Bom animo!
Tendes bom ânimo,Fé e segue para outra margem...
Mateus cap. 14
22 E logo ordenou Jesus que os seus discípulos entrassem no barco e fossem adiante, para a outra banda, enquanto despedia a multidão.
23 E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só.
24 E o barco estava já no meio do mar, açoitado pelas ondas, porque o vento era contrário.
25 Mas, à quarta vigília da noite, dirigiu-se Jesus para eles, caminhando por cima do mar.
26 E os discípulos, vendo-o caminhar sobre o mar, assustaram-se, dizendo: É um fantasma. E gritaram, com medo.
27 Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu; não temais.
28 E respondeu-lhe Pedro e disse: Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas.
29 E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus.
30 Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo, clamou, dizendo: Senhor, salva-me.
31 E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o e disse-lhe: Homem de pequena fé, por que duvidaste?
32 E, quando subiram para o barco, acalmou o vento.
33 Então, aproximaram-se os que estavam no barco e adoraram-no, dizendo: És verdadeiramente o Filho de Deus.
****
Essa passagem se estudada e compreendida pode trazer-te para cima da água tal qual Pedro.
Voce está caminhando por sobre aguas tempestuosas,e sem demora parece tudo querer ruir em cinzas e pó. E voce entristece sem saber o que está acontecendo,que fiz eu de errado?Por que isso agora?Lembra-te do Sol que nasce à todos,bons e maus com a mesma força ? Não desvies teu olhar e tua mente do objetivo final, não faça como Pedro que desviou-se do "FOCO", permaneça olhando para JESUS, enquanto fizeres isso em verdade e espirito não afundarás e continuarás andando por sobre as águas. Ah Marcos, mas está dificil ! Sim mas onde na Biblia Deus diz que será facil? Pelo contrario diz que o caminho é estreito e arduo mas que a recompensa é farta!
Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão João 14:6
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domingo, 29 de novembro de 2009
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
DEIXE DEUS RESTAURAR SEUS SONHOS
Em meio a tantos sonhos absurdos e conversas inúteis, tenha temor de Deus. (Ec 5:7)
A Bíblia ensina que os sonhos são conseqüência de muitas ocupações – ou seja, quanto mais você se envolve com projetos e metas, mais sonhos seu coração produz (Ec 5:3 Das muitas ocupações brotam sonhos...). Sonhos são projetos de vida nos quais pretendemos gastar nossos dias.
O apóstolo Paulo tinha sonhos, todos envolvendo seu ministério: 2 Co 12:15 Assim, de boa vontade, por amor de vocês, gastarei tudo o que tenho e também me desgastarei pessoalmente. O que o apóstolo fazia nada mais era do que vivenciar os sonhos que o próprio Jesus havia projetado para ele.
Em Atos 9:15, o Senhor revela o futuro que projetava para o recém convertido Saulo de Tarso: Este homem é meu instrumento escolhido para levar meu nome perante os gentios e seus reis, e perante o povo de Israel.
Deus nos dá sonhos, nos faz sonhar, nos enche de sonhos. Acontece que as dificuldades da vida por vezes enfraquecem nosso espírito chegando quase a matar nossos sonhos. Certamente José viveu esta situação quando após os gloriosos sonhos que teve ainda na casa do pai, teve que passar pela caravana ismaelita, pela casa de Potifar e pela masmorra do Faraó. O Senhor tratou do coração de José para que seus sonhos não morresem.
Abraão também precisou que seus sonhos fossem mantidos pelo Senhor. Observe Gn 12:2 e 3 Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei famoso o seu nome, e você será uma bênção. 3 Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra serão abençoados. Este foi o projeto que o Deus Eterno colocou no coração do patriarca Abraão. Acontece que conforme o tempo foi passando, a cada etapa da peregrinação de Abraão por Canaã, o Senhor proveu uma experiência com Ele para cuidar e restaurar o coração do Pai da Fé.
Assim, temos em Gn 13:14 Disse o Senhor a Abraão, depois que Ló se separou dele... 16 Tornarei a sua descendência tão numerosa como o pó da terra. Se for possível contar o pó da terra, também se poderá contar a sua descendência. Percorra esta terra de alto a baixo, de um lado a ouro, porque eu a darei a você. Aqui, claramente o Senhor está acalentando o coração de Abraão a fim de que seus sonhos não morressem.
Novamente, em Gn 15:1ss Depois destas coisas o Senhor falou a Abraão numa visão: Não tenha medo, Abrão! Eu sou o seu escudo; grande será a sua recompensa! Mas Abrão perguntou: ó soberano Senhor, que me darás se continuo sem filhos e o herdeiro do que possuo é Eliézer de Damasco? 4 Então o Senhor deu-lhe a seguinte resposta: Seu herdeiro não será esse. Um filho gerado por você mesmo será o seu herdeiro. Levando-o para fora da tenda, disse-lhe: Olhe para o céu e conte as estrelas se é que pode contá-las. E prosseguiu: Assim será a sua descendência. Abrão creu no Senhor e isso lhe foi creditado com justiça. Mais uma vez o Patriarca precisou da manutenção divina para não esmorecer. O mesmo se repete em Gn 17:5-8.
Nossos sonhos também precisam ser restaurados! Quando Davi voltou a Ziclague e pensou que tudo estava terminado! Leia I Sm 30 – quando ele achou que todo o projeto estava arruinado. Seus bens, suas esposas e filhos haviam sido levados pelos amalequitas, a cidade estava queimada e seus até então leais soldados falavam em mata-lo, atribuindo a ele a culpa daquilo tudo. Pois o Senhor cuidou de restaurar o coração de Davi e ele saiu-se vitorioso e ainda mais próspero. Pois o Senhor que assim lidou com Davi pode muito bem cuidar de sua vida.
Jesus é nosso restaurador de sonhos! Observe Lucas 24:38 Ele lhes disse: Por que vocês estão perturbados e por que se levantam dúvidas no coração de vocês? Vejam as minhas mãos e os meus pés. Sou eu mesmo! Toquem-me e vejam; um espírito não tem carne nem ossos, como vocês estão vendo que eu tenho. Neste momento Ele está disposto a livra-lo de toda perturbação e provê-lo de um coração cheio de conforto. Ore, agora, e diga ao Senhor que você precisa e aceita a restauração do seu coração. Se Abraão, José e Davi precisaram, quanto mais você. Aceite.
POR QUE OS CRENTES SE AFASTAM DA IGREJA?
Gálatas 5:7 - Corríeis bem. Quem vos impediu de obedecer à verdade?
1o Eles se afastam porque não experimentaram uma verdadeira conversão!
Há quem se afaste sem que, na verdade, tenha nascido de novo (Rm 6:4-6). Lembre-se da Parábola do Semeador e da parte da semente que caiu no pedregal. Jesus mesmo nos explica: “O que foi semeado em terreno pedregoso é o que ouve a palavra, e a recebe imediatamente, com alegria. Mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração. Chegada a angústia e a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza.” (Mateus 13:20 e 21).
2o Eles se afastam porque não vigiam e caem em tentação e em laços.
A oração é o recurso principal para não cairmos em tentação: “e não nos deixes entrar em tentação; mas livra-nos do mal” (Mateus 6:13). Em Mateus 26:40 e 41, Jesus advertiu seus discípulos por causa da insistência em dormir num momento em que deveriam estar vigiando em oração: “nem uma hora pudestes vigiar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.”.
3o Eles se afastam porque não vítimas de escândalos.
Há, infelizmente, muitos neófitos (pessoas inexperientes na fé) que se tornam vítimas das “pedras de tropeço”. A Igreja é um “edifício espiritual” (Efésios 2:21), do qual Jesus Cristo é a “Pedra Angular”. Nós, por conseguinte, somos as pedras (ou tijolos) deste edifício. As “pedras de tropeço” são as pessoas que não ocupam seu devido lugar e que se colocam como obstáculos aos novos. Mateus 18:7-9 contém advertências de Jesus aos causadores destes prejuízos.
4o Eles se afastam por falta de crescimento (retardamento espiritual).
Na vida cristã quem não cresce, regride. Em Filipenses 3:14 e 15, temos o testemunho do apóstolo Paulo: “prossigo para o alvo...”. Hebreus 5:12 se refere a pessoas que tinham tempo suficiente de vida cristã para serem mestres, mas que continuavam no estado de principiantes na fé.
5o Eles se afastam por causa da contaminação das heresias.
Um exemplo do mal que as heresias podem causar está na própria Epístola aos Gálatas. Em Gl 1:6 o apóstolo Paulo se descreve admirado de que tão depressa os crentes gálatas se houvessem deixado contaminar por heresias pregadas por falsos irmãos, que pervertiam o Evangelho (1:7). Segundo Paulo, os gálatas não souberam resistir aos “falsos irmãos” (2:4) e se deixaram “fascinar” por falsas doutrinas (3:1). Não são poucos os que se deixam levar por doutrinas várias e estranhas. (Hb 13:9).
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Erva daninha no trigo: a parábola do joio As parábolas que Jesus ensinou junto ao Mar da Galiléia (Mateus 13, Lucas 8, Marcos 4) destinavam-se a definir o reino de Deus tanto quanto o Sermão do Monte. Mas estas histórias e comparações tinham o efeito oposto sobre aqueles cujo coração tinha sido estupidificado pela religião mundana dos escribas e fariseus. Na escuridão de seu entendimento o reino do céu era ainda mais mistificado (Mateus 13:11-15). A razão é, como Robert F. Capon observou, que as parábolas de Jesus expõem retratos do domínio do céu que reduzem a picadinho as expectativas religiosas do povo. Pessoas "más" são premiadas. Pessoas "boas" são repreendidas. E, "em geral, a idéia de todo o mundo de quem deveria ser o primeiro ou o último leva liberalmente um banho de água fria". (The Parables of the Kingdom, pág. 15). Mas não há maior mistério nas parábolas do reino do que a quase completa ausência de ênfase na simples providência divina — absoluta ou imediata — o tipo que pareceria inseparável da própria idéia de domínio de Deus. É ainda a crença geral que se Deus, que não é só completamente justo mas também poderoso, estabelecesse um reino, ele só poderia existir onde toda a impiedade fosse destruída. Se o seu é o reino da absoluta justiça, como pode ser dito, em qualquer sentido, que esse reino exista onde a impiedade não somente parece estar presente, mas até prevalece? Esta questão é, realmente, apenas a extensão de um assunto mais fundamental que tem deixado o homem perplexo durante séculos: como pode haver mal num mundo governado por um bom Deus? Para alguns é fácil. Se Deus quer estabelecer seu reino, qual é a necessidade de demora? Ele tem o poder. Por que ele simplesmente não quebra as cabeças, joga fora os canalhas e torna tudo lindo? E aí há uma segunda questão semelhante que muitos, Trench entre eles, acreditam ser o assunto tratado nesta parábola. Como pode ser real o reino do céu se existe dentro dele todos os tipos de falsidade e hipocrisia? Ainda que haja considerável controvérsia quanto a qual das questões acima a parábola de Jesus se refere, dificilmente pode haver qualquer dúvida séria de que ela fala de uma ou de outra delas. A história do joio semeado no campo, encontrada apenas em Mateus (13:24-30,36-43), segue imediatamente após a parábola do semeador. Nesta, Jesus já havia insinuado que a justiça (o solo bom) terá de florescer num mundo onde muitos rejeitam o reino de Deus (o solo da beira do caminho) e outros a receberão de modo superficial e infrutífero (solo pedregoso e espinhoso). Na história do joio ele parece recomeçar por onde parou na do semeador, para tornar explícito o que antes fora apenas sugerido. O reino do céu é, na verdade, destinado a crescer e abrir o seu caminho no coração de um mundo onde o mal não é somente muito vivo e ativo, mas continuará a sê-lo até que esse mundo acabe. Para dizer o mínimo, esta é uma surpresa, e para muitos, um choque incrível. Está pelo menos 180 graus defasado da idéia de muitas pessoas sobre o reino do céu. Para elas, o reino do céu não terá vindo até que toda a impiedade seja destruída. O reino tem que vir pelo paradoxo que Lutero chamou "o poder da mão esquerda" de Deus: dando para ganhar, perdendo para vencer, morrendo para viver. "Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo; mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou o joio no meio do trigo e retirou-se. E, quando a erva cresceu e produziu fruto, apareceu também o joio" (Mateus 13:24-26). Nossa reação imediata a esta parábola poderia ser, "Que tipo de fazendeiro é este, descuidado de manter as ervas fora de seu campo, dormindo quando deveria ter estado alerta?" Mas o fazendeiro desta parábola não é um homem negligente que não fez nenhum esforço para manter seu campo livre de ervas, passando seus dias dormindo quando deveria ter sido consciencioso. Seu trigal é forte. Ele dormiu somente quando os trabalhadores dedicados dormem: de noite. O problema é que ele tem um inimigo que não se deterá diante de nada para destruir aquilo em que ele não teve parte nem interesse em plantar. As ervas não são descobertas mais cedo porque elas não são esperadas e porque as ervas semeadas são tão parecidas com o trigo quando brotam que o seu disfarce não foi descoberto enquanto não começaram a pôr a cabeça de fora. O joio (em grego zizanion, especificamente cizânia, Lolium Temulentum), era uma gramínea anual que parecia muito com trigo até que amadurecesse. Arndt e Gingrich definem-no como "cizânia, capim-cevadinha, uma erva perturbadora nos trigais, parecida com trigo" (pág. 340). Thayer diz que é "um tipo de cizânia, trigo bastardo, parecendo trigo, exceto que seus grãos são pretos" (pág. 272). Então por que essas ervas perturbadoras não seriam removidas imediatamente? Não porque não estivessem sugando o solo, e desafiando o trigo por nutrimento, e não porque não fossem agora facilmente identificáveis, mas porque qualquer esforço para erradicar as ervas, agora crescidas e enraizadas seguramente e misturadas com o trigo, arrancaria também o trigo. Esperem, o fazendeiro disse aos seus servos, "até a colheita". |
Momentos na vida de de Cristo Os pecados que decapitaram a João Uma das maiores injustiças da história bíblica foi a decapitação de João Batista (Marcos 6:14-29). Eis os fatos: João tinha pregado contra o casamento do rei Herodes com Herodias e, por conseguinte, Herodes o pôs na prisão. Herodes não desejava ferir a João, mas Herodias o odiava. Mais tarde, numa celebração de aniversário em que estavam presentes importantes figuras da sociedade, a filha de Herodias, Salomé, apresentou uma dança insinuante. Herodes,tendo ficado extasiado com a dança, prometeu-lhe, sem pensar, fazer tudo o que ela desejasse. Após consultar a mãe, Salomé solicitou a cabeça de João sobre o seu prato. Herodes não queria matar a João, mas não queria voltar atrás na promessa que tinha feito diante de tantos convidados. Assim João foi decapitado. Observe quatro pecados que conduziram a essa tragédia.
