumprimento de profecias. Todavia, estudiosos da Bíblia nos informam que há 321 profecias sobre a Segunda Vinda de Cristo e o Arrebatamento da Sua Igreja antes que chegue a Tribulação de sete anos e o estabelecimento do Seu reino de mil anos sobre a terra. Como sabemos que a primeira vinda de Jesus é um fato histórico, podemos estar confiantes de que Sua Segunda Vinda também será verdadeira.

Eu conheço pessoalmente muitos dos pastores de igrejas em crescimento e de mega-igrejas por todo os Estados Unidos. Não me surpreende que muitos deles preguem com frequência sobre a profecia bíblica. As pessoas estão ansiosas por ouvirem sobre os tempos do fim e sobre aquilo que Deus tem a dizer sobre tal época.

Perdoem-me por apresentar aqui uma ilustração pessoal, mas pastoreei uma boa igreja em San Diego, no estado da Califórnia, durante 25 anos. O Dr. David Jeremiah foi chamado para me substituir em 1981. Este ano, no Domingo de Páscoa, 34 anos mais tarde, aquela mesma igreja estava com 13.000 pessoas participando em seus diversos cultos, em outros espaços utilizados e em vários campi de extensão. É interessante que tanto o Dr. Jeremiah quanto eu pregávamos frequentemente sobre a profecia bíblica. Na verdade, durante os quase 60 anos que nós dois pastoreamos aquela igreja, ambos pregamos duas vezes sobre o livro todo de Apocalipse. E este é aquele livro da Bíblia sobre o qual muitos pastores nunca pregam porque aprenderam em seminários que “achavam que era difícil demais para que o povo de Deus entendesse”, ou pior, que “as pessoas na igreja não estão interessadas em profecias”. Creio que ambas as desculpas são mentiras do próprio Diabo.

Pregar sobre as profecias que foram cumpridas prova a fidelidade de Deus ao Seu povo no passado. As profecias sobre os tempos do fim nos ensinam sobre o maravilhoso plano que Deus tem para o nosso futuro. Espero que você participe de uma igreja em que o pastor prega sobre a profecia bíblica, afinal, o apóstolo Paulo a chamou de “bendita esperança”. Se você ouvir sobre a profecia bíblica em sua igreja, ler sobre ela em sua Bíblia, estudá-la como faziam os bereanos na igreja primitiva, memorizá-la e meditar sobre ela, o apóstolo João e nosso Senhor prometeram-lhe uma bênção: “Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo” (Apocalipse 1.3). (Tim LaHaye — Charisma — Chamada.com.br)


 

Eis o Rei!

Ron J. Bigalke

Desde sua publicação em 1944-1945, o romance heroico de J. R. R. Tolkien, O Senhor dos Anéis, acumulou fama, fãs e aclamação da crítica. Nenhum outro escritor do mesmo século de Tolkien criou um mundo tão distinto e imaginário como a Terra Média. O Senhor dos Anéis não foi criado como uma alegoria cristã, mas é um mito inventado incorporando verdades bíblicas.

O Senhor dos Anéis apresenta um fundamento bíblico para se entender o bem e o mal. Por exemplo, ele enfatiza a realidade de um mal sinistro e repulsivo, ao contrastar essa perversidade com personagens que são exemplos daquilo que é bom. A base do drama é o óbvio contraste entre o bem e o mal, resultando num grande conflito. A história não é o tipo de drama sem sentido que surge de distinções obscuras ou não identificáveis entre o bem e o mal; em vez disso, a narrativa é profunda e o bem persevera até, por fim, triunfar e erradicar o grande mal (um contraste com os mitos pagãos, onde os personagens meramente introduzem um “equilíbrio” entre o bem e o mal). Os temas de redenção em O Senhor dos Anéis são familiares e pessoais, permitindo assim que os leitores fiquem envolvidos nas lutas dos personagens.

A grande batalha entre as forças do bem e do mal é ganha pelo heroísmo de Frodo Bolseiro e Sam Gamgee. Aragorn é uma figura de Cristo, com seu povo antecipando seu retorno a fim de tomar o seu lugar de direito como rei. Jesus, é claro, é o verdadeiro Rei do cristão e aquele cujo povo anseia seu retorno. Tolkien demonstrou crer que a história da humanidade é realmente um conflito entre o bem e o mal.

O romance heroico de Tolkien cativa os leitores porque a missão dos personagens é emocional/espiritual. O Senhor dos Anéis apresenta um entendimento bíblico do poder de Deus e de sua vitória final sobre o pecado e a perversidade. O livro de Apocalipse é a revelação inspirada por Deus do bem triunfando sobre o mal, especificamente com a vinda de Jesus Cristo em autoridade, glória e poder. Apocalipse é realmente um ponto culminante apropriado para a Bíblia.

