O melhor está por vir...
Nesta última semana ouvi pela segunda vez uma história marcante. Uma senhora cristã, ao perceber que sua vida estava chegando ao fim, chamou o pastor para fazer um pedido quanto ao seu funeral: ela pediu para ser enterrada segurando uma colher de sobremesa. O pastor, logicamente, estranhou o pedido e perguntou o porquê. Ela explicou com muita simplicidade:
– Quando éramos crianças, não era comum termos sobremesa em casa. Uma das minhas maiores alegrias então era quando minha mãe dizia: “Segurem suas colheres, temos sobremesa”! Assim eu sabia que o melhor ainda estava por vir! Quando eu deixar esta vida quero que todos que comparecerem ao meu funeral saibam que para mim a morte não é o fim... o melhor ainda está por vir!
Vivemos em tempos tão difíceis! Nos sentimos inseguros em casa ou fora dela, aqueles que nos governam nos decepcionam ou são claramente iníquos, previsões econômicas ficam entre ruins ou catastróficas. Como Paulo expressa em 2Coríntios 7.5, temos tido conflitos externos e temores internos. Uma vida assim pode gerar duas reações igualmente nocivas: (1) uma resignação, uma falta de esperança que não só gera apatia como em alguns casos até facilita um estado depressivo; ou (2) o perigo de nos engajarmos em “esperanças” vazias e fúteis, seja uma afiliação com certo movimento político, seja uma causa ideológica ou social. Muito embora sejamos chamados a participar deste mundo, e, em alguns casos, até nos engajarmos em movimentos e ações humanas, esta não pode ser nossa esperança.
Neste mundo seremos frustrados, sofreremos injustiças direta ou indiretamente, veremos decisões tomadas por governantes com intenções impuras e veremos a perversidade expressa das mais variadas maneiras. Nosso chamado não é para mudar o mundo, pois isso está fora do nosso alcance, mas para proclamar que conhecemos aquele que pode mudar vidas, nosso Senhor Jesus Cristo. É claro que nossa proclamação deve se manifestar de forma concreta e devemos sim participar de qualquer ação ou movimento que manifeste a justiça de nosso Deus, mas nossa esperança não deve estar nestas ações ou movimentos.
Qualquer solução para este mundo que não considere Jesus como foco central é apenas um paliativo, apenas um curativo para uma doença que em última análise é fatal.
Devemos lutar pelo bem, pela justiça; devemos manifestar nosso compromisso com a paz e com o amor, conforme Deus o define, mas nosso compromisso mais profundo é com nosso Senhor Jesus! Qualquer solução para este mundo que não considere Jesus como foco central é apenas um paliativo, apenas um curativo para uma doença que em última análise é fatal.
Jesus deixa isso bem claro em seu ministério aqui na terra. Ele poderia ter inaugurado o melhor sistema de saúde da história do planeta e com índice de 100% de cura. Ele poderia ter instituído a melhor distribuição de renda, com a mais absoluta justiça social. No entanto, ele fez o que era essencial para seu plano de redenção da humanidade. Ele morreu por nossos pecados e ressuscitou para que pudéssemos ter vida. Ele mesmo disse:
1Não se perturbe o coração de vocês. Creiam em Deus; creiam também em mim. 2Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu teria dito a vocês. Vou preparar lugar para vocês. 3E, quando eu for e preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver. (João 14.1-3)
O apóstolo Paulo também nos incentiva a colocar nossa esperança na eternidade. Mesmo sendo cidadão do mais poderoso império da época, e tendo tanto credibilidade como formação para se envolver nos múltiplos problemas da época, ele investiu e dedicou sua vida a um propósito eterno. Entre suas muitas declarações sobre o tema de que “o melhor ainda está por vir”, eu selecionei algumas:
16Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia, 17pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. 18Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno. (2Coríntios 4.16-18)
21Porque para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro. 22 Caso continue vivendo no corpo, terei fruto do meu trabalho. E já não sei o que escolher! 23Estou pressionado dos dois lados: desejo partir e estar com Cristo, o que é muito melhor. (Filipenses 1.21-23)
7Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. 8Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda. (2Timóteo 4.7-8)
Nosso tempo aqui na terra até nossa morte ou até o retorno de Jesus não é o final da história. Realmente nossa esperança está nos céus! Aqui teremos aflições, disse Jesus, mas nele temos vitória sobre o mundo; não uma vitória conforme o mundo, mas algo muito melhor: a eternidade com Deus. Minha oração é que cada um de nós, como a senhora da história, descanse na certeza de que “o melhor está por vir”, mesmo que os tempos sejam maus, e que a injustiça se espalhe. “Segure sua colher...”!