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A IGREJA DO SENHOR:COMO SE CHAMA?
A Igreja do Senhor: Como se Chama? Quando ensino sobre a importância de seguir a Jesus, sem defender nenhuma denominação ou placa humana, pessoas freqüentemente perguntam sobre o “nome” da igreja. Qual igreja ou qual ministério segue a Jesus sem tradições ou doutrinas humanas? Se eu quiser ser discípulo de Jesus, devo fazer parte de qual igreja? Muitas pessoas se surpreendem em aprender que a igreja do Senhor não tem nome exclusivo. Achamos nas Escrituras diversas descrições da igreja, mas nenhum nome próprio e exclusivo. Podemos usar quaisquer dessas descrições, mas não temos direito de promover ou defender nenhum nome como a maneira certa e única de identificar a igreja. Qualquer pessoa que faz isso estaria falando o que Jesus não falou, e assim acrescentando à palavra que Deus revelou. O que aprendemos das Escrituras sobre maneiras de descrever a igreja? A Igreja de Quem? Muitas passagens falam simplesmente da igreja (ekklesia, os chamados para fora, assembléia), às vezes identificando o local onde se reunia um grupo de cristãos. Então, podemos nos referir à igreja simplesmente assim, como “a igreja” (cf. Atos 8:1; 9:31; Romanos 16:1). Freqüentemente, as descrições na Bíblia mostram o relacionamento que existe entre o Senhor e a sua igreja. Ela pertence a Deus; por isso, é a igreja de Deus (Atos 20:28; 1 Coríntios 1:2; 10:32; Gálatas 1:13; 1 Timóteo 3:5,15). Jesus derramou seu sangue para comprar a igreja; portanto, Paulo falou das igrejas de Cristo (Romanos 16:16), e Jesus falou de sua própria igreja (Mateus 16:18). Os discípulos de Jesus são herdeiros abençoados; então, coletivamente são a igreja dos primogênitos (Hebreus 12:22-23). O Corpo de Cristo A igreja é descrita, também, como o corpo de Cristo (Colossenses 1:24; Efésios 1:22-23; 4:12). Nesta figura, Jesus é a cabeça (Efésios 5:23; Colossenses 1:18), e os cristãos são os membros do corpo (Romanos 12:4-5; 1 Coríntios 12:12-27; Efésios 3:6; 4:16; 5:30). A imagem do corpo enfatiza os diversos papéis dos membros, e a dependência e submissão de todos a Jesus. O Reino de Deus O Novo Testamento fala repetidamente do reino de Deus ou do reino dos céus, que foi um dos temas principais da pregação de João Batista (Mateus 3:2), de Jesus Cristo (Mateus 4:17), e dos apóstolos e outros pregadores na igreja primitiva (Atos 8:12; 19:8; 20:25; 28:23,31). Enquanto a palavra “igreja” enfatiza o povo, o termo “reino” destaca a autoridade do rei (1 Coríntios 4:20; Hebreus 1:8; 12:28-29; Mateus 28:18-20; Apocalipse 12:10). O reino de Cristo não é deste mundo (João 18:36). É superior aos reinos humanos (Daniel 2:44-45; Isaías 2:2), pois Jesus é “o Senhor dos senhores e o Rei dos reis” (Apocalipse 17:14). Ao invés de ser uma entidade política e mundana, é um reino espiritual fundado no santo caráter de Deus (Romanos 14:17-18). O caráter do rei e do reino define, também, as qualidades dos súditos. Entramos no reino por um processo de transformação (Colossenses 1:13). Como servos do rei espiritual, temos de desenvolver as características espirituais do nosso Senhor (Tiago 2:5). Neste reino, são valorizadas qualidades como humildade, inocência (Marcos 10:14-15) e santidade (1 Coríntios 6:9-10; Gálatas 5:19-21; Hebreus 12:14). A Casa de Deus A igreja (não um prédio!) é a casa de Deus (1 Timóteo 3:15). Ela é o santuário e habitação do Senhor (Efésios 2:21-22). É uma casa espiritual (1 Pedro 2:5). Deus habita e mantém comunhão com aqueles que fazem a vontade dele (João 14:23; Apocalipse 3:20). O Rebanho de Deus A igreja é o rebanho de Deus (Atos 20:28). Jesus é o bom pastor que deu a vida pelas ovelhas (João 10:11). Elas ouvem a voz de Jesus e o seguem para receber a vida eterna (João 10:27-28). Os bispos ou presbíteros têm a responsabilidade de pastorear o rebanho local segundo as ordens do Supremo Pastor (Atos 20:17,28; 1 Pedro 5:1-4). Como a Bíblia Descreve os Indivíduos que Seguem a Cristo? As descrições acima são termos coletivos – identificam um conjunto. A igreja é composta de pessoas que saíram do pecado para servir a Jesus. Agora, consideremos alguns termos usados nas Escrituras para descrever os seguidores de Cristo individualmente: Discípulos (Atos 6:1-2,7) significa aprendiz ou aluno. O discípulo ouve os ensinamentos e segue o exemplo do seu mestre. “O discípulo não está acima do seu mestre; todo aquele, porém, que for bem instruído será como o seu mestre” (Lucas 6:40). Irmãos (Atos 6:3; 15:1,23,32,33; Filipenses 4:21; Colossenses 1:2) descreve a relação familiar dos filhos do mesmo Pai. “Seja constante o amor fraternal” (Hebreus 13:1). Santos (1 Coríntios 1:2; Filipenses 1:1; 4:21,22; Colossenses 1:2) identifica o caráter de pessoas santificadas pelo sangue de Jesus. Na Bíblia, este termo não é limitado aos mortos. Deve ser uma descrição verdadeira dos cristãos vivos. “segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento” (1 Pedro 1:15). Cristãos (Atos 11:26; 26:28; 1 Pedro 4:16) é uma descrição que aparece apenas três vezes no Novo Testamento, mas descreve bem a relação especial dos discípulos com seu Senhor e Salvador. “Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos” (Atos 11:26). Fiéis (Efésios 1:1; 1 Timóteo 4:3,12; Apocalipse 17:14) e Crentes (Atos 5:14; 1 Tessalonicenses 1:7) vêm da mesma raiz grega, e significam pessoas que acreditam e confiam (em Deus) e que são verdadeiras. “E crescia mais e mais a multidão de crentes, tanto homens como mulheres, agregados ao Senhor” (Atos 5:14). Pedras que vivem (1 Pedro 2:5) é uma frase que destaca a nossa posição na casa de Deus, construída sobre Jesus Cristo, a pedra de esquina. “Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo” (1 Pedro 2:5). Concidadãos dos santos (Efésios 2:19) enfatiza a inclusão de pessoas, anteriormente afastadas de Deus, na família do Senhor. “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus” (Efésios 2:19). Membros do corpo de Cristo e da família de Deus (1 Coríntios 12:27; cf. Efésios 2:19) é uma expressão que mostra a interdependência dos fiéis, e a dependência de todos em Cristo, a cabeça do corpo. “Assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros” (Romanos 12:5). Nomes humanos causam divisões Sabemos que Jesus Cristo, vivendo como judeu na Palestina 2.000 anos atrás, teve oportunidade de participar de qualquer das várias seitas que existiam na época. Mas não há nenhum registro de ele ter se ingressado em qualquer uma delas. Ele simplesmente fazia a vontade do Pai, sem seguir as tradições e doutrinas humanas. Procurava e andava com pessoas que compartilhavam o seu desejo de honrar a Deus. Todos que observaram e ouviram Jesus ficaram admirados com a postura “radical” dele. Durante sua vida aqui na Terra, Jesus prometeu edificar a sua igreja (Mateus 16:18), e ensinou os seus discípulos a seguirem o ensinamento e o exemplo dele. Nós, hoje, devemos fazer como ele fazia e ensinava. Devemos buscar o conhecimento da vontade de Deus e obedecê-lo para honrar o nosso Criador e Redentor. Apesar da influência forte das muitas denominações, com suas próprias tradições e doutrinas, devemos ser simplesmente cristãos, seguidores do nosso Salvador. Pelo nosso desejo de servir a Deus, rejeitaremos as tendências de criar e manter igrejas humanas – grupos que honram homens e defendem doutrinas humanas. Certamente as diversas igrejas hoje com suas placas destacando fundadores, tradições doutrinárias e ministérios criados por homens não dão a devida honra ao verdadeiro Senhor e Salvador. Como podemos servir ao Senhor sem participar da confusão das denominações? Como podemos evitar as divisões que acontecem quando os homens são elevados a posições de honra? Paulo falou do mesmo problema quando escreveu aos coríntios: “Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo. Acaso, Cristo está dividido? Foi Paulo crucificado em favor de vós ou fostes, porventura, batizados em nome de Paulo?” (1 Coríntios 1:12-13). Nomes humanos e destaque impróprio dado aos homens criam divisões. Para evitar tais divisões, devemos seguir o único Salvador (Atos 4:12) e Mediador (1 Timóteo 2:5). Devemos estudar a mesma palavra de Deus para que possamos falar e pensar a mesma coisa (1 Coríntios 1:10). Seguir a Jesus exige esforço, mas certamente vale a pena (Hebreus 11:6; Mateus 7:13-14). Tenhamos coragem para rejeitar tradições, doutrinas, práticas e nomes humanos para honrar o nosso Criador e Salvador. |
Um mundo cansativo
“Todas as coisas são canseiras tais, que ninguém as pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem se enchem os ouvidos de ouvir” (Eclesiastes 1:8).
Para os seres feitos para a comunhão com Deus, o mundo de coisas temporais, por si, nunca poderá ser inteiramente satisfatório. O que encontramos é que o mundo, mesmo nos seus melhores momentos, nos deixa exaustos e desejando Algo Mais. “Ó Deus! Ó Deus! Quão cansativos, insípidos, passados e sem lucros me parecem todas as utilidades deste mundo” (Shakespeare).
É um trabalho frustrante e decepcionante tentar guardar para sempre coisas que são essencialmente impermanentes. Podemos passar muitos dos anos de nossas vidas tentando agarrar o vento, mas em alguma hora a maioria de nós percebe que as coisas temporais simplesmente não podem cumprir desejos eternos. Quando o tentamos fazer acontecer, colocamos nas coisas deste mundo um fardo maior do que elas possam suportar. “Será também como o faminto que sonha que está a comer, mas, acordando, sente-se vazio; ou como o sequioso que sonha que está a beber, mas, acordando, sente-se desfalecido e sedento” (Isaías 29:8).
Tiraríamos mais alegria verdadeira do mundo se prestássemos mais atenção ao mundo que está por vir. Nosso problema não é pedir demais ao mundo, mas sim pedir de menos a Deus. C. S. Lewis disse: “Nosso Senhor encontra nossos desejos não muito fortes, mas muito fracos. Somos criaturas sem muita coragem . . . nos agradamos muito facilmente”. Buscar as coisas maiores de Deus é tirar mais do mundo, não menos. “Peca contra essa vida aquele que diminui a próxima” (Edward Young).