Abençoado por ler

O livro de Apocalipse começa com várias proposições notáveis. É evidente que o apóstolo João procurou comunicar uma mensagem que não se originou nele mesmo: era uma revelação a respeito de Jesus Cristo (Apocalipse 1.1). O Senhor não é apenas o tema principal de Apocalipse, ele é também aquele que está de fato comunicando a mensagem. Esta se origina com Deus, é revelada através do Senhor Jesus e é então dada por “seu anjo para torná-la conhecida ao seu servo João”, que então comunicou a “palavra de Deus” a todos os servos do Senhor, ou seja, a todos os cristãos (versos 1-3).

A mensagem de Apocalipse é profética, pois envolve “o que em breve há de acontecer” (verso 1). A palavra grega tachei, traduzida como “em breve”, não significa imediatamente, pois é um advérbio de modo (ao invés de ser um advérbio de tempo). Quando os eventos de Apocalipse ocorrerem, eles serão rápidos e acelerados. O versículo 2 afirma a autoridade e inspiração de Apocalipse em termos inconfundíveis, usando a linguagem de uma testemunha jurídica intimada a testemunhar em um tribunal. A responsabilidade de João era de dar testemunho da “palavra de Deus e [d]o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo o que viu” (NAA, ênfase acrescentada).

O livro de Apocalipse é a revelação inspirada por Deus do bem triunfando sobre o mal, especificamente com a vinda de Jesus Cristo em autoridade, glória e poder. Apocalipse é realmente um ponto culminante apropriado para a Bíblia.

Uma declaração muito incomum e única é encontrada no versículo 3, em que se lê: “Feliz aquele que lê as palavras desta profecia e felizes aqueles que ouvem e guardam o que nela está escrito, porque o tempo está próximo”. A bênção associada com a leitura do livro de Apocalipse envolve mais do que ouvir suas palavras; a pessoa precisa guardá-las, o que significa submeter-se a elas de forma que a sua vida seja diferente de como era antes. A palavra grega tereo, traduzida como “guardam”, também pode ser traduzida no sentido de “obedecer”, e é o mesmo verbo utilizado em João 14–15 no que diz respeito a guardar os mandamentos do Senhor (14.15; 15.10). O ato de ler Apocalipse publicamente é significativo, pois demonstra aceitação do livro entre a igreja, e, assim, é confirmação de sua autoridade e inspiração.

A mensagem inicial às igrejas é, “a vocês, graça e paz” (Apocalipse 1.4). A fonte dessas bênçãos é o Pai, o Espírito Santo e o Filho. Deus Pai é descrito como aquele “que é, que era e que há de vir” (verso 4), um paralelo apropriado a “Eu Sou o que Sou” (Êxodo 3.14); isto é, aquele que existe eternamente. O Espírito Santo também é fonte de graça e paz divinas. O versículo 4 usa uma figura de linguagem chamada pleonasmo, na qual se usa mais palavras do que o necessário para transmitir significado. Os “sete espíritos” ilustram a perfeição do terceiro membro da Divindade (cf. isaias 11.1,2

Jesus Cristo igualmente provê graça e paz. Ele é descrito de forma tripla: (1) ele é “a testemunha fiel”, significando que ele revela fielmente tudo o que o Pai deseja que ele comunique (cf. João 1.18); (2) ele é “o primogênito dentre os mortos”, uma lembrança de sua morte e ressurreição (cf. Mateus 16.21; 17.22-23; 20.18-19); e (3) ele é “o soberano dos reis da terra”, uma referência ao seu reino e governo (cf. Apocalipse 19.11–20.6). Os cristãos são vistos em conjunto como “reino e sacerdotes” (verso 6; cf. 5.9-10; Êxodo 19.6), o que antecipa a união com Cristo em seu reinado. A promessa da vinda do Senhor antevê esse glorioso reino (verso 7).

A palavra final da saudação é uma confirmação da veracidade da mensagem, como vinda daquele que é “o Alfa e o Ômega” (verso 8). Apocalipse é transmitido por palavras, e uma vez que todas as palavras gregas (a língua original do Novo Testamento) se encontram entre os limites da primeira e da última letras daquele alfabeto, a ênfase está na mensagem de Deus. O Deus eterno, “que é, que era e que há de vir”, é a fonte da revelação.