A canseira da vida temporal em si deve ser uma prova de que fomos feitos para algo mais. Há muitas coisas boas aqui para apreciarmos, mas se fingimos que o mundo é tudo de que precisamos, nós nos enganamos. Nós nos “satisfazemos” com tão pouco, quando os nossos corações foram feitos para uma alegria muito maior. Mesmo assim, Deus continua nos atraindo para que sejamos verdadeiramente refrescados!
Pois quando nós nos chegamos a Deus e procuramos viver de acordo com o seu propósito, ele sabe e nós sabemos de onde viemos: da inquietação do mundo, da tribulação dos eventos humanos, do sentimento de desencorajamento, da falta de fé, da falha em ouvir a mensagem, do anoitecer de exaustão espiritual e moral.(Paul Ciholas)
“Todas as coisas são canseiras tais, que ninguém as pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem se enchem os ouvidos de ouvir” (Eclesiastes 1:8).
Para os seres feitos para a comunhão com Deus, o mundo de coisas temporais, por si, nunca poderá ser inteiramente satisfatório. O que encontramos é que o mundo, mesmo nos seus melhores momentos, nos deixa exaustos e desejando Algo Mais. “Ó Deus! Ó Deus! Quão cansativos, insípidos, passados e sem lucros me parecem todas as utilidades deste mundo” (Shakespeare).
É um trabalho frustrante e decepcionante tentar guardar para sempre coisas que são essencialmente impermanentes. Podemos passar muitos dos anos de nossas vidas tentando agarrar o vento, mas em alguma hora a maioria de nós percebe que as coisas temporais simplesmente não podem cumprir desejos eternos. Quando o tentamos fazer acontecer, colocamos nas coisas deste mundo um fardo maior do que elas possam suportar. “Será também como o faminto que sonha que está a comer, mas, acordando, sente-se vazio; ou como o sequioso que sonha que está a beber, mas, acordando, sente-se desfalecido e sedento” (Isaías 29:8).
Tiraríamos mais alegria verdadeira do mundo se prestássemos mais atenção ao mundo que está por vir. Nosso problema não é pedir demais ao mundo, mas sim pedir de menos a Deus. C. S. Lewis disse: “Nosso Senhor encontra nossos desejos não muito fortes, mas muito fracos. Somos criaturas sem muita coragem . . . nos agradamos muito facilmente”. Buscar as coisas maiores de Deus é tirar mais do mundo, não menos. “Peca contra essa vida aquele que diminui a próxima” (Edward Young).
A canseira da vida temporal em si deve ser uma prova de que fomos feitos para algo mais. Há muitas coisas boas aqui para apreciarmos, mas se fingimos que o mundo é tudo de que precisamos, nós nos enganamos. Nós nos “satisfazemos” com tão pouco, quando os nossos corações foram feitos para uma alegria muito maior. Mesmo assim, Deus continua nos atraindo para que sejamos verdadeiramente refrescados!
Pois quando nós nos chegamos a Deus e procuramos viver de acordo com o seu propósito, ele sabe e nós sabemos de onde viemos: da inquietação do mundo, da tribulação dos eventos humanos, do sentimento de desencorajamento, da falta de fé, da falha em ouvir a mensagem, do anoitecer de exaustão espiritual e moral.(Paul Ciholas)
As Coisas de Deus ou as dos Homens?
As Coisas de Deus ou as dos Homens?Porque Pedro, que era tão firme pela verdade, às vezes tropeçava?Pedro é uma das mais fascinantes personagens da Bíblia. Jesus viu o potencial deste "diamante bruto" e trabalhou para lapidá-lo num apóstolo eficiente, que mais tarde se tornou qualificado para servir como presbítero (1 Pedro 5:1). Houve momentos de brilho na vida de Pedro. Ele não hesitou de modo nenhum em confessar Jesus, mesmo quando outros estavam inseguros a respeito dele (Mateus 16:13-20). Ele proclamava ousadamente o evangelho em Jerusa-lém, apesar das amea-ças dos dirigentes ju-deus (Atos 4:18-31; 5:27-32). Ele tinha co-ragem para obedecer a Deus e pregar aos gen-tios, mesmo quando isso significava voltar-se contra 1500 anos de tradição religiosa (Atos, capítulos 10, 11 e 15). Mas Pedro também cometeu alguns erros importantes. Ele agia, freqüentemente, sem parar para escolher cuidadosamente seu rumo. Nesses momentos, Pedro repreendeu Jesus por falar de sua morte que se aproximava (Mateus 16:21-23), e até negou Cristo na sua hora mais difícil (Mateus 26:69-75); uma vez agiu como hipócrita ao recusar associar-se com os cristãos gentios (Gálatas 2:11-17). Porque o mesmo homem que era tão firme pela verdade, às vezes tropeçava? Encontramos a chave para o entendimento de Pedro, e talvez de nós mesmos, em Mateus 16. Quando Jesus elogiou a grande confissão de Pedro, disse: "Pois isso não lhe foi revelado por carne nem sangue, mas por meu Pai que está nos céus" (v. 17). Quando Jesus repreendeu Pedro por sua interferência no plano de Deus, disse:"Não tem em mente as coisas de Deus, mas as dos homens" (v. 23). Esta é a chave para nós entendermos Pedro: Quando pensava e agia com base na revelação de Deus, ele luzia bri-lhantemente. Mas quando permitia à sabedoria humana dirigir, ele tropeçava e pecava. Pedro aprendeu, finalmente, esta lição. Ele veio a entender a importância do domínio próprio, perseverança e amor, e disse que aqueles que desenvolvessem tais qualidades não tropeçariam (2 Pedro 1:3-11). Este é o conselho de um apóstolo que cresceu em Cristo. É a chave para o sucesso espiritual. Precisamos enraizar firmemente nossas vidas na sabedoria da revelação de Deus. Se o fizermos, entraremos no reino eterno de nosso Salvador. |
Poderosas Armas de Guerra
Poderosas Armas de Guerra A Bíblia usa freqüentemente, de forma figurada, soldados e batalhas para descrever o conflito entre os servos de Deus e a iniqüidade. Homens que vão à guerra sentem-se, às vezes, justificados em usar qualquer táti-ca para vencer o inimigo. Tal pensamento, infelizmente, existe no meio de alguns "cristãos" que alegam ser soldados de Cristo. No zelo para vencer o "inimigo", esquecem quem são e a quem pertencem. Paulo reconheceu esse perigo quando escreveu 2 Coríntios 10:3-5S "Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas; anulando nós, sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo…" As instruções de Paulo são claras. Quando batalhamos como soldados de Jesus, temos que usar as armas que o Comandante fornece, e mais nada. Em Efésios 6:10-18, ele descreve as qualidades espirituais da nossa armadura, e explica que "… a nossa luta não é contra o sangue e a carne e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis." Homens que usam outras armas não agem como soldados de Cristo. Mentiras, acusações falsas, fofoca, ciladas e estratégias políticas para ganhar ou manter poder são táticas carnais usadas por homens carnais. Esses métodos não levam ninguém à obediência de Cristo. E quando tais homens atacam os servos de Deus, o verdadeiro cristão precisa de domínio próprio e de fé em Deus. O nosso alvo não é autodefesa, mas a salvação de almas pela palavra do Senhor. Devemos usar bem a espada do Espírito, e seguir o Comandante à vitória eterna! |
Verifique seu “Firewall”
Verifique seu “Firewall” O crescimento do uso de computadores e da Internet traz à língua cotidiana um vocabulário novo que consiste em palavras estrangeiras. Mouse, software, Internet, download, laptop e outros termos se tornaram parte da conversa diária de muitos brasileiros. Mais uma palavra introduzida à língua dos internautas é o termo firewall. No seu idioma original, um firewall é uma parede (wall) de barreira ao fogo (fire), como, por exemplo, a barreira de aço entre o motor de um carro e seus passageiros. Na informática, passou a representar a barreira eletrônica que protege um computador de ataques e invasões numa rede, como a Internet. Serve como um filtro, barrando a entrada de coisas indesejáveis. Aplicando a mesma idéia num sentido espiritual, há diversos tipos de firewall. A Babilônia antiga ativou um firewall de ciência, filosofia e orgulho, e achou-se protegida, até do próprio Deus: “Não há quem me veja.... além de mim não há outra” (Isaías 47:10). Ela se enganou. Deus disse-lhe: “Porque sobre ti, de repente, virá tamanha desolação, como não imaginavas” (Isaías 47:11). Deus é onisciente e onipotente. Quem pensa diferente se engana. Um segundo tipo de barreira é a resistência de um coração teimoso, que não deixa o Senhor entrar para convertê-lo. Jesus disse: “Eis que estou à porta e bato” (Apocalipse 3:20). Ele quer entrar para cear e habitar em cada coração, mas ele não força ninguém a aceitá-lo (Mateus 13:13-16; 23:37; Atos 7:51; Hebreus 3:8). Mas existe um firewall espiritual que é bom e necessário para cada pessoa que quer a salvação e a comunhão com Deus. Esta barreira resiste ao diabo (Tiago 4:7) e guarda o coração e os pensamentos para manter-se incontaminado do mundo (Filipenses 4:7-8; Tiago 1:27). Verifique seu firewall! |
O Que a Bíblia Diz? É pecado ver televisão?
O Que a Bíblia Diz?
É pecado ver televisão?
A televisão é nada mais do que um aparelho que nos permite ver muitas fotografias ou desenhos numa rápida sucessão. Em si mesma, a televisão é moralmente neutra, do mesmo modo que quadros ou fotografias também são moralmente neutros.
Nos nossos dias, contudo, muitos programas se tornaram sujos. A televisão se tornou um instrumento que é freqüentemente abusado para incentivar o adultério, a fornicação, a bebedice, a violência, o ódio, e a cobiça. A atitude que o cristão deveria ter a respeito destes pecados é clara: "Não sejais participantes com eles. . . . E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as. Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha" (Efésios 5:7,11-12, estude cuidadosamente todo o contexto 5:3-17). O discípulo verdadeiro entende a importância de ter pensamentos puros (Filipenses 4:8). Ele não achará as "obras infrutíferas das trevas" divertidas; antes, elas são repugnantes para ele. É fato que em nossa sociedade é impossível evitar ver e ouvir uma considerável porção de imundície moral. Mas certamente o verdadeiro seguidor de Cristo não convidará deliberadamente estas abominações para a sua sala de estar, diáriamente. Mesmo os "bons" espetáculos podem facilmente dominar a vida da pessoa, de modo que ela não terá tempo livre para estudar, orar, ajudar os outros e servir ao Senhor. O servo do Senhor tem que "redimir" o tempo cuidadosamente (Efésios 5:16).
Talvez, como resultado destes fatores, algumas igrejas decidiram proibir seus membros de possuírem aparelhos de televisão ou verem programas de televisão. Esta abordagem do problema não tem a aprovação do Senhor, contudo. Os fariseus do tempo de Jesus usavam exatamente este mesmo método para lidar com sua lei. Se havia possibilidade de alguém pecar por trabalhar no sábado, por exemplo, eles simplesmente proibiam todas atividades no sábado. Jesus condenou estas doutrinas humanas e demonstrou que seguir as leis que os homens inventam não tem valor (Mateus 15:1-14; Colossenses 2). A abordagem correta é cada discípulo tomar uma decisão individual sobre se deve ter uma televisão e considerar cuidadosamente a influência moral de cada programa visto. Esta é uma área de grave perigo; mas também há muito perigo em inventar regras de igrejas e doutrinas que não estão na Bíblia
A INTERNET: OPORTUNIDADE OU AMEAÇA?
A INTERNET: OPORTUNIDADE OU AMEAÇA? Em 1994, os primeiros servidores da Internet, uma rede internacional de computadores, começaram a operar no Brasil. Em 1999, mais de cinco milhões de brasileiros usaram a Internet no dia-a-dia. Até o ano 2003, calcula-se que mais de 20 milhões de brasileiros serão usuários dessa rede (Época, 20/12/99, páginas 98-99). A Internet representa a maior revolução em comunicação pessoal desde a televisão. Já influencia quase todos os aspectos das nossas vidas. De educação a esportes, de negócios a namoro, e de lazer a louvor, a Internet se tornou uma parte importante da vida de milhões de pessoas. Como é que o servo de Deus deve encarar este novo meio de comunicação? Algumas pessoas o consideram uma ferramenta do Diabo. Outros vêem a Internet como uma oportunidade para comunicar com outras pessoas, até sobre os assuntos mais importantes, os que vêm da palavra do Senhor. O propósito deste artigo é tentar colocar em perspectiva a Internet, considerando alguns princípios bíblicos que devemos lembrar quando avaliamos e usamos essa rede internacional. O que é a Internet? Computadores transmitem mensagens por fios. Dentro de um computador, as mensagens são transmitidas do teclado para o processador, e do processador para outos dispositivos, tais como o monitor e as unidades de armazenagem (discos, fitas, etc.). A Internet nada mais é do que uma extensão desta comunicação, em que vários computadores são usados para comunicar, um com o outro, transmitindo qualquer tipo de informação que pode ser armazenada eletronicamente. Palavras, sons e imagens (fotografias e vídeos) podem ser transmitidos por uma simples ligação telefônica. A Internet é meramente um meio de comunicação. A Internet facilita a comunicação Qualquer coisa boa que pode ser comunicada entre seres humanos vai longe com grande facilidade pela Internet. Ela serve como ferramenta poderosa para manter contato entre parentes e amigos separados por grandes distâncias. É útil na pesquisa educacional, profissional e até religiosa, pois oferece acesso rápido a muitos textos e imagens de todos os cantos do mundo. Este artigo que você está lendo apareceu na Internet antes de ser distribuído pelo correio na edição tradicional do boletim. Notícias de qualquer lugar no mundo chegam em poucos instantes, permitindo um contato maior entre pessoas. A capacidade de se comunicar com palavras é um presente que Deus deu aos homens desde a criação do primeiro casal. Tudo que a Bíblia fala sobre o uso da língua deve ser aplicado à comunicação pela Internet. "Por isso, deixando a mentira, fale cada um a verdade com o seu próximo, porque somos membros uns dos outros. . . . Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem" (Efésios 4:25,29). "Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar; tardio para se irar.... Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã." (Tiago 1:19,26). Sabemos que a língua é difícil de controlar e que ela facilmente machuca outras pessoas (Tiago 3:1-12). A Internet apresenta uma tentação enorme para quem não aprendeu segurar a língua. Qualquer mensagem, mesmo mentiras, fofocas, e falsas acusações, pode chegar ao outro lado do mundo em meros segundos. E, pior que a conversa particular ou por telefone, neste ponto a Internet facilita a comunicação a centenas ou milhares de pessoas em poucos instantes. Alguns perigos da Internet Qualquer coisa que o homem pode imprimir no papel pode ser colocada na Internet. Pesquisas, literatura, notícias, etc. se encontram na Internet. Mas, há alguns perigos neste aspecto da rede. Œ Qualquer pessoa pode colocar suas idéias na Internet. No passado, a comunicação de idéias ao público era privilégio das poucas pessoas com influência ou recursos para imprimir suas publicações ou produzir programas de televisão ou rádio. Hoje, qualquer pessoa pode comunicar pela Internet, mesmo as pessoas que não têm nenhum conhecimento dos assuntos tratados. (Veja Atos 17:11). A censura da Internet é praticamente impossível. Com mais de 3,5 milhões de sites (locais onde pessoas podem procurar informações) e 200 milhões de usuários no mundo inteiro, cada um capaz de colocar suas idéias na frente de outras pessoas (Época, 20/12/99, página 93), não existe governo capaz de controlar o conteúdo da Internet. Esse fato tem seu lado bom, em saber que ninguém pode suprimir artigos como este. Mas, ao mesmo tempo, há muitas coisas erradas facilmente disponíveis na rede. Há milhares de sites que incentivam inimizade, violência, imoralidade, rebelião, adoração ao Diabo, etc. Correio eletrônico (e-mail) e sites de bate-papo podem ser usados por pessoas maldosas com intenções impuras ou criminosas. Ž A disponibilidade de muitas informações, quase de graça, convida o usuário a ficar viciado na rede. Tempo que deveria ser usado para orar, estudar a Bíblia, louvar ao Senhor, estar com a família e com outras pessoas acaba sendo gasto na frente de uma tela de 14 polegadas. A Internet pode contribuir à solidão. Parece engraçado! Uma ferramenta que abre portas de comunicação com o mundo inteiro acaba, muitas vezes, criando mais isolação e solidão. Na segurança do próprio lar, uma pessoa pode se comunicar com muitos sem ter contato pessoal com ninguém. Deus nos criou como seres sociais, precisando de contato com outras pessoas. Por isso, ele nos deu o casamento, a família e a igreja. Nós precisamos de outras pessoas. Uso descontrolado da Internet rouba as pessoas deste contato essencial com outros. Sugestões para o uso da Internet Amelhor sugestão sobre o uso da Internet foi feita mais de 1.900 anos antes dela! Paulo, um dos apóstolos do Senhor, disse: "Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento" (Filipenses 4:8). Seria bom se tivesse como colar este versículo do lado do monitor de cada computador no mundo. Este mandamento de Deus exige uma preocupação da nossa parte quando assistimos à televisão, escutamos música ou entramos na Internet. Mas, de todos esses meios de comunicação, é a Internet que exige mais cuidado. Algumas sugestões: Œ Pais devem sempre supervisionar o uso da Internet por crianças e jovens. Imagine uma banca de jornais com milhares de revistas pornográficas, livros que incentivam a adoração de Satanás, e outros que ensinam como conseguir armas e fazer bombas, junto com uma locadora de vídeos igualmente maus. Agora, imagine a seguinte placa na frente deste comércio: "Entrada franca para pessoas de qualquer idade. Toda a nossa mercadoria é de graça. Fique à vontade e leve o que quiser!" Infelizmente, a Internet, mal-usada, pode ser exatamente assim. Pesquisas mostram que qualquer pessoa, até uma criança, pode acessar textos, imagens e conversas absolutamente horríveis, sem pagar nada. Existem programas para facilitar os esforços dos pais a controlar o acesso dos filhos aos sites inapropriados, mas não há garantia que sempre conseguem identificar e bloquear as coisas erradas. Uma boa regra é de não deixar os filhos usar a Internet se não tiver um dos pais presente supervisionando. Qualquer usuário deve controlar seu tempo na rede, nunca deixando de fazer as coisas mais importantes. Enquanto a Internet oferece coisas que podem ajudar no estudo da Bíblia, ninguém deve se enganar pensando que tempo navegando de um site para outro é tempo investido no estudo das Escrituras. Clique em "desconectar" e abra a sua Bíblia! "Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus" (Efésios 5:15-16). Ž Mantenha o computador de sua família num lugar aberto e acessível. "E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as. Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha. Mas todas as coisas, quando reprovadas pela luz, se tornam manifestas, porque tudo que se manifesta é luz" (Efésios 5:11-13). Se um televisor no quarto de jovens ou crianças é perigoso, imagine o perigo muitas vezes maior de um computador, ligado à Internet, no quarto de alguém que ainda não tem maturidade para se controlar. Esta sugestão não aplica somente aos jovens. Muitos casamentos já foram estragados pelo acesso fácil à pornografia na rede, ou pela facilidade de começar um caso extra-conjugal pelo e-mail. Continue se comunicando com sua família. Não deixe as maravilhas da tecnologia roubarem sua família do precioso dom de comunicação que Deus deu para todos nós. Desligue o sistema de som, o televisor, e o computador e fale com sua família. Ensine seus filhos; ouça a sua esposa ou o seu marido; ore com sua família; estude a Bíblia juntos. 3.500 anos atrás, Deus pediu que os pais falassem com os filhos sobre a palavra dele "assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te" (Deuteronômio 6:7). Este conselho é bom para hoje, também. Conclusão Deus criou a comunicação humana para o nosso bem. Desde Gênesis 3, o Diabo tem pervertido este dom de Deus para envolver o homem no pecado. A Internet é um meio de comunicação. Pode ser pervertido pelos servos de Satanás, ou bem empregado pelos servos de Deus. |
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Cristianismo e as Demais Religiões Existentes
Cristianismo e as Demais Religiões Existentes
Uma das questões teológicas que mais me perturbaram (e, confesso, ainda penso muito sobre ela) é sobre a relação entre a fé cristã e as demais religiões existentes. Dentro desta questão, várias perguntas surgem, como: Os não-cristãos serão salvos? Como Deus enxerga os islâmicos, por exemplo? Devemos buscar relacionamentos com as demais religiões (ecumenismo)? Se sim, qual será o momento oportuno para testemunhar a fé em Cristo?
Certamente, tratam-se de questões bastante indigestas para os “em-cima-do-muro” e às pessoas mais pragmáticas em relação à fé, porém, em meio ao relativismo pós-moderno em que estamos vivendo, acho que as questões relativas à variedade de religiões devem ser discutidas por nós cristãos.
A gama de assuntos que são levantados por estas questões é, evidentemente, enorme, portanto, vou neste texto apenas introduzir você, leitor, ao problema em questão; apresentar as teorias já propostas na tentativa de responder ao problema; e dizer algumas de minhas opiniões. Pretendo não trazer conclusões aqui, apenas reflexões.
O problema principal a ser abordado (dentre os vários existentes) é: existem milhares de religiões no mundo e todas igualmente afirmam ser verdadeiras e seguirem ao Deus verdadeiro. Se o cristianismo é a religião verdadeira, o que será dos não-cristãos quando morrerem?
Os que respondem a esta questão se dividem em três grupos: os exclusivistas, os pluralistas e os inclusivistas.
Exclusivismo: o exclusivismo prega que apenas uma dentre as religiões existentes no mundo conduz o fiel a Deus. Todas as demais religiões existentes são farsas ou enganações criadas por seres humanos. Existem as versões fortes e fracas do exclusivismo. Os exclusivistas fortes são os chamados fundamentalistas, que não apenas pregam a veracidade única de sua religião, mas também pregam que se deve manter total distância em relação às demais religiões existentes. Os exclusivistas fracos também são chamados de inclusivistas (leia sobre eles mais abaixo).
Pluralismo: o pluralismo é o extremo oposto ao exclusivismo. Para os pluralistas, todas as religiões são igualmente verdadeiras e todas igualmente conduzem seus fieis a Deus. Também podemos identificar as versões fracas e fortes do pluralismo. Os pluralistas fortes declaram que todas as religiões são igualmente certas (ou igualmente erradas) em suas afirmações sobre Deus (não existem religiões mais corretas que outras). Já os pluralistas fracos chegam a reconhecer que algumas religiões contêm mais coerência que outras, apesar de que, ainda assim, todas são caminhos para o mesmo Deus no final das contas.
Inclusivismo: o inclusivismo concorda com o exclusivismo que apenas uma dentre as religiões disponíveis é verdadeira. Porém, diferentemente do “exclusivismo forte”, o inclusivismo diz que Deus não condenará os integrantes das demais religiões apenas por eles não terem escolhido a religião verdadeira enquanto vivos. Para o inclusivista, Deus proverá meios para os integrantes das demais religiões que possibilitem a eles a oportunidade conhecê-Lo e manter com Ele um relacionamento.
Antes de prosseguir, responda mentalmente: em qual destes três grupos você se encontra?
Desta parte do texto até o final apresentarei basicamente minhas opiniões sobre a questão. Você é livre para discordar ou me corrigir se achar necessário.
O pluralismo forte, em minha opinião, apesar de ser compartilhado pelo pensamento secular do mundo atual, incorre em várias falhas. Tomemos como exemplo, o princípio lógico da não contradição e a divindade de Jesus Cristo. O princípio lógico da não contradição diz que uma substância não pode possui e não possuir ao mesmo tempo certo ser ou certa propriedade. Segundo este princípio, portanto, Jesus não pode ser e não ser ao mesmo tempo Deus. Jesus Cristo, necessariamente, é ou não é Deus, ele não pode ser e não ser ao mesmo tempo Deus. Ora, para o cristianismo, Jesus Cristo é uma manifestação da divindade de Deus; para as demais, Jesus ou foi um profeta (islamismo) ou foi um agitador apenas (judaísmo) ou foi apenas um homem de moral elevada (hinduísmo). Pela lei da não contradição, ou o cristianismo é a única religião verdadeira em relação à divindade de Jesus Cristo, ou ela é falsa e as demais, a priori, verdadeiras.
Qualquer que seja a verdade sobre Jesus Cristo, porém, podemos saber que a idéia de que todas as religiões são totalmente verdadeiras é um mito, nada mais. As religiões diferem entre si e, pela lei da não contradição, sentenças contraditórias sobre determinado assunto não podem estar igualmente e plenamente verdadeiras.
O pluralismo fraco reconhece que as religiões diferem entre si e que algumas são mais verdadeiras que outras em alguns aspectos, porém, ainda assim, afirmam os pluralistas fracos, todas elas são caminhos que conduzem os fieis à mesma salvação.
Apesar de ser uma posição adotada por muitos, o pluralismo fraco me soa incoerente por alguns motivos. Veja bem: as religiões monoteístas (cristianismo, judaísmo e islamismo) afirmam (judaísmo, com reservas) que o objetivo máximo da existência é viver eternamente com o Deus criador; outras religiões pregam que o objetivo máximo é conseguir uma evolução de espírito para viver novamente aqui em outra vida (p. ex. espiritismo) e outras ainda afirmam que não haverá nada além de nossa morte (p. ex. religiões orientais).
Imagine agora que você é um espírita e que por toda sua vida você alimentou o desejo de renascer em um nível espiritual mais elevado, então, quando você morre, você se depara que a verdade era que as religiões monoteístas sempre estiveram corretas. Ora, por mais que o Deus verdadeiro seja misericordioso e te ofereça “salvação”, você não estará recebendo aquilo pelo qual você se esforçou enquanto em vida. A “salvação” que você ansiava era uma vida nova aqui na Terra, não uma eternidade ao lado de um Ser que você não conhece.