Abençoado por guardar

A visão de João inclui uma introdução (versos 9-11), a revelação em si (versos 12-16) e instrução (versos 17-20). João frequentemente enfatiza similaridades com seus leitores, ao invés de diferenças. Ele se identifica para seus leitores como “irmão e companheiro de vocês no sofrimento, no Reino e na perseverança em Jesus” (verso 9). João escreveu em outro lugar: “Meus irmãos, não se admirem se o mundo os odeia” (1João 3.13).

Além da antecipação do reino milenar, a igreja primitiva compartilhava do “sofrimento” com perseverança e paciência. Perseverança em meio ao sofrimento é motivada pela expectativa de uma libertação que está por vir (cf. 1Tessalonicenses 1.3). A afinidade espiritual entre João e seus leitores é o que transforma aqueles que partilham do sofrimento em cidadãos do reino vindouro. A esfera da participação mútua na tribulação que diz respeito ao reino de Deus e requer perseverança está “em Jesus”.

A revelação que veio a João ocorreu quando ele se achou em Espírito “no dia do Senhor” (verso 10), no dia pertencente ao Senhor (um certo tipo de dia no qual João estava sob o controle de Deus; cf. 2Timóteo 3.16-17). A visão começou com som ao invés de algo visível, o que significa que era envolvente e, portanto, difícil de ignorar. Quando estava sob o controle do Senhor, João ouviu “uma voz forte, como de trombeta” (verso 10). A pessoa que falava com João era o Senhor Jesus (verso 17), e o som de trombeta em sua voz enfatizava a importância de suas palavras.

A afinidade espiritual entre João e seus leitores é o que transforma aqueles que partilham do sofrimento em cidadãos do reino vindouro.

A voz ordenou a João que escrevesse “num livro o que você vê” e enviasse a sete cidades (verso 11). A ordem das cartas às sete igrejas simplesmente segue a ordem na qual as igrejas estão distribuídas em uma rota no formato de uma ferradura ao longo da costa, a qual alguém que estivesse de viagem de Patmos à Ásia Menor utilizaria. Éfeso estava um pouco mais ao sul ao longo da costa; portanto, essa igreja foi abordada primeiro. As igrejas foram selecionadas porque representam o que há de bom e de mau entre os cristãos de todos os lugares e todas as eras. O julgamento começa “pela casa de Deus” (1Pedro 4.17); logo, é apropriado que Jesus se dirija à igreja primeiro, antes de responder ao mundo perdido (Apocalipse 6–19). Há insights maravilhosos sobre o comportamento humano nessas sete cartas que demonstram a avaliação do Senhor.

Ao se voltar para a voz que ouvira, João viu “sete candelabros de ouro” (1.12), que simbolicamente significam que cada igreja é uma portadora de luz em um mundo em trevas (cf. Mateus 5.14). Como os cristãos constituem as igrejas locais, cada uma delas deveria ser uma luz que brilha na escuridão. O que chamou a atenção de João foi aquele que se movia entre os candelabros, aquele que é chamado de “um filho de homem” (verso 13).

João viu Jesus Cristo em sua forma humana, com roupas como as de um sacerdote e um juiz (verso 13). Sua cabeça, com cabelos “brancos como a lã”, atesta a sabedoria do Senhor. Seus olhos como chamas são uma referência à sua santidade, e ao fato de que tudo é transparente diante dele (verso 14; cf. 1Coríntios 3.13). Seus pés “como o bronze numa fornalha ardente” são uma referência aos sofrimentos que Jesus padeceu em sua vida terrena (verso 15). Sua voz “como o som de muitas águas” indica autoridade. Na mão direita do Senhor havia “sete estrelas” (verso 16), uma referência aos “anjos das sete igrejas” (verso 20), o que prova o cuidado e preocupação de Deus por sua igreja. Da boca do Senhor “saía uma espada afiada de dois gumes”, uma vez que sua Palavra é o padrão para todo julgamento (cf. Hebreus 4.12).

Em resposta à revelação que recebeu, João caiu de rosto no chão aos pés do Cristo ascendido, glorificado e vivo (verso 17). A manifestação visível de Deus demandava louvor (cf. Êxodo 3.6), o qual então resultou em bênção. Colocando sua “mão direita” sobre João, o Senhor Jesus ressurreto relembrou-o de que é aquele que é eterno e autoexistente (versos 17-18). João registraria as coisas que tinha visto, além das coisas “presentes” e daquelas “que acontecerão” (verso 19). Que todo o povo de Deus possa orar para que ele nos faça brilhar em meio à escuridão, até que seu trabalho por nós seja realizado! Então poderemos estar de pé diante dele sem nos envergonharmos (cf. Romanos 10.111João 2.28).


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