Portanto, mesmo que aceitemos que o pluralismo fraco seja verdadeiro e que Deus conceda às pessoas das demais religiões a salvação, mesmo se assim fosse, ninguém mais além daqueles que de fato acreditaram no Deus verdadeiro enquanto em vida estariam satisfeitos na eternidade. Em outras palavras, mesmo que Deus garantisse a todas as pessoas a salvação, apenas os que buscaram o Deus verdadeiro enquanto estavam vivos, desfrutariam da salvação de forma plena na eternidade, os demais estariam recebendo um presente que eles não desejaram ganhar. Uma analogia seria uma criança que, esperando ansiosamente o ano inteiro para ganhar um vídeo-game no Natal, ganha, ao invés do presente desejado, um tabuleiro de xadrez.
Existem muitos cristãos que são pluralistas, porém, eles são falhos em responder como seria possível que todas as pessoas desfrutem de um relacionamento eterno com Deus – se Deus a concedesse salvação a todas as pessoas – mesmo várias destas pessoas não desejando viver este relacionamento com Deus.
Pense no caso dos ateus. Imagine como seria desagradável a um ateu ter de passar o resto da eternidade ao lado de um Deus que ele sempre negou enquanto ele estava vivo. Richard Dawkins já nomeou Deus dos mais absurdos adjetivos que se podem ser atribuídos a um ser, haveria castigo maior a Dawkins do que forçá-lo a viver ao lado de Deus por toda eternidade?
Colocando de fora o pluralismo, sobram o exclusivismo e o inclusivismo.
O exclusivismo é aceito por praticamente todas as pessoas seguidoras das religiões monoteístas, porém, enxergo várias dificuldades com esta posição, especialmente em relação ao exclusivismo forte. Apenas recapitulando, o exclusivismo forte diz que apenas uma religião é verdadeira e possui o caminho a Deus e, quem não seguir esta religião, está condenada à separação eterna de Deus.
O principal problema com o exclusivismo forte (defendido principalmente pelos cristãos) é que ele ataca o próprio cristianismo. A resposta comum “sei que estou no caminho certo porque o Espírito Santo me testifica que estou” não pode ser uma resposta válida na busca de se justificar sua religião uma vez que, convenhamos, todas as pessoas de todas as religiões afirmam ter uma testificação interna de que está no “caminho certo”.
Vamos aceitar por hora que o cristianismo seja a religião verdadeira. Mas qual cristianismo? O ortodoxo grego, o católico romano ou o protestante? Se for o protestante, qual deles? O cristianismo reformado, o luterano, o anglicano, o puritano, o metodista, o batista, o adventista, ou o evangélico? Já ouvi em várias denominações o absurdo de que não apenas “apenas os cristãos serão salvos”, mas que apenas os membros da denominação X serão salvos, pois eles sim agem conforme a vontade de Deus. Obviamente o Espírito Santo não testifica contradições nos corações de seus filhos, portanto, é bem provável aceitar que as pessoas confundem com muita freqüência “testificação do Espírito Santo” com “conforto pessoal”.
Tenho contra o exclusivismo forte, também, o fato de que encontramos muitos cristãos (por modelo de conduta) fora da religião cristã, o que me faz perguntar: não poderia Deus ter provido um meio de se revelar seu Logos às pessoas além do meio que conhecemos?
Se isto for possível (e certamente não deixaria de ser possível apenas porque alguns cristãos mesquinhos não querem compartilhar Cristo com as demais pessoas) Deus teria provido em cada cultura do mundo um meio alternativo de acesso a Ele além da revelação de Jesus Cristo há dois mil anos atrás de forma que todas as pessoas, de todas as culturas, povos e nações, terão alguma chance de escolha em relação à eternidade.
Esta opção alternativa é o inclusivismo. Ela aceita que Jesus Cristo é o único caminho para a salvação eterna, porém, de acordo com ela, Deus tem tanto amor e tanta misericórdia para com sua criação que desde os tempos remotos tem provido às pessoas que não tem acesso à fé cristã (por exemplo, as tribos indígenas isoladas e os mulçumanos que nascem e crescem aprendendo o islã) “caminhos alternativos” com o objetivo de que todas elas possam escolher, sem nenhuma pressão, se elas querem de fato passar a eternidade em relacionamento com Deus.
Que fique bem claro: não estou dizendo aqui que existem caminhos alternativos além de Cristo que levam uma pessoa a Deus. Estou dizendo que o próprio Cristo se revela de formas alternativas a povos e culturas distintas. Segundo esta teoria, o Logos de Deus, além de ter se revelado ao mundo na pessoa de Jesus Cristo a dois mil anos atrás, se revela de forma alternativa em culturas que possuem barreiras em relação à Israel, por exemplo.
Confesso, esta tem sido a explicação que mais tem me agradado dentre as que têm sido oferecidas. Porém, como todas as demais, ela tem seus problemas e ainda não cheguei a nenhuma conclusão quanto ao problema da variedade de religiões existentes.
Acredito que C. S. Lewis foi muito sábio nas suas palavras em relação às demais religiões existentes:
Podemos, a partir daqui, refletir sobre a importância do diálogo com as demais religiões do mundo em busca de conquistar objetivos comuns. Por exemplo, vencer a fome no mundo é um objetivo tanto do cristão, quanto do mulçumano, quanto do ateu. Que mal há deixar as diferenças de cosmovisão de lado por um instante e juntar as forças no intuito de resolver esta questão? Que mal haveria se os cristãos se juntassem aos espíritas e realizassem obras de caridade junto com eles?
Existe um exemplo muito “evangélico” que posso dar em relação a isso. Recentemente vi o pastor Silas Malafaia falando contra a aprovação do PLC 122/2006 (crime de homofobia) dizendo que o Brasil é uma nação onde 93% das pessoas professam a fé cristã e que, portanto, o Estado deveria levar em conta a opinião e respeitar a opinião religiosa do povo. Ora, tenho plena certeza que o Silas Malafaia não considera os católicos como cristãos de fato, da mesma forma que muitos católicos não consideram nós, evangélicos, como cristãos autênticos. Porém, uma vez que ambos possuem um problema em comum e um objetivo em comum, deixou-se de lado as diferencias teológicas e todos passaram a ser unicamente “cristãos” no intuito de que seja atingido o objetivo que beneficiaria tanto a católicos, quanto a evangélicos.
Alguns podem dizer que agir deste modo é agir com falsidade, mas esta acusação é infundada. Se lermos a história do povo hebreu na Bíblia veremos que por inúmeras vezes a nação de Israel se relacionou com nações vizinhas quando tinham o objetivo de derrotar algum inimigo comum. A Bíblia diz que a época mais próspera de Israel foi a primeira parte do reinado de Salomão, quando havia paz em todas as divisas da nação e relações comerciais mútuas aconteciam entre Israel e as demais nações. A Bíblia diz que jamais houve pessoa tão sábia quanto Salomão.
Para uma igreja próspera, precisamos saber nos relacionar com aqueles que discordam de nós. Unilateralismo nunca ajudou ninguém, seja na política, seja na economia, seja na diplomacia entre as nações, seja na história eclesiástica.
Portanto, aqui temos bons pontos para reflexão.
Certamente, tratam-se de questões bastante indigestas para os “em-cima-do-muro” e às pessoas mais pragmáticas em relação à fé, porém, em meio ao relativismo pós-moderno em que estamos vivendo, acho que as questões relativas à variedade de religiões devem ser discutidas por nós cristãos.
A gama de assuntos que são levantados por estas questões é, evidentemente, enorme, portanto, vou neste texto apenas introduzir você, leitor, ao problema em questão; apresentar as teorias já propostas na tentativa de responder ao problema; e dizer algumas de minhas opiniões. Pretendo não trazer conclusões aqui, apenas reflexões.
O problema principal a ser abordado (dentre os vários existentes) é: existem milhares de religiões no mundo e todas igualmente afirmam ser verdadeiras e seguirem ao Deus verdadeiro. Se o cristianismo é a religião verdadeira, o que será dos não-cristãos quando morrerem?
Os que respondem a esta questão se dividem em três grupos: os exclusivistas, os pluralistas e os inclusivistas.
Exclusivismo: o exclusivismo prega que apenas uma dentre as religiões existentes no mundo conduz o fiel a Deus. Todas as demais religiões existentes são farsas ou enganações criadas por seres humanos. Existem as versões fortes e fracas do exclusivismo. Os exclusivistas fortes são os chamados fundamentalistas, que não apenas pregam a veracidade única de sua religião, mas também pregam que se deve manter total distância em relação às demais religiões existentes. Os exclusivistas fracos também são chamados de inclusivistas (leia sobre eles mais abaixo).
Pluralismo: o pluralismo é o extremo oposto ao exclusivismo. Para os pluralistas, todas as religiões são igualmente verdadeiras e todas igualmente conduzem seus fieis a Deus. Também podemos identificar as versões fracas e fortes do pluralismo. Os pluralistas fortes declaram que todas as religiões são igualmente certas (ou igualmente erradas) em suas afirmações sobre Deus (não existem religiões mais corretas que outras). Já os pluralistas fracos chegam a reconhecer que algumas religiões contêm mais coerência que outras, apesar de que, ainda assim, todas são caminhos para o mesmo Deus no final das contas.
Inclusivismo: o inclusivismo concorda com o exclusivismo que apenas uma dentre as religiões disponíveis é verdadeira. Porém, diferentemente do “exclusivismo forte”, o inclusivismo diz que Deus não condenará os integrantes das demais religiões apenas por eles não terem escolhido a religião verdadeira enquanto vivos. Para o inclusivista, Deus proverá meios para os integrantes das demais religiões que possibilitem a eles a oportunidade conhecê-Lo e manter com Ele um relacionamento.
Antes de prosseguir, responda mentalmente: em qual destes três grupos você se encontra?
Desta parte do texto até o final apresentarei basicamente minhas opiniões sobre a questão. Você é livre para discordar ou me corrigir se achar necessário.
O pluralismo forte, em minha opinião, apesar de ser compartilhado pelo pensamento secular do mundo atual, incorre em várias falhas. Tomemos como exemplo, o princípio lógico da não contradição e a divindade de Jesus Cristo. O princípio lógico da não contradição diz que uma substância não pode possui e não possuir ao mesmo tempo certo ser ou certa propriedade. Segundo este princípio, portanto, Jesus não pode ser e não ser ao mesmo tempo Deus. Jesus Cristo, necessariamente, é ou não é Deus, ele não pode ser e não ser ao mesmo tempo Deus. Ora, para o cristianismo, Jesus Cristo é uma manifestação da divindade de Deus; para as demais, Jesus ou foi um profeta (islamismo) ou foi um agitador apenas (judaísmo) ou foi apenas um homem de moral elevada (hinduísmo). Pela lei da não contradição, ou o cristianismo é a única religião verdadeira em relação à divindade de Jesus Cristo, ou ela é falsa e as demais, a priori, verdadeiras.
Qualquer que seja a verdade sobre Jesus Cristo, porém, podemos saber que a idéia de que todas as religiões são totalmente verdadeiras é um mito, nada mais. As religiões diferem entre si e, pela lei da não contradição, sentenças contraditórias sobre determinado assunto não podem estar igualmente e plenamente verdadeiras.
O pluralismo fraco reconhece que as religiões diferem entre si e que algumas são mais verdadeiras que outras em alguns aspectos, porém, ainda assim, afirmam os pluralistas fracos, todas elas são caminhos que conduzem os fieis à mesma salvação.
Apesar de ser uma posição adotada por muitos, o pluralismo fraco me soa incoerente por alguns motivos. Veja bem: as religiões monoteístas (cristianismo, judaísmo e islamismo) afirmam (judaísmo, com reservas) que o objetivo máximo da existência é viver eternamente com o Deus criador; outras religiões pregam que o objetivo máximo é conseguir uma evolução de espírito para viver novamente aqui em outra vida (p. ex. espiritismo) e outras ainda afirmam que não haverá nada além de nossa morte (p. ex. religiões orientais).
Imagine agora que você é um espírita e que por toda sua vida você alimentou o desejo de renascer em um nível espiritual mais elevado, então, quando você morre, você se depara que a verdade era que as religiões monoteístas sempre estiveram corretas. Ora, por mais que o Deus verdadeiro seja misericordioso e te ofereça “salvação”, você não estará recebendo aquilo pelo qual você se esforçou enquanto em vida. A “salvação” que você ansiava era uma vida nova aqui na Terra, não uma eternidade ao lado de um Ser que você não conhece.
Portanto, mesmo que aceitemos que o pluralismo fraco seja verdadeiro e que Deus conceda às pessoas das demais religiões a salvação, mesmo se assim fosse, ninguém mais além daqueles que de fato acreditaram no Deus verdadeiro enquanto em vida estariam satisfeitos na eternidade. Em outras palavras, mesmo que Deus garantisse a todas as pessoas a salvação, apenas os que buscaram o Deus verdadeiro enquanto estavam vivos, desfrutariam da salvação de forma plena na eternidade, os demais estariam recebendo um presente que eles não desejaram ganhar. Uma analogia seria uma criança que, esperando ansiosamente o ano inteiro para ganhar um vídeo-game no Natal, ganha, ao invés do presente desejado, um tabuleiro de xadrez.
Existem muitos cristãos que são pluralistas, porém, eles são falhos em responder como seria possível que todas as pessoas desfrutem de um relacionamento eterno com Deus – se Deus a concedesse salvação a todas as pessoas – mesmo várias destas pessoas não desejando viver este relacionamento com Deus.
Pense no caso dos ateus. Imagine como seria desagradável a um ateu ter de passar o resto da eternidade ao lado de um Deus que ele sempre negou enquanto ele estava vivo. Richard Dawkins já nomeou Deus dos mais absurdos adjetivos que se podem ser atribuídos a um ser, haveria castigo maior a Dawkins do que forçá-lo a viver ao lado de Deus por toda eternidade?
Colocando de fora o pluralismo, sobram o exclusivismo e o inclusivismo.
O exclusivismo é aceito por praticamente todas as pessoas seguidoras das religiões monoteístas, porém, enxergo várias dificuldades com esta posição, especialmente em relação ao exclusivismo forte. Apenas recapitulando, o exclusivismo forte diz que apenas uma religião é verdadeira e possui o caminho a Deus e, quem não seguir esta religião, está condenada à separação eterna de Deus.
O principal problema com o exclusivismo forte (defendido principalmente pelos cristãos) é que ele ataca o próprio cristianismo. A resposta comum “sei que estou no caminho certo porque o Espírito Santo me testifica que estou” não pode ser uma resposta válida na busca de se justificar sua religião uma vez que, convenhamos, todas as pessoas de todas as religiões afirmam ter uma testificação interna de que está no “caminho certo”.
Vamos aceitar por hora que o cristianismo seja a religião verdadeira. Mas qual cristianismo? O ortodoxo grego, o católico romano ou o protestante? Se for o protestante, qual deles? O cristianismo reformado, o luterano, o anglicano, o puritano, o metodista, o batista, o adventista, ou o evangélico? Já ouvi em várias denominações o absurdo de que não apenas “apenas os cristãos serão salvos”, mas que apenas os membros da denominação X serão salvos, pois eles sim agem conforme a vontade de Deus. Obviamente o Espírito Santo não testifica contradições nos corações de seus filhos, portanto, é bem provável aceitar que as pessoas confundem com muita freqüência “testificação do Espírito Santo” com “conforto pessoal”.
Tenho contra o exclusivismo forte, também, o fato de que encontramos muitos cristãos (por modelo de conduta) fora da religião cristã, o que me faz perguntar: não poderia Deus ter provido um meio de se revelar seu Logos às pessoas além do meio que conhecemos?
Se isto for possível (e certamente não deixaria de ser possível apenas porque alguns cristãos mesquinhos não querem compartilhar Cristo com as demais pessoas) Deus teria provido em cada cultura do mundo um meio alternativo de acesso a Ele além da revelação de Jesus Cristo há dois mil anos atrás de forma que todas as pessoas, de todas as culturas, povos e nações, terão alguma chance de escolha em relação à eternidade.
Esta opção alternativa é o inclusivismo. Ela aceita que Jesus Cristo é o único caminho para a salvação eterna, porém, de acordo com ela, Deus tem tanto amor e tanta misericórdia para com sua criação que desde os tempos remotos tem provido às pessoas que não tem acesso à fé cristã (por exemplo, as tribos indígenas isoladas e os mulçumanos que nascem e crescem aprendendo o islã) “caminhos alternativos” com o objetivo de que todas elas possam escolher, sem nenhuma pressão, se elas querem de fato passar a eternidade em relacionamento com Deus.
Que fique bem claro: não estou dizendo aqui que existem caminhos alternativos além de Cristo que levam uma pessoa a Deus. Estou dizendo que o próprio Cristo se revela de formas alternativas a povos e culturas distintas. Segundo esta teoria, o Logos de Deus, além de ter se revelado ao mundo na pessoa de Jesus Cristo a dois mil anos atrás, se revela de forma alternativa em culturas que possuem barreiras em relação à Israel, por exemplo.
Confesso, esta tem sido a explicação que mais tem me agradado dentre as que têm sido oferecidas. Porém, como todas as demais, ela tem seus problemas e ainda não cheguei a nenhuma conclusão quanto ao problema da variedade de religiões existentes.
Acredito que C. S. Lewis foi muito sábio nas suas palavras em relação às demais religiões existentes:
Se você é cristão, não precisa acreditar que todas as outras religiões estão simplesmente erradas de cabo a rabo. [...] Se você é cristão, está livre para pensar que todas as religiões, mesmo as mais esquisitas, possuem pelo menos um fundo de verdade. [...] É claro, no entanto, que, pelo fato de sermos cristãos, nós temos efetivamente o direito de pensar que, onde o cristianismo difere das outras religiões, ele está certo e as outras, erradas. É como na aritmética: para uma determinada soma, só existe uma resposta certa, e todas as outras estão erradas; porém, algumas respostas erradas estão mais próximas da certa do que as outras.
Podemos, a partir daqui, refletir sobre a importância do diálogo com as demais religiões do mundo em busca de conquistar objetivos comuns. Por exemplo, vencer a fome no mundo é um objetivo tanto do cristão, quanto do mulçumano, quanto do ateu. Que mal há deixar as diferenças de cosmovisão de lado por um instante e juntar as forças no intuito de resolver esta questão? Que mal haveria se os cristãos se juntassem aos espíritas e realizassem obras de caridade junto com eles?
Existe um exemplo muito “evangélico” que posso dar em relação a isso. Recentemente vi o pastor Silas Malafaia falando contra a aprovação do PLC 122/2006 (crime de homofobia) dizendo que o Brasil é uma nação onde 93% das pessoas professam a fé cristã e que, portanto, o Estado deveria levar em conta a opinião e respeitar a opinião religiosa do povo. Ora, tenho plena certeza que o Silas Malafaia não considera os católicos como cristãos de fato, da mesma forma que muitos católicos não consideram nós, evangélicos, como cristãos autênticos. Porém, uma vez que ambos possuem um problema em comum e um objetivo em comum, deixou-se de lado as diferencias teológicas e todos passaram a ser unicamente “cristãos” no intuito de que seja atingido o objetivo que beneficiaria tanto a católicos, quanto a evangélicos.
Alguns podem dizer que agir deste modo é agir com falsidade, mas esta acusação é infundada. Se lermos a história do povo hebreu na Bíblia veremos que por inúmeras vezes a nação de Israel se relacionou com nações vizinhas quando tinham o objetivo de derrotar algum inimigo comum. A Bíblia diz que a época mais próspera de Israel foi a primeira parte do reinado de Salomão, quando havia paz em todas as divisas da nação e relações comerciais mútuas aconteciam entre Israel e as demais nações. A Bíblia diz que jamais houve pessoa tão sábia quanto Salomão.
Para uma igreja próspera, precisamos saber nos relacionar com aqueles que discordam de nós. Unilateralismo nunca ajudou ninguém, seja na política, seja na economia, seja na diplomacia entre as nações, seja na história eclesiástica.
Portanto, aqui temos bons pontos para reflexão.
A Verdadeira Igreja Próspera
A Verdadeira Igreja Próspera
Muito se tem falado ultimamente sobre “prosperidade material” nas igrejas evangélicas brasileiras (principalmente nas de cunho neo-pentecostal). Não é preciso pesquisar muito para encontrar vários livros ensinando a como “mover a intenção de Deus para nosso favor” ou a como “tomar posse do que é nosso por direito”.
Além de livros, a busca (ou seria ordenança?) pela prosperidade material vinda de Deus é encontrada em muitos CDs de música evangélica. Frases como “faz chover riquezas na minha vida”, “meus celeiros serão fartos”, “meus lagares se transbordarão” e “vou prosperar, vocês verão a vitória na minha vida e morrerão de inveja seus incrédulos hahaha” são encontradas sem dificuldade nas músicas evangélicas.
Enfim, fala-se MUITO sobre prosperidade. Fala-se tanto sobre isso que o mundo tem questionado a índole dos líderes evangélicos que pregam promessas de bênçãos materiais aos membros. A internet está cheia de piadinhas sobre pastores que roubam dinheiro dos membros (não apenas piadinhas, várias denúncias sérias podem ser encontradas na internet sobre tais práticas).
O que diz a “Teologia da Prosperidade”?
Ela nos diz (não explicitamente) que a quantidade de bens materiais (riquezas) que você possui aponta para o quão abençoado você é por Deus.
Se você é cristão, é dizimista (ser dizimista é mais importante do que, digamos, ter uma vida santa e reta perante Deus) e freqüenta regularmente uma igreja, necessariamente Deus tem que te abençoar. Os números e os resultados visíveis são, para os adeptos da “Teologia da Prosperidade”, os sinais incontestáveis que Deus está abençoando alguém.
Refletindo sobre este problema, percebi que as igrejas se analisam com base nos números e resultados que as mesmas possuem. O que é uma igreja abençoada e próspera de acordo com os evangélicos? Uma igreja abençoada e próspera é aquela que possui muitos membros, muitas posses, muitas congregações, muitos membros empresários, etc.
As pessoas pensam, infelizmente, que o número de membros e congregações de uma denominação é um sinal do quanto uma igreja é abençoada.
E não estou fazendo conjecturas. Já participei de reuniões eclesiásticas com líderes onde eram traçadas estratégias para “não perder gente”, “fazer o povo vir pra cá”, “multiplicar as congregações”, etc. O consolo (ou a tristeza) era saber que as estratégias eram estabelecidas por corações que pensavam estar fazendo o bem para a “obra de Deus”. Os evangélicos honestamente acreditam que uma igreja abençoada e próspera é uma igreja grande e cheia de membros.
1 - Quanto mais riquezas você tem, mais abençoado você é.
2 - Quanto mais membros a igreja tem, mais abençoada ela é.
Sabemos que a primeira frase não contém a verdade (se você pensa que ela contém a verdade, sugiro a você que leia a Bíblia novamente, com atenção especial nos Evangelhos, e no livro de Tiago).
E a frase de número 2? Ela é verdadeira?
Procurei na Bíblia alguma resposta e me deparei com uma narração interessante, que trouxe luz à questão:
“Conheço as suas obras, o seu trabalho árduo e a sua perseverança. Sei que você não pode tolerar homens maus, que pôs à prova os que dizem ser apóstolos mas não são, e descobriu que eles eram impostores. Vocês tem perseverado e suportado sofrimento por causa do meu nome, e não tem desfalecido. Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor. Lembra-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do lugar dele” (Apocalipse 2: 2-5).
Estas palavras acima vieram ao apóstolo João enquanto este estava exilado na ilha de Patmos (Ap 1:9). Quem ditou as palavras foi o próprio Jesus, conforme podemos ver em Ap 1:18,19. As palavras foram destinadas a uma igreja específica: a Igreja em Éfeso.
O recado, em outras palavras, é o seguinte: “você abandonou o primeiro amor. Se você não mudar para como você era no início, vou retirar de você a autoridade de Igreja que tem”. Porém, antes de dizer isso, Jesus disse que considera algumas coisas boas sobre Igreja de Éfeso:
- Era uma igreja ativa na obra de Deus (v. 2)
- Que trabalhava arduamente (v.2)
- Que era perseverante (v. 2)
- Não tolerava homens maus em seu meio (v. 2)
- Possuía discernimento para saber quando alguém era de Deus e quando não era (v. 2)
- Suportava sofrimento por causa do nome de Cristo sem desanimar (v. 3)
Sem dúvida a Igreja em Éfeso era muito virtuosa. Muitas das qualidades acima faltam a muitas igrejas evangélicas hoje em dia. Uma Igreja que possuísse as características que a Igreja de Éfeso possuía seria considerada hoje uma Igreja abençoada e próspera por muitos (senão todos) cristãos.
Porém, faltava a Éfeso o mais importante: amor.
“Contra você, porém, tenho isso: você abandonou o seu primeiro amor” (v. 4).
Uma pergunta surge aqui. Qual amor?
Amor para com Deus? Amor para com a obra de Deus? Amor para com o Evangelho? Amor de uns para com os outros?
O texto não nos diz especificamente sobre qual espécie de amor se trata, mas nos dá margem para pensar qual era esse amor que estava faltando à Igreja de Éfeso.
Por ser ativa na obra de Deus (v. 2), é certo que a Igreja de Éfeso amava o Evangelho e a obra de Deus. O fato de os membros da Igreja de Éfeso suportarem sofrimento por causa do nome de Deus indica que eles amavam (e muito) a Deus. Logo, amor a Deus e amor à obra de Deus eles possuíam.
Voltando à carta, Jesus diz à Igreja de Éfeso que eles abandonaram o primeiro amor e que a igreja deveria se arrepender e voltar a praticar as obras que eles praticavam no princípio (v. 4 e 5).
Três termos presentes nos versículos 4 e 5 (acima) nos ajudam a identificar qual é o amor que a Igreja de Éfeso deixou de ter.
1 – Amor: A palavra grega usada para “amor” neste texto, “ágape”, possui uma gama de significados que a associa à palavra “altruísmo”. Alguns significados de ágape são: “amor incondicional”, “amor gratuito”, “amor que se oferece sem esperança de receber algo em troca”. Esta mesma palavra (ágape) é usada quando Jesus disse que devemos “amarmos uns aos outros” ou “amar o próximo como a nos mesmos”.
2 – Obras: A ordenança para que a Igreja de Éfeso volte a praticar as obras como forma de voltar a possuir amor (v. 5), indica que o amor que a Igreja de Éfeso deixou de praticar era realizado por meio de obras.
3 – Princípio: Este amor realizado pelas obras estava presente no princípio da Igreja de Éfeso. A Bíblia não traz um relato de quais obras eram realizadas no princípio da Igreja de Éfeso, porém, no livro de Atos podemos ler sobre as obras que os primeiros cristãos, reunidos como comunidade, praticavam. Como foram estes primeiros cristãos citados em Atos que levaram o Evangelho até Éfeso, é bem provável que as primeiras obras da Igreja de Éfeso fossem as mesmas primeiras obras da comunidade cristã primitiva em Atos. Sendo assim, lendo sobre as obras realizadas pela Igreja Cristã primitiva, saberemos (ou pelo menos teremos alguma idéia sobre) quais eram as obras que a Igreja de Éfeso praticava. Quais eram essas obras?
“Da multidão dos que creram, uma era a mente e um era o coração. Ninguém considerava unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas compartilhavam tudo o que tinham (...). Não havia pessoas necessitadas entre eles, pois os que possuíam terras ou casas as vendiam, traziam o dinheiro da venda e o colocavam aos pés dos apóstolos, que o distribuíam segundo a necessidade de cada um.” (At 4: 32 e 34).
Os cristãos primitivos amavam uns aos outros. Amavam tanto ao ponto de vender suas posses e propriedades para que os outros não passassem necessidades.
É esse amor que a Igreja de Éfeso deixou de praticar. É a falta deste amor que impedia que Éfeso fosse uma Igreja abençoada e próspera de acordo com Deus. A Igreja de Éfeso possuía muitas virtudes: disposição para o trabalho na obra, perseverança, sabedoria, intolerância ao mal, discernimento e paciência – provavelmente era uma igreja com um número grande de membros – porém, não era abençoada nem próspera. Faltava-lhe amor.
Diante do que acabamos de ler, a Igreja Evangélica brasileira – que se preocupa mais com seu umbigo do que com problemas sociais graves como número de famintos, mortalidade infantil, aumento da pedofilia, número de depressivos na sociedade, aquecimento global, etc. – pode ser considerada uma Igreja abençoada e próspera?
Não, não somos prósperos. Somos, na verdade, gulosos e egoístas.
“Quem come e não reparte nada fica com a barriga inchada” certa vez disse o personagem Chaves a seu amigo Quico quando este se recusou a dar a Chaves um pedaço de seu sanduíche de presunto. A Igreja Evangélica não é próspera e nem está grande. Ela é podre, doente e está inchada.
Para finalizar, Deus cumpriu a promessa que fez à Igreja de Éfeso. Registros históricos nos mostram que poucas décadas após a carta de João chegar às mãos dos efésios, a Igreja de Éfeso foi atacada e destruída.
Tenho previsto um futuro parecido para a Igreja Evangélica brasileira para um tempo não muito distante no futuro. Somente nós podemos mudar esse quadro.
Além de livros, a busca (ou seria ordenança?) pela prosperidade material vinda de Deus é encontrada em muitos CDs de música evangélica. Frases como “faz chover riquezas na minha vida”, “meus celeiros serão fartos”, “meus lagares se transbordarão” e “vou prosperar, vocês verão a vitória na minha vida e morrerão de inveja seus incrédulos hahaha” são encontradas sem dificuldade nas músicas evangélicas.
Enfim, fala-se MUITO sobre prosperidade. Fala-se tanto sobre isso que o mundo tem questionado a índole dos líderes evangélicos que pregam promessas de bênçãos materiais aos membros. A internet está cheia de piadinhas sobre pastores que roubam dinheiro dos membros (não apenas piadinhas, várias denúncias sérias podem ser encontradas na internet sobre tais práticas).
O que diz a “Teologia da Prosperidade”?
Ela nos diz (não explicitamente) que a quantidade de bens materiais (riquezas) que você possui aponta para o quão abençoado você é por Deus.
Se você é cristão, é dizimista (ser dizimista é mais importante do que, digamos, ter uma vida santa e reta perante Deus) e freqüenta regularmente uma igreja, necessariamente Deus tem que te abençoar. Os números e os resultados visíveis são, para os adeptos da “Teologia da Prosperidade”, os sinais incontestáveis que Deus está abençoando alguém.
Refletindo sobre este problema, percebi que as igrejas se analisam com base nos números e resultados que as mesmas possuem. O que é uma igreja abençoada e próspera de acordo com os evangélicos? Uma igreja abençoada e próspera é aquela que possui muitos membros, muitas posses, muitas congregações, muitos membros empresários, etc.
As pessoas pensam, infelizmente, que o número de membros e congregações de uma denominação é um sinal do quanto uma igreja é abençoada.
E não estou fazendo conjecturas. Já participei de reuniões eclesiásticas com líderes onde eram traçadas estratégias para “não perder gente”, “fazer o povo vir pra cá”, “multiplicar as congregações”, etc. O consolo (ou a tristeza) era saber que as estratégias eram estabelecidas por corações que pensavam estar fazendo o bem para a “obra de Deus”. Os evangélicos honestamente acreditam que uma igreja abençoada e próspera é uma igreja grande e cheia de membros.
1 - Quanto mais riquezas você tem, mais abençoado você é.
2 - Quanto mais membros a igreja tem, mais abençoada ela é.
Sabemos que a primeira frase não contém a verdade (se você pensa que ela contém a verdade, sugiro a você que leia a Bíblia novamente, com atenção especial nos Evangelhos, e no livro de Tiago).
E a frase de número 2? Ela é verdadeira?
Procurei na Bíblia alguma resposta e me deparei com uma narração interessante, que trouxe luz à questão:
“Conheço as suas obras, o seu trabalho árduo e a sua perseverança. Sei que você não pode tolerar homens maus, que pôs à prova os que dizem ser apóstolos mas não são, e descobriu que eles eram impostores. Vocês tem perseverado e suportado sofrimento por causa do meu nome, e não tem desfalecido. Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor. Lembra-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do lugar dele” (Apocalipse 2: 2-5).
Estas palavras acima vieram ao apóstolo João enquanto este estava exilado na ilha de Patmos (Ap 1:9). Quem ditou as palavras foi o próprio Jesus, conforme podemos ver em Ap 1:18,19. As palavras foram destinadas a uma igreja específica: a Igreja em Éfeso.
O recado, em outras palavras, é o seguinte: “você abandonou o primeiro amor. Se você não mudar para como você era no início, vou retirar de você a autoridade de Igreja que tem”. Porém, antes de dizer isso, Jesus disse que considera algumas coisas boas sobre Igreja de Éfeso:
- Era uma igreja ativa na obra de Deus (v. 2)
- Que trabalhava arduamente (v.2)
- Que era perseverante (v. 2)
- Não tolerava homens maus em seu meio (v. 2)
- Possuía discernimento para saber quando alguém era de Deus e quando não era (v. 2)
- Suportava sofrimento por causa do nome de Cristo sem desanimar (v. 3)
Sem dúvida a Igreja em Éfeso era muito virtuosa. Muitas das qualidades acima faltam a muitas igrejas evangélicas hoje em dia. Uma Igreja que possuísse as características que a Igreja de Éfeso possuía seria considerada hoje uma Igreja abençoada e próspera por muitos (senão todos) cristãos.
Porém, faltava a Éfeso o mais importante: amor.
“Contra você, porém, tenho isso: você abandonou o seu primeiro amor” (v. 4).
Uma pergunta surge aqui. Qual amor?
Amor para com Deus? Amor para com a obra de Deus? Amor para com o Evangelho? Amor de uns para com os outros?
O texto não nos diz especificamente sobre qual espécie de amor se trata, mas nos dá margem para pensar qual era esse amor que estava faltando à Igreja de Éfeso.
Por ser ativa na obra de Deus (v. 2), é certo que a Igreja de Éfeso amava o Evangelho e a obra de Deus. O fato de os membros da Igreja de Éfeso suportarem sofrimento por causa do nome de Deus indica que eles amavam (e muito) a Deus. Logo, amor a Deus e amor à obra de Deus eles possuíam.
Voltando à carta, Jesus diz à Igreja de Éfeso que eles abandonaram o primeiro amor e que a igreja deveria se arrepender e voltar a praticar as obras que eles praticavam no princípio (v. 4 e 5).
Três termos presentes nos versículos 4 e 5 (acima) nos ajudam a identificar qual é o amor que a Igreja de Éfeso deixou de ter.
1 – Amor: A palavra grega usada para “amor” neste texto, “ágape”, possui uma gama de significados que a associa à palavra “altruísmo”. Alguns significados de ágape são: “amor incondicional”, “amor gratuito”, “amor que se oferece sem esperança de receber algo em troca”. Esta mesma palavra (ágape) é usada quando Jesus disse que devemos “amarmos uns aos outros” ou “amar o próximo como a nos mesmos”.
2 – Obras: A ordenança para que a Igreja de Éfeso volte a praticar as obras como forma de voltar a possuir amor (v. 5), indica que o amor que a Igreja de Éfeso deixou de praticar era realizado por meio de obras.
3 – Princípio: Este amor realizado pelas obras estava presente no princípio da Igreja de Éfeso. A Bíblia não traz um relato de quais obras eram realizadas no princípio da Igreja de Éfeso, porém, no livro de Atos podemos ler sobre as obras que os primeiros cristãos, reunidos como comunidade, praticavam. Como foram estes primeiros cristãos citados em Atos que levaram o Evangelho até Éfeso, é bem provável que as primeiras obras da Igreja de Éfeso fossem as mesmas primeiras obras da comunidade cristã primitiva em Atos. Sendo assim, lendo sobre as obras realizadas pela Igreja Cristã primitiva, saberemos (ou pelo menos teremos alguma idéia sobre) quais eram as obras que a Igreja de Éfeso praticava. Quais eram essas obras?
“Da multidão dos que creram, uma era a mente e um era o coração. Ninguém considerava unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas compartilhavam tudo o que tinham (...). Não havia pessoas necessitadas entre eles, pois os que possuíam terras ou casas as vendiam, traziam o dinheiro da venda e o colocavam aos pés dos apóstolos, que o distribuíam segundo a necessidade de cada um.” (At 4: 32 e 34).
Os cristãos primitivos amavam uns aos outros. Amavam tanto ao ponto de vender suas posses e propriedades para que os outros não passassem necessidades.
É esse amor que a Igreja de Éfeso deixou de praticar. É a falta deste amor que impedia que Éfeso fosse uma Igreja abençoada e próspera de acordo com Deus. A Igreja de Éfeso possuía muitas virtudes: disposição para o trabalho na obra, perseverança, sabedoria, intolerância ao mal, discernimento e paciência – provavelmente era uma igreja com um número grande de membros – porém, não era abençoada nem próspera. Faltava-lhe amor.
Diante do que acabamos de ler, a Igreja Evangélica brasileira – que se preocupa mais com seu umbigo do que com problemas sociais graves como número de famintos, mortalidade infantil, aumento da pedofilia, número de depressivos na sociedade, aquecimento global, etc. – pode ser considerada uma Igreja abençoada e próspera?
Não, não somos prósperos. Somos, na verdade, gulosos e egoístas.
“Quem come e não reparte nada fica com a barriga inchada” certa vez disse o personagem Chaves a seu amigo Quico quando este se recusou a dar a Chaves um pedaço de seu sanduíche de presunto. A Igreja Evangélica não é próspera e nem está grande. Ela é podre, doente e está inchada.
Para finalizar, Deus cumpriu a promessa que fez à Igreja de Éfeso. Registros históricos nos mostram que poucas décadas após a carta de João chegar às mãos dos efésios, a Igreja de Éfeso foi atacada e destruída.
Tenho previsto um futuro parecido para a Igreja Evangélica brasileira para um tempo não muito distante no futuro. Somente nós podemos mudar esse quadro.
Fora da Igreja há Salvação?
Fora da Igreja há Salvação?
"Fora da Igreja não há Salvação". Esta frase, proclamada pelo IV Concílio de Latrão no ano de 1213, tem gerado polêmicas em torno da cristandade ao longo dos séculos. Existe salvação fora da Igreja?
Na verdade não estou escrevendo (nem lendo) ultimamente sobre assuntos teológicos. Apesar disto, decidi dispensar alguns minutos para colocar no papel (ou no meu blog, já que não estou escrevendo à caneta) algumas reflexões que tenho acerca desta polêmica.
Apesar de ter dito que a frase "Fora da Igreja não há Salvação" foi proferida no século XIII [retirei esta informação deste link], existem registros que ela havia sido proferida muito antes, nos primórdios do cristianismo, no século III, por um bispo cristão da cidade de Cartago, chamado Cipriano. Outros afirmam que foi Atanásio (séc. IV) quem proferiu esta frase pela primeira vez.
Independente de quem tenha sido o cristão progenitor desta frase, a verdade é que o conceito por trás do "fora da Igreja não há salvação" é mais antigo que o próprio Jesus, não sendo, assim, uma exclusividade do Cristianismo.
Podemos enxergar, ao lermos o Velho Testamento, que o povo hebreu acreditava convictamente que Yaweh (nome hebraico para Jeová) era Senhor APENAS do povo de Israel. Vemos claramente nos registros bíblicos que os hebreus consideravam as nações vizinhas não apenas como inimigas de Israel, mas como inimigas do próprio Deus.
Após a nação de Israel se dividir em duas (Israel e Judá), os habitantes destas duas nações distintas começaram a intrigar entre si sobre qual delas levava o título de "verdadeira nação de Deus". As tribos do norte (que continuaram a ser chamadas de Israel) desconsideravam as tribos do sul como sendo povo de Deus, consideravam-nas inimigas; Já as tribos do sul (que passaram a ser chamadas de Judá) consideravam as tribos do norte como inimigas e que somente elas, as tribos do sul, eram povo de Deus.
Judeus odiavam samaritanos e vice e versa.
Onde se deveria adorar a Deus de verdade? Em Samaria (capital de Israel) ou em Jerusalém (capital de Judá)? Esta foi a pergunta feita por uma samaritana a Jesus.
Apenas abrindo um parêntese no curso deste artigo: a narração deste acontecimento em Jo 4 mostra o quanto as duas nações eram exclusivistas em relação a Deus. Após Jesus pedir água à samaritana, ela, assustada, lhe perguntou: "Como o senhor, sendo judeu, pede a mim, uma samaritana, água para beber?" (Jo 4:9)
Pois bem. Jesus quebrou todos os paradigmas de que Deus era exclusivo de apenas um povo.
Jesus morreu.
Alguns anos depois os seguidores de Jesus fundaram o Cristianismo. Alguma coisa mudou em relação a esse assunto?
Não.
"Apenas quem for cristão será salvo", "aceite Jesus ou você vai pro Inferno" ou "Fora da Igreja não há Salvação".
Bem, séculos depois (século XXI) aconteceu a primeira divisão (por motivos fúteis) entre os cristãos: a Igreja Católica Romana segue um rumo e a Igreja Ortodoxa Oriental segue outro. Negligenciando o exemplo de Cristo ("os adoradores de Deus o adoram em Espírito e em Verdade") e seguindo o mal exemplo de Israel e Judá ("Deus é nosso e você que pensa diferente vai pro quinto dos infernos") ambos começaram a discutir sobre qual facção do cristianismo possuía o "selo" de Deus.
Para os católicos romanos, os ortodoxos orientais são apenas hereges cismáticos; para os ortodoxos, os católicos são qualquer coisa, menos povo de Deus.
Pois bem, avançando um pouco na história, um monge agostiniano chamado Martinho Lutero (em 1517) se revoltou contra algumas práticas e posições da Igreja Católica Romana e causou outra divisão entre os cristãos, evento chamado de "Reforma Protestante".
Desta forma, os católicos passaram a considerar os "protestantes" como filhos do Diabo e, em contrapartida, os protestantes consideram os católicos apenas idólatras que vão queimar no inferno.
Seguindo mais um pouco na história, os protestantes se dividiram incontáveis vezes, surgindo o que hoje conhecemos como "batistas", "presbiterianos", "anglicanos", "luteranos", "metodistas", "assembleianos", "quadrangulares", "maranatas", etc, etc, etc, e muito mais etc.
Muitas destas denominações acusam as demais denominações protestantes de inúmeros nomes pejorativos e, claro, não os consideram como filhos de Deus.
Paralela a toda esta história das divisões no meio cristão, inúmeros movimentos religiosos surgiram em todo o mundo (o maior deles, o Islã). Todos (ou quase todos) afirmam ser a única religião verdadeira e condenam as demais religiões como falsas.
Sobre estas outras religiões me abstenho de falar, pois não as conheço (exceto o Islã, sobre a qual já estudei alguns aspectos). Já sobre o cristianismo, sendo cristão, acredito que sou apto a tecer algumas considerações.
A primeira delas é que não há margem na Bíblia para desconsiderar as religiões das outras pessoas como falsas e heréticas e ainda julgar os adeptos destas religiões como pessoas condenadas ao inferno. Digo isso com propriedade, afinal Jesus - o exemplo a ser seguido - jamais falou mal de qualquer religião gentílica de sua época.
A segunda consideração é que temos muito trabalho a fazer para nos darmos ao luxo de ficar perdendo tempo procurando erros nas religiões dos outros. O tempo (e o dinheiro) que são gastos com programas de televisão em rede nacional para falar mal de outras religiões podiam ser usados sustentando missionários que estão passando dificuldades em lugares longínquos neste planeta. Como já disse, Jesus não perdeu tempo tecendo comentários sobre outras religiões (aliás, a única religião da qual Jesus falou negativamente foi a que ele seguia, criticando os líderes hipócritas do judaísmo). Jesus usou o tempo que tinha para fazer o seu trabalho, apenas.
E a questão proposta no início do texto: existe salvação fora da Igreja?
Se há ou não é impossível sabermos, afinal, Jesus nem a Bíblia nada disseram sobre esta questão. O que a Bíblia diz é que o julgamento sobre quem será e quem não será salvo vai acontecer apenas após este mundo acabar e será realizado por Deus. Portanto, acho insensato fazermos julgamentos sobre os outros, como os cristãos (católicos e evangélicos) adoram fazer.
Para terminar, gostaria de convidar a todos a refletir no texto do capítulo 10 do livro de Atos. A passagem trás a história de um homem chamado Cornélio que não era judeu, não era cristão, não possuía religião e era, segundo a Bíblia, um homem temente a Deus. A Bíblia ainda diz que Deus se agradava de Cornélio, mesmo ele não sendo nem judeu nem cristão.
Na verdade não estou escrevendo (nem lendo) ultimamente sobre assuntos teológicos. Apesar disto, decidi dispensar alguns minutos para colocar no papel (ou no meu blog, já que não estou escrevendo à caneta) algumas reflexões que tenho acerca desta polêmica.
Apesar de ter dito que a frase "Fora da Igreja não há Salvação" foi proferida no século XIII [retirei esta informação deste link], existem registros que ela havia sido proferida muito antes, nos primórdios do cristianismo, no século III, por um bispo cristão da cidade de Cartago, chamado Cipriano. Outros afirmam que foi Atanásio (séc. IV) quem proferiu esta frase pela primeira vez.
Independente de quem tenha sido o cristão progenitor desta frase, a verdade é que o conceito por trás do "fora da Igreja não há salvação" é mais antigo que o próprio Jesus, não sendo, assim, uma exclusividade do Cristianismo.
Podemos enxergar, ao lermos o Velho Testamento, que o povo hebreu acreditava convictamente que Yaweh (nome hebraico para Jeová) era Senhor APENAS do povo de Israel. Vemos claramente nos registros bíblicos que os hebreus consideravam as nações vizinhas não apenas como inimigas de Israel, mas como inimigas do próprio Deus.
Após a nação de Israel se dividir em duas (Israel e Judá), os habitantes destas duas nações distintas começaram a intrigar entre si sobre qual delas levava o título de "verdadeira nação de Deus". As tribos do norte (que continuaram a ser chamadas de Israel) desconsideravam as tribos do sul como sendo povo de Deus, consideravam-nas inimigas; Já as tribos do sul (que passaram a ser chamadas de Judá) consideravam as tribos do norte como inimigas e que somente elas, as tribos do sul, eram povo de Deus.
Judeus odiavam samaritanos e vice e versa.
Onde se deveria adorar a Deus de verdade? Em Samaria (capital de Israel) ou em Jerusalém (capital de Judá)? Esta foi a pergunta feita por uma samaritana a Jesus.
Apenas abrindo um parêntese no curso deste artigo: a narração deste acontecimento em Jo 4 mostra o quanto as duas nações eram exclusivistas em relação a Deus. Após Jesus pedir água à samaritana, ela, assustada, lhe perguntou: "Como o senhor, sendo judeu, pede a mim, uma samaritana, água para beber?" (Jo 4:9)
Pois bem. Jesus quebrou todos os paradigmas de que Deus era exclusivo de apenas um povo.
Jesus morreu.
Alguns anos depois os seguidores de Jesus fundaram o Cristianismo. Alguma coisa mudou em relação a esse assunto?
Não.
"Apenas quem for cristão será salvo", "aceite Jesus ou você vai pro Inferno" ou "Fora da Igreja não há Salvação".
Bem, séculos depois (século XXI) aconteceu a primeira divisão (por motivos fúteis) entre os cristãos: a Igreja Católica Romana segue um rumo e a Igreja Ortodoxa Oriental segue outro. Negligenciando o exemplo de Cristo ("os adoradores de Deus o adoram em Espírito e em Verdade") e seguindo o mal exemplo de Israel e Judá ("Deus é nosso e você que pensa diferente vai pro quinto dos infernos") ambos começaram a discutir sobre qual facção do cristianismo possuía o "selo" de Deus.
Para os católicos romanos, os ortodoxos orientais são apenas hereges cismáticos; para os ortodoxos, os católicos são qualquer coisa, menos povo de Deus.
Pois bem, avançando um pouco na história, um monge agostiniano chamado Martinho Lutero (em 1517) se revoltou contra algumas práticas e posições da Igreja Católica Romana e causou outra divisão entre os cristãos, evento chamado de "Reforma Protestante".
Desta forma, os católicos passaram a considerar os "protestantes" como filhos do Diabo e, em contrapartida, os protestantes consideram os católicos apenas idólatras que vão queimar no inferno.
Seguindo mais um pouco na história, os protestantes se dividiram incontáveis vezes, surgindo o que hoje conhecemos como "batistas", "presbiterianos", "anglicanos", "luteranos", "metodistas", "assembleianos", "quadrangulares", "maranatas", etc, etc, etc, e muito mais etc.
Muitas destas denominações acusam as demais denominações protestantes de inúmeros nomes pejorativos e, claro, não os consideram como filhos de Deus.
Paralela a toda esta história das divisões no meio cristão, inúmeros movimentos religiosos surgiram em todo o mundo (o maior deles, o Islã). Todos (ou quase todos) afirmam ser a única religião verdadeira e condenam as demais religiões como falsas.
Sobre estas outras religiões me abstenho de falar, pois não as conheço (exceto o Islã, sobre a qual já estudei alguns aspectos). Já sobre o cristianismo, sendo cristão, acredito que sou apto a tecer algumas considerações.
A primeira delas é que não há margem na Bíblia para desconsiderar as religiões das outras pessoas como falsas e heréticas e ainda julgar os adeptos destas religiões como pessoas condenadas ao inferno. Digo isso com propriedade, afinal Jesus - o exemplo a ser seguido - jamais falou mal de qualquer religião gentílica de sua época.
A segunda consideração é que temos muito trabalho a fazer para nos darmos ao luxo de ficar perdendo tempo procurando erros nas religiões dos outros. O tempo (e o dinheiro) que são gastos com programas de televisão em rede nacional para falar mal de outras religiões podiam ser usados sustentando missionários que estão passando dificuldades em lugares longínquos neste planeta. Como já disse, Jesus não perdeu tempo tecendo comentários sobre outras religiões (aliás, a única religião da qual Jesus falou negativamente foi a que ele seguia, criticando os líderes hipócritas do judaísmo). Jesus usou o tempo que tinha para fazer o seu trabalho, apenas.
E a questão proposta no início do texto: existe salvação fora da Igreja?
Se há ou não é impossível sabermos, afinal, Jesus nem a Bíblia nada disseram sobre esta questão. O que a Bíblia diz é que o julgamento sobre quem será e quem não será salvo vai acontecer apenas após este mundo acabar e será realizado por Deus. Portanto, acho insensato fazermos julgamentos sobre os outros, como os cristãos (católicos e evangélicos) adoram fazer.
Para terminar, gostaria de convidar a todos a refletir no texto do capítulo 10 do livro de Atos. A passagem trás a história de um homem chamado Cornélio que não era judeu, não era cristão, não possuía religião e era, segundo a Bíblia, um homem temente a Deus. A Bíblia ainda diz que Deus se agradava de Cornélio, mesmo ele não sendo nem judeu nem cristão.
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Biografia: Bernhard Johnson Bernhard Johnson nasceu em Alameda, Califórnia - EUA, em 20 de junho de 1931. Iniciou seu profícuo ministério